Lição 3 - “porventura Teme Job A Deus Debalde-” 515n4d

Lição 3

08 de Outubro a 14 de Outubro

“PORVENTURA TEME JOB A DEUS DEBALDE?” Sábado à tarde Leitura para o estudo da semana: Job 1; Job 2; I Coríntios 4:9; Génesis 3:1-8; Filipenses 4:11-13; Mateus 4:1-11; Filipenses 2:5-8. Verso Áureo: “Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto, não pecou Job com os seus lábios.” Job 2:10. O livro de Job abre-nos uma dimensão totalmente nova da realidade. Ele dá-nos um vislumbre do Grande Conflito entre Cristo e Satanás. E, ao fazê-lo, também provê um e, um enquadramento, um esboço que nos ajuda a compreender melhor o mundo em que vivemos, um mundo que, muitas vezes, nos desconcerta, nos confunde e, até mesmo, nos assusta por causa daquilo que atira na nossa direção. Mas o livro de Job também mostra que este Grande Conflito não é apenas a luta de outros, com a qual nada temos a ver. Era bom, se fosse esse o caso; infelizmente, não é: “Ai dos que habitam na terra e no mar, porque o diabo desceu até vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (Apoc. 12:12). Satanás desceu até à terra e ao mar, e nós sabemos por nós mesmos que a sua ira é, de facto, grande. Quem entre nós, enquanto seres carnais, não sentiu essa ira? Esta semana vamos continuar a olhar para os primeiros dois capítulos de Job, enquanto procuramos obter uma maior compreensão sobre o modo como nos ajustamos ao Grande Conflito, à medida que este continua a desenrolar-se. Ano Bíblico: Mateus 11-13. SOP-Plano de Leitura: Livro Conselhos Sobre Mordomia – Trazendo Descrédito à Causa de Deus [pág. 253] Comentário Deus dirige os Seus filhos por um caminho que eles não conhecem. Mas não Se esquece dos que põem a sua confiança n’Ele, nem os rejeita. Permitiu que a aflição sobreviesse a Job, mas não o abandonou. Consentiu que o amado João fosse exilado para a solitária ilha de Patmos, mas o Filho de Deus ali Se reuniu com ele e a sua visão esteve repleta de cenas de glória imortal. Deus permite que as provações assaltem o Seu povo, para que, pela sua constância e obediência, enriqueçam espiritualmente e o seu exemplo venha a ser uma fonte de força para os outros. “Eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal.” Jer. 29:11. As mesmas provações que, da maneira mais severa, provam a nossa fé, e fazem parecer que Deus nos abandonou, devem levar-nos para mais perto de Cristo, para que possamos depor todos os nossos fardos aos Seus pés, e experimentar a paz que Ele nos dará em troca. – Patriarcas e Profetas, p. 101 (Ed. P. SerVir). Em todos os tempos Satanás tem perseguido o povo de Deus. Tem-no torturado e levado à morte; porém, ao morrer, tornaram-se conquistadores. Deram testemunho do poder de Alguém que é mais forte do que Satanás. Os ímpios podem torturar e matar o corpo, mas não podem tocar na vida que está escondida com Cristo em Deus. Podem encerrar homens e mulheres nas prisões, mas não podem fechar

o seu espírito. Através de provas e de perseguições, a glória – o caráter – de Deus reve-la-se através dos Seus escolhidos. Os crentes em Cristo, odiados e persegui-dos pelo mundo, são educados e disciplinados na escola de Cristo. Na Terra andam por caminhos estreitos, mas são purificados no fogo da aflição (Isa. 48:10). Seguem Cristo através de penosas lutas. Fortalecem a sua abnegação e am por amargos desapontamentos. Mas, deste modo, aprendem o que significam a culpa e os sofrimentos do pecado, e olham para ele com repulsa. Por terem sido participantes das aflições de Cristo, podem contemplar a glória além da escuridão, dizendo: “Tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom. 8:18. – Atos dos Apóstolos, p. 412 (Ed. P. SerVir). Os que estão intimamente ligados a Deus talvez não sejam prósperos nas coisas desta vida; muitas vezes poderão ser severamente provados e afligidos. … Job foi privado das suas posses terrenas, e tão afligido no corpo que sofreu a repulsa dos seus parentes e amigos, mas preservou a integridade e a fidelidade para com Deus. … [Este exemplo] de firmeza humana, na força do poder divino, [é] para o mundo um testemunho da fidelidade das promessas de Deus – da Sua permanente presença e graça mantenedora. Ao considerar esses homens humildes, o mundo não consegue discernir o seu valor moral para Deus. É uma obra de fé descansar calmamente em Deus na hora mais escura – embora severamente provados, e açoitados pelo vento, sentir que o nosso Pai está ao leme. Só o olhar da fé pode olhar para além das coisas do tempo e dos sentidos, para apreciar o valor das riquezas eternas. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, p. 525.

JOB, O SERVO DE DEUS Domingo, 09 de Outubro. Leia Job 1. Foque-se especificamente nas acusações de Satanás contra Job. O que está Satanás a dizer? O que está implícito nos seus ataques? Quem, finalmente, está Satanás de facto a atacar?                                                                                                               “Porventura não o cercaste tu de bens, a ele e à sua casa, e a tudo quanto tem? A obra das suas mãos abençoaste e o seu gado está aumentando na terra” (Job 1:10). O livro de Job abre referindo-se não apenas à justiça e ao bom caráter de Job, mas também às suas bênçãos materiais e à sua casa frutífera. Estas foram as coisas específicas que ajudaram a fazer com que Job fosse reverenciado como o “homem maior do que todos os do oriente” (Job 1:3). E estas são, também, as coisas específicas que Satanás lança ao rosto de Deus, dizendo basicamente que é apenas porque Deus procedeu desta forma com Job que este O serve. Então, o que está implícito na acusação de Satanás de que, se Deus retirasse estas coisas a Job, este certamente “blasfemaria de ti na tua face” (Job 1:11)? O ataque, na verdade, é um ataque ao próprio Deus. (É precisamente isto o Grande Conflito.) Se Deus fosse tão maravilhoso, tão bom, então Job obedecer-Lhe-ia, temê-l’O-ia e adorá-l’O-ia apenas por amor e apreço. Afinal, quem não amaria um Deus que fez tanto por si? Num certo sentido, Satanás estava a dizer que Deus tinha feito tudo para subornar Job para que este Lhe fosse fiel. Assim, afirmava Satanás, Job servia Deus não por amor, mas por causa dos seus próprios motivos egoístas. Pense nalguns dos mais torpes e odiosos governantes políticos que têm adeptos fiéis que lhes são leais até à morte, porque esses governantes foram bons para eles. Se, de facto, o Senhor fosse realmente o Deus bondoso, amoroso e terno que Se diz ser, então, mesmo se Job perdesse todas aquelas coisas boas, ele ainda serviria o Senhor. No entanto, ao afirmar que Job não se manteria fiel, Satanás insinua que até mesmo Job não confia plenamente em Deus e que ele é leal apenas por causa do que Deus lhe deu. Isto é, no fim de contas (segundo Satanás), a lealdade de Job depende muito de ele saber se essa lealdade é um bom negócio para ele. Por que razão serve o Senhor? Suponha que os seus motivos não são perfeitos. Se tivesse de esperar até que os seus motivos fossem perfeitos (se não o são), o que poderia acontecer-lhe a si e à sua fé? Ano Bíblico: Mateus 14-16. SOP-CM / Trazendo Descrédito à Causa de Deus 253 Comentário Um anjo da guarda é nomeado para estar com cada seguidor de Cristo. Estes vigias celestiais protegem os justos do poder maligno. O próprio Satanás reconheceu isso, quando disse a Deus, em relação a Job: “Não é verdade que, tal como uma cerca, tu o proteges de todos os lados, a ele, à sua família e a tudo o que lhe pertence?” (Job 1:9 e 10, BBN.) O agente pelo qual Deus protege o Seu povo é apresentado nas palavras do Sal-mista: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Salmo 34:7). Disse o Salvador, falando daqueles que n’Ele creem: “Tenham cuidado! Não desprezem nem um só destes pequeninos! Pois declaro-vos que os anjos deles, lá no Céu, estão sempre na presença do meu Pai celestial” (Mateus 18:10, BBN). Os anjos designados para auxiliarem os filhos de Deus têm o à Sua presença a todo o momento.

Assim, ao povo de Deus, exposto ao poder enganador e à vigilante ma-lignidade do príncipe das trevas, e em conflito com todas as forças do mal, é assegurada a incessante proteção dos seres celestiais. Mas essa segurança não é dada sem ser preciso. Se Deus concedeu aos Seus filhos promessas de graça e proteção, é porque há poderosas forças do mal a enfrentar – agentes numerosos, decididos e incansáveis, cuja malignidade e poder ninguém pode ignorar ou negligenciar, sem correr perigo. – O Grande Conflito, p. 428 (Ed. P. SerVir). O Senhor está a experimentar e a provar o Seu povo. Vocês podem ser severos e críticos com o vosso próprio caráter defeituoso, como quiserem; sejam, porém, bondosos, misericordiosos e corteses com os outros. Indaguem todos os dias: Sou absolutamente íntegro, ou tenho coração falso? Supliquem ao Senhor que vos salve de todo o engano nesse ponto. Estão envolvidos interesses eternos. Ao o que tantos anseiam honras e ambicionam o ganho, busquem vocês, meus amados irmãos, ansiosamente a certeza do amor de Deus, e clamem: Quem me mostrará como tornar certas a minha vocação e eleição? Satanás estuda cuidadosamente os pecados básicos dos homens, e a seguir começa o seu trabalho de os seduzir e enlaçar. Estamos no mais grosso da tentação, mas há vitória para nós, se corajosamente travarmos as batalhas do Senhor. Todos estão em perigo. Mas, se andarem humilde e devotamente, emergirão do processo de prova mais preciosos do que o ouro puro, sim, do que o ouro fino de Ofir. Se forem descuidados e negligenciarem a oração, serão como o sino que tine e o címbalo que soa. Alguns quase se têm perdido nas malhas do ceticismo. A esses eu diria: Levantem o vosso espírito para além desse limite. Prendam-no em Deus. Quanto mais intimamente a fé e a santidade vos ligarem ao Eterno, mais clara e brilhante vos parecerá a justiça dos Seus procedimentos. Façam da vida, da vida eterna, o objeto da vossa busca. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pp. 97 e 98.

PELE POR PELE: A BATALHA CONTINUA Segunda, 10 de Outubro. Job 2:1-3 começa quase repetindo uma parte de Job 1:6-8. A grande diferença é a última parte de Job 2:3, onde o próprio Senhor fala acerca de quão fiel Job permaneceu, apesar das calamidades que caíram sobre ele. Assim, quando chegamos a Job 2:3, parece que as acusações de Satanás se revelaram falsas. Job permaneceu fiel a Deus e não O amaldiçoou, como Satanás tinha dito que ele faria.   Leia Job 2. O que ocorre nestes textos? Além disso, qual é o significado do facto de, tanto em Job 1, como em Job 2, estes “filhos de Deus” estarem presentes para testemunhar o diálogo entre Deus e Satanás?                                                                               A expressão “pele por pele” é uma expressão idiomática que tem causado perplexidade aos comentadores. A ideia, no entanto, é esta: que aconteça algo à própria pessoa de Job e isso levá-lo-á a mostrar onde está verdadeiramente a sua lealdade. Destrua-se o corpo de Job, a sua saúde, e vejamos então o que acontece. E é interessante que o que acontece também não ocorre num vácuo. Ambas as situações de conflito no Céu, tal como são reveladas aqui no livro de Job, ocorrem no contexto de uma espécie de reunião entre estas inteligências celestiais e Deus. Satanás está a fazer as suas acusações “publicamente”; isto é, ele está a fazê-las perante estes outros seres. Esta ideia ajusta-se na perfeição àquilo que nós sabemos sobre o Grande Conflito. Este é algo que está a desenrolar-se perante todo o Universo. (Veja I Cor. 4:9; Dan. 7:10, Apoc. 12:7-9.) “Mas o Plano da Redenção tinha um propósito ainda mais vasto e profundo do que a salvação do homem. Não foi apenas para isto que Cristo veio à Terra; não foi simplesmente para que os habitantes deste pequeno mundo pudessem considerar a Lei de Deus como devia ser considerada, mas foi para defender o verdadeiro caráter de Deus perante o Universo. […] O ato de Cristo ao morrer pela salvação do homem, não somente tornaria o Céu ível à Humanidade, mas, perante todo o Universo, justificaria Deus e o Seu Filho, pela forma como trataram a rebelião de Satanás. Estabeleceria a perpetuidade da Lei de Deus, e revelaria a natureza e os resultados do pecado.” – Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 46, Ed. P. SerVir. Ano Bíblico: Mateus 17-20. SOP-CM / Trazendo Descrédito à Causa de Deus 253 Comentário A vontade de Deus exprime-se nos preceitos da Sua santa Lei, e os princípios dessa Lei são os mesmos princípios do Céu. Os anjos celestes não atingem mais alto conhecimento do que saber a vontade de Deus; e fazer a Sua vontade é o mais elevado serviço em que se possam ocupar as suas faculdades. No Céu, porém, o serviço não é prestado no espírito de exigência legal. Quando Satanás se rebelou contra a Lei de Jeová, a ideia de que existia uma Lei ocorreu aos anjos quase como o despertar para uma coisa em que não se havia pensado. No seu ministério, os anjos não são como servos, mas como filhos. Existe perfeita unidade entre eles e o seu Criador. A obediência não lhes é pesada. O amor para com

Deus torna o seu serviço numa alegria. Assim, em todos aqueles em que Cristo, a esperança da glória, habita, ecoam as Suas palavras: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.” Salmo 40:8. – O Maior Discurso de Cristo, p. 99 (Ed. P. SerVir). A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para todo o Universo em to-dos os séculos futuros, um testemunho perpétuo da natureza e dos terríveis resultados do pecado. A consequência do governo de Satanás – tanto os seus efeitos sobre os homens como sobre os anjos – mostraria qual a consequên-cia de rejeitar a autoridade divina.  Demonstraria que, da existência do gover-no de Deus e da Sua Lei, dependem o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história desta terrível experiência de revolta deveria ser uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, impedindo-os de serem enganados quanto à natureza da transgressão, livrando-os de cometer pecado e de sofrer o seu castigo. – O Grande Conflito, pp. 416 e 417 (Ed. P. SerVir). Por vezes a contenda de Satanás em busca do controlo da família humana parecia coroada de êxito. Durante os séculos que precederam o Primeiro Advento de Cristo, o mundo parecia quase totalmente sob o domínio do príncipe das trevas, e ele governava com poder terrível, como se por meio do pecado dos nossos primeiros pais os reinos do mundo se tivessem tornado propriedade sua por direito. O próprio povo do concerto, a quem Deus escolhera para preservar no mundo o Seu conhecimento, tinhase apartado tanto d’Ele que perdera toda a verdadeira conceção do Seu caráter.  Cristo veio a fim de revelar Deus ao mundo como um Deus de amor, pleno de misericórdia, ternura e compaixão. A espessa escuridão com que Satanás se esforçara por circundar o trono da Divindade foi dissipada pelo Redentor do mundo, e o Pai mais uma vez manifestou-Se aos homens como a luz da vida. … Cristo declara-Se enviado ao mundo como representante do Pai. Na Sua nobreza de caráter, na Sua misericórdia e terna piedade, no Seu amor e bondade, Ele está perante nós como a encarnação da perfeição divina, a imagem do Deus invisível. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pp. 138, 739.

BENDITO SEJA O NOME DO SENHOR Terça, 11 de Outubro. Depois do primeiro ataque de Satanás contra Job, após terem-lhe chegado as notícias de todas as calamidades que tinham caído sobre ele, como reagiu Job? (Veja Job 1:20-22.) Qual é o significado do facto de que, mesmo no meio de tal tragédia, Job “não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma”?   Um dos aspetos centrais do governo de Deus, um governo baseado no amor, é a liberdade de escolha. Deus quer que nós O sirvamos porque O amamos, e não porque somos forçados a servi-l’O. “Satanás insinuou que Job servia Deus apenas por motivos egoístas. […] Ele tentou negar que a verdadeira religião resulta do amor e de uma apreciação inteligente do caráter de Deus, que os verdadeiros adoradores amam a religião por si mesma – não pela recompensa; que eles servem Deus porque tal serviço é justo em si mesmo, e não apenas porque o Céu está cheio de glória; e que eles amam Deus porque Ele é merecedor da sua afeição e confiança, e não meramente porque Ele os abençoa.” – Comentário Bíblico ASD, vol. 3, p. 500. No livro com o seu nome, Job provou que as acusações de Satanás eram falsas. No entanto, embora Deus soubesse o que iria acontecer, Job ainda assim poderia ter agido de modo diferente. Ele podia ter pecado, poderia ter “atribuído a Deus [alguma] falta”. Job não foi forçado por Deus a agir do modo como agiu. A sua fidelidade firme, considerando-se as circunstâncias, foi um espantoso testemunho perante os homens e os anjos.   Compare o que aconteceu em Job 1 com o que aconteceu com Adão e Eva em Génesis 3:1-8. De que modo o contraste faz o pecado deles parecer tão terrível?                                                Adão e Eva, seres sem pecado no meio de um verdadeiro Paraíso, transgrediram e caíram no pecado por causa do ataque de Satanás; Job, no meio da mais completa dor, tragédia e ruína, manteve-se fiel ao Senhor, apesar dos ataques de Satanás. Em ambos os casos, temos um exemplo poderoso das grandes questões em jogo no que toca ao livre arbítrio. De que modo a reação de Job aqui nos mostra quão baratas, fáceis e falsas podem ser, frequentemente, as nossas desculpas para o pecado? Ano Bíblico: Mateus 21-23. SOP-CM / Trazendo Descrédito à Causa de Deus 253 Comentário Na experiência de todos surgem ocasiões de profundo desapontamento e extremo desencorajamento – dias em que predomina a tristeza, e é difícil crer que Deus é ainda o bondoso benfeitor dos Seus filhos na Terra; dias em que o dissabor mortifica a alma, de maneira que a morte parece preferível à vida. É então que muitos perdem a sua confiança em Deus, e são levados à escravidão da dúvida, ao cativeiro da incredulidade. Se pudéssemos, nessas ocasiões, discernir, com intuição espiritual, o significado das

providências de Deus, veríamos anjos a procurar salvar-nos de nós mesmos, esforçando-se por firmar os nossos pés num fundamento mais firme do que os montes eternos, e nova fé, nova vida, jorrariam para dentro de nós. … Das profundezas do desencorajamento e desânimo, Job levanta-se para as alturas da implícita confiança na misericórdia e no poder salvador de Deus. Triunfantemente declarou: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; ... Também isto será a minha salvação.” Job 13:15 e 16. “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão.” Job 19:25-27. – Profetas e Reis, pp. 109 e 110 (Ed. P. SerVir). Se supomos, por um momento, que Deus tratará o pecado como algo leve, ou que tomará providências ou nos desculpará de maneira a que possamos continuar a cometer pecado, sem que a alma sofra punição por isso, estamos sob terrível engano de Satanás. Qualquer violação voluntária da justa Lei de Jeová expõe a nossa alma aos francos assaltos de Satanás. Quando perdemos a nossa consciente integridade, a nossa alma torna-se num campo de batalha para o inimigo; assaltam-nos dúvidas e temores suficientes para nos paralisarem as energias e nos levarem ao desânimo. … Lembremo-nos de que a tentação não é pecado. Lembremo-nos de que por mais probantes que sejam as circunstâncias em que um homem é colocado, nada lhe pode realmente enfraquecer a alma enquanto ele não ceder à tentação, mas mantiver a própria integridade. Os interesses mais vitais para nós, individualmente, estão à nossa própria guarda. Ninguém nos poderá prejudicar sem o nosso consentimento. Todas as legiões satânicas não nos poderão causar dano, a menos que abramos a alma às artes e aos ataques de Satanás. A nossa ruína nunca poderá ter lugar enquanto a nossa vontade não consentir. Se não houver corrupção na nossa mente, nenhuma contaminação ambiente nos poderá manchar ou corromper. Temos o exemplo de Adão e Eva diante de nós. O resultado da sua trans-gressão deve levar cada um entre nós a evitar o pecado, a aborrecê-lo como algo odioso que é, e a sentir, antevendo os sofrimentos que o pecado cer-tamente infligirá, que é melhor sofrer a perda de todas as coisas do que afastarmo-nos do menor dos mandamentos de Deus. – A Nossa Alta Vocação (Meditações Matinais, 2015), p. 90 (Ed. P. SerVir).

A MULHER DE JOB Quarta, 12 de Outubro. Este é provavelmente um momento tão bom como outro qualquer para analisar outra vítima na história de Job: a sua mulher. Ela aparece apenas em Job 2:9 e 10. Depois disso, desaparece da história de Job e da História. Nada mais nos é dito sobre ela. No entanto, tendo em conta tudo o que aconteceu, quem poderia imaginar o desgosto que esta infeliz mulher teve de ar? A sua tragédia, a tragédia dos seus filhos e das outras vítimas no capítulo 1 mostram a universalidade do sofrimento. Todos estamos envolvidos no Grande Conflito; ninguém escapa.     Compare Job 2:3 com Job 2:9. Que frase semelhante é usada tanto por Deus como pela mulher de Job, e qual é a importância do modo como ambos a usam?   Não é coincidência o facto de a mesma frase sobre Job manter a sua “sinceridade” aparecer em ambos os textos. A palavra traduzida por “sinceridade” vem da mesma palavra hebraica usada em Job 1:1 e Job 1:8, a qual é frequentemente traduzida por “inocência”. A raiz da própria palavra transmite a ideia de “completude” e de “plenitude”. Como é triste que a mulher de Job se torne alguém que desafia Job precisamente na mesma coisa pela qual Deus o louva. No seu desgosto, na sua mágoa, ela está a pressionar Job para que este faça precisamente o que Deus diz que ele não fará. Embora certamente não a possamos julgar, esta é uma grande lição para todos nós sobre como devemos ser cautelosos para não servirmos de pedra de tropeço para outros. (Veja Lucas 17:2.)   Leia Job 2:10. Que testemunho poderoso dá Job aqui? Veja também Fil. 4:11-13.                                                                Job revela a genuinidade da sua fé. Ele irá servir Deus tanto nos bons como nos maus momentos. No entanto, o que é fascinante é que Satanás desaparece agora da história e não torna a aparecer. E embora o texto não o diga, podemos imaginar a frustração e a ira de Satanás perante a reação de Job. Afinal, veja com que facilidade ele tinha feito cair Adão e Eva e muitos outros. O “acusador dos nossos irmãos” (Apoc. 12:10) teria que encontrar outro, que não Job, a quem acusar. De que modo aprendemos a ser fiéis a Deus, tanto nos bons como nos maus momentos? Ano Bíblico: Mateus 24-26. SOP-CM / Trazendo Descrédito à Causa de Deus 253 Comentário Muitos parecem pensar que é impossível não cair em tentação, que eles não têm poder para vencer; e pecam contra Deus com os lábios, expressando desalento e dúvida, em vez de fé e coragem. Cristo foi tentado em todos os pontos, tal como nós, mas sem pecado. Ele disse: “Aí vem o príncipe do mundo; e

ele nada tem em mim” (João 14:30). O que significa isto? Significa que o príncipe do mal não pôde encontrar em Cristo uma posição vantajosa para tentá-l’O; e o mesmo pode suceder connosco. – The Review and Herald, 19 de maio de 1891. Todos os que aprendem na escola de Cristo estão sob a instrução de instrumentos celestiais; e nunca devem esquecer que são um espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens. Devem representar Cristo. Devem ajudar-se uns aos outros a tornarem-se dignos do ingresso na escola superior. Devem ajudar-se uns aos outros a ser puros e nobres e a acalentar uma ideia correta do que significa ser filho de Deus. Devem proferir palavras animadoras. Devem erguer as mãos fracas e fortalecer os joelhos trementes. Em cada coração devem ser inscritas, como que com ponta de diamante, as palavras: “Não há nada que eu receie, senão que não saiba o meu dever ou deixe de cumpri-lo.” Vivemos num tempo em que devemos buscar o Senhor com o maior fervor. ... Um espírito bem controlado, palavras de amor e ternura honram o Salvador. Os que proferem palavras bondosas e amáveis – palavras que promovem a paz – serão abundantemente recompensados. Somos os ministros designados por Cristo, e devemos permitir que o Seu Espírito resplandeça na mansidão e humildade aprendidas com Ele. – Este Dia Com Deus (Meditações Matinais, 1980), p. 355. O bom êxito nesta vida, e o ganhar a vida futura, depende de uma atenção fiel e conscienciosa às coisas pequenas. Vê-se a perfeição nas menores das obras de Deus, não menos do que nas maiores. A mão que elevou os mundos no Espaço é a mesma que fez com delicada perícia os lírios do campo. E, assim como Deus é perfeito na Sua esfera de ação, devemos nós ser perfeitos na nossa. A estrutura simétrica de um caráter forte e belo baseia-se nos atos individuais do dever. E a fidelidade deve caracterizar a nossa vida nos seus mínimos pormenores, bem como nos maiores. A integridade nas pequenas coisas, a realização de pequenos atos de fidelidade e pequenas ações de bondade, alegrarão a senda da vida. E, quando terminar a nossa obra na Terra, verificar-se-á que cada um dos pequenos deveres fielmente cumpridos exerceu uma influência para o bem – influência esta que jamais poderá perecer. – Patriarcas e Profetas, pp. 525 e 526 (Ed. P. SerVir).

OBEDIÊNCIA ATÉ À MORTE Quinta, 13 de Outubro. Em Job 1:22 lê-se: “Em tudo isto, Job não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” Em Job 2:10 lê-se: “Em tudo isto, não pecou Job com os seus lábios.” Em ambos os casos, apesar dos ataques, Job manteve-se fiel ao Senhor. Ambos os textos sublinham o facto de que Job não pecou, quer por ações, quer por palavras. É claro que os textos não dizem que Job não era um pecador. Eles nunca poderiam dizer isso, porque a Bíblia ensina que todos nós somos pecadores. “Se dissermos que não pecámos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (I João 1:10). Ser “sincero e reto”, temer Deus e evitar o mal (Job 1:1) não faz da pessoa alguém sem pecado. Como toda a gente, Job tinha nascido no pecado e precisava de um Salvador. No entanto, apesar de tudo o que veio sobre ele, Job permaneceu fiel ao Senhor. Neste sentido, à sua maneira, Job podia ser visto como uma espécie de símbolo, um tipo ténue de Jesus (veja a Lição 14), O Qual, no meio de provas e tentações terríveis, não desistiu, não caiu no pecado, e assim refutou as acusações lançadas por Satanás contra Deus. É claro que o que Cristo fez foi muito maior, mais grandioso e com mais consequências do que aquilo que Job fez. No entanto, este simples paralelo permanece válido.   Leia Mateus 4:1-11. De que modo a experiência de Job reflete o que aconteceu aqui?                 Embora num ambiente terrível, com o Seu corpo enfraquecido pela falta de comida, Jesus, na Sua humanidade, “em semelhança da carne do pecado” (Rom. 8:3), não fez o que o diabo queria que Ele fizesse, tal como Job também não o fez. E do mesmo modo que Satanás desapareceu de cena após Job se ter mantido fiel, também depois de Jesus ter resistido ao último esforço de Satanás contra Ele, as Escrituras dizem que “o diabo o deixou” (Mat. 4:11; veja também Tia. 4:7). No entanto, o que Jesus teve de enfrentar no deserto foi apenas o começo. O Seu teste real ocorreria na cruz e, também aqui, apesar de tudo o que foi lançado contra Ele (pior do que o que Job enfrentou), Jesus manteve-Se fiel, até à morte. Leia Filipenses 2:5-8. Que esperança nos oferece a “obediência até à morte” de Cristo, e o que nos diz ela sobre como devemos viver em resposta à Sua obediência? Ano Bíblico: Mateus 27 e 28. SOP-CM / Trazendo Descrédito à Causa de Deus 253 Comentário Na luta entre Cristo e Satanás, durante o ministério terrestre do Salvador, o caráter do grande enganador foi desmascarado. Nada poderia ter arran-cado de Satanás tão eficazmente o afeto dos anjos celestiais e de todo o Universo fiel, como a sua guerra cruel contra o Redentor do mundo. A ou-sada blasfémia da sua pretensão de que Cristo lhe prestasse homenagem, o seu pretensioso atrevimento ao levá-l’O ao cume da montanha e ao pináculo do templo, a má intenção que se evidencia ao insistir com Ele para que

Se lançasse da vertiginosa altura, a malignidade vigilante que O assaltava de um lugar a outro, inspirando o coração dos sacerdotes e do povo a rejeitarem o Seu amor, e o brado final: “Crucifica-O, crucifica-O”, tudo isto despertou o assombro e a indignação do Universo. Foi Satanás que promoveu a rejeição de Cristo por parte do mundo. O prín-cipe do mal exerceu todo o seu poder e engano para destruir Jesus, pois viu que a misericórdia e o amor do Salvador, a Sua compaixão e a terna brandura estavam a apresentar ao mundo o caráter de Deus. Satanás contestava tudo o que o Filho do homem visava, empregando os homens como seus agentes, a fim de encher de sofrimento e tristeza a vida do Salvador. O sofisma e a falsidade pelos quais procurara perturbar a obra de Jesus, o ódio manifestado por meio dos filhos da desobediência, as suas cruéis acusações contra Aquele cuja vida era de uma bondade sem precedentes, tudo proveio de um sentimento de vingança profundamente arraigado. Os fogos da inveja e da maldade, do ódio e da vin-gança, que estavam contidos, irromperam no Calvário contra o Filho de Deus, ao mesmo tempo que todo o Céu contemplava a cena num silencioso horror. – O Grande Conflito, p. 418 (Ed. P. SerVir). Pense no que a obediência a Cristo significa para nós! Significa que, na Sua força, nós também podemos obedecer. Cristo era um ser humano. Ele serviu o Seu Pai celestial com toda a força da Sua natureza humana. Ele tem uma natureza dupla, humana e divina ao mesmo tempo. Ele é Deus e homem. Cristo veio a este mundo para nos mostrar o que Deus pode fazer e o que podemos fazer em cooperação com Deus. Na carne humana foi para o deserto para ser tentado pelo inimigo. Ele sabe o que é ter fome e sede. Ele conhece as fraquezas e as enfermidades da carne. Ele foi tentado em todos os pontos, tal como nós somos tentados. O nosso resgate foi pago pelo nosso Salvador. Ninguém tem de ser escravizado por Satanás. Cristo está perante nós como o nosso divino exemplo, o nosso Ajudador Todo-Poderoso. Fomos comprados por um preço que é impossível de calcular. Quem pode medir a bondade e a misericórdia do amor redentor? – Comentários de Ellen G. White, The SDA Bible Commentary, vol. 6, p. 1074.  Para avaliar plenamente o valor da salvação, é preciso compreender o que ela custou. Como consequência das ideias limitadas sobre os sofrimentos de Cristo, muitos atribuem pouco valor à grande obra da expiação. O glorioso Plano da Redenção humana foi produzido através do infinito amor de Deus, o Pai. Neste plano divino vê-se a mais maravilhosa manifestação de amor de Deus para com a raça caída. Um amor tal como o que se revela no dom do amado Filho de Deus causou pasmo aos santos anjos. … Humilhou-Se até à morte de cruz, a fim de que o homem pudesse ser exaltado a um lugar com Ele, no Seu trono. N’Ele temos uma oferta completa, um sacrifício infinito, um poderoso Salvador, capaz de salvar perfeitamente todos os que por Ele recorrem a Deus. Com amor Ele vem revelar o Pai, para reconciliar com Deus o homem, para fazê-lo nova criatura, renovado segundo a imagem d’Aquele que o criou.  O nosso Pai celestial fez um sacrifício infinito ao dar o Seu Filho para morrer pelo homem caído. O preço pago pela nossa redenção deve dar-nos uma exaltada compreensão do que nos podemos tornar por meio de Cristo. – A Maravilhosa Graça de Deus (Meditações Matinais, 1974), p. 158.

Sexta, 14 de Outubro. ESTUDO ADICIONAL: Os estudiosos do livro de Job que investigam o hebreu deparam-se com um fenómeno interessante. As palavras da mulher de Job dirigidas a este são traduzidas: “Amaldiçoa a Deus, e morre” (Job 2:9; tradução conforme o original em Inglês). Job 1:5 é traduzido: “porventura pecaram meus filhos e amaldiçoaram Deus no seu coração” (tradução conforme o original em Inglês). E Job 1:11 é traduzido: “Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não te amaldiçoa na tua face!” (tradução conforme o original em Inglês). No entanto, em cada um destes casos, a palavra traduzida “amaldiçoa” vem de uma palavra hebraica que significa “abençoa”. A palavra hebraica, da raiz brk, é usada em toda a Bíblia com o sentido de “abençoar”. É a mesma raiz usada em Génesis 1:22, quando Deus “abençoou” as criaturas que fizera. A mesma raiz é usada no Salmo 66:8: “Bendizei, povos, ao nosso Deus.” Então, por que razão é o mesmo verbo, que significa “abençoar”, traduzido por “amaldiçoar” nestes poucos textos? Primeiro, se a ideia de “abençoar” fosse o significado destes textos em Job, os textos não fariam sentido. Em Job 1:5, por que razão quereria Job oferecer sacrifícios a Deus para o caso de os seus filhos terem “abençoado” Deus no coração deles? O contexto exige um sentido diferente. O mesmo se a com Job 1:11 e 2:5. Por que razão pensaria Satanás que, se a calamidade caísse sobre Job, ele abençoaria Deus? O contexto exige que o significado da palavra nestes textos seja “amaldiçoar”. Além disso, por que razão Job censuraria a sua mulher por ela lhe dizer para abençoar Deus (Job 2:9 e 10)? Dado o contexto, o texto só faz sentido, se se aplicar a ideia de “amaldiçoar”. Então, porque não usou o autor do livro de Job uma das palavras comuns para “amaldiçoar”? Os eruditos creem que se trata de um eufemismo, porque a ideia de pôr por escrito o conceito de se amaldiçoar Deus ofendia a sensibilidade religiosa do autor (podemos ver a mesma coisa em I Reis 21:10, 13, onde a palavra traduzida “blasfemar” tem por raiz brk, “abençoar”). Assim, Moisés (o autor do livro de Job) usou a palavra “abençoar” em vez da palavra “amaldiçoar”, embora fosse evidente que a intenção era expressar a ideia de amaldiçoar. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: 1.Em tempos de crise, porque é tão natural para as pessoas questionarem a realidade da existência de Deus ou questionarem o modo como Deus é? No meio da dura realidade de se viver num mundo caído, um mundo em que o Grande Conflito é real, por que razão devemos manter a realidade da Cruz sempre diante de nós? 2.Embora conheçamos o pano de fundo do que estava a acontecer na história de Job, tanto quanto podemos dizer, Job não o conhecia. Tudo o que ele conhecia eram as calamidades que caíram sobre ele. Ele não conhecia o quadro geral da situação. O que nos deve isto dizer sobre como, no meio das provas, precisamos de nos lembrar de que há um quadro geral que frequentemente não vemos, nem compreendemos, e como podemos aprender a retirar conforto desta compreensão?   Ano Bíblico: Marcos 1-3. SOP-CM / Trazendo Descrédito à Causa de Deus 253

Comentários de Ellen G. White, Leitura Adicional: Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, “O mundo é chamado às contas”, p. 39.

Moderador Texto-Chave: Job 2; Génesis 3:1-8. Com o Estudo desta Lição, o Membro da unidade de ação Vai:

Aprender: A analisar como o Grande Conflito se desenrola na vida de Job e prenuncia a vida de Cristo no meio da dor e do sofrimento.

Sentir: Apreço por Job ter aceitado as suas circunstâncias e a sua adesão a Deus como única resposta piedosa adequada à tentação.

Fazer: Decidir emular a integridade de Job ao lidar ele com a tragédia e a dor, mesmo no contexto da sugestão para abandonar Deus vinda da parte da sua mulher.    Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: Job e Cristo. A. Que semelhanças descobre entre Job e Jesus Cristo? B. De que modo o sofrimento de Cristo vai muito além do sofrimento que Job experimentou?   II. Sentir: Como Sobreviver aos Ataques de Satanás. A. Satanás atacou Cristo onde tinha ficado no caso de Adão e Eva, isto é, com uma tentação na área dos desejos físicos. Porquê? B. Como reagiu Job àquela que foi, possivelmente, a pior tentação, isto é, a sugestão da sua mulher para que abandonasse Deus?   III. Fazer: Pratique uma Vida de Integridade. A. O exemplo de Job é algo demasiado extremo para que nos possamos identificar com ele ou experimentamos nós adversidades semelhantes? Explique. B. Como posso eu viver à altura do exemplo de Job? Preciso de sofrer em silêncio? Porquê ou porque não?  

Sumário: O envolvimento de Job (e o nosso) no Grande Conflito não ocorreu necessariamente num nível teológico, mas num nível muito pessoal. O seu sofrimento foi uma forte tentação para negar Deus (e ainda é também para nós), mas a sua fidelidade dá-nos coragem na adversidade. E a vitória de Cristo sobre a tentação e a Sua disponibilidade para ar pelo sofrimento proporcionam-nos esperança para que mantenhamos a nossa integridade.   CICLO DA APRENDIZAGEM   1º O – motivar!   Realce da Escritura: Job 2:1-10. Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: O diálogo entre Satanás e Deus na corte celestial expõe a grande questão em jogo no Grande Conflito, a saber: o caráter de Deus. É Deus um tirano, que manipula os seres humanos, quer pelo medo, quer pelo suborno, de modo a submetê-los a Si e a levá-los à obediência – como Satanás pretende que Deus seja – ou é Ele um Pai amoroso, que envia o Seu próprio Filho para morrer na cruz, de modo a pagar o preço pelos nossos pecados? A imagem que tiver de Deus irá determinar a sua posição nesta batalha cósmica e a sua reação à dor e ao sofrimento.    Só para o Dinamizador: Em todo o sofrimento de Job, a única aparição da sua mulher na história deve ter sido um dos golpes mais duros que ele teve de ar. A sugestão dela para que amaldiçoasse Deus e morresse pode, na verdade, ter surgido de um coração comivo que simplesmente já não podia mais ar a imagem do sofrimento do seu marido. No entanto, as suas palavras significam, ainda assim, um convite para desistir, favorecendo as mentiras de Satanás sobre Deus. Job percebeu isso mesmo. Com que frequência ficamos completamente sós no nosso sofrimento, não sendo mesmo compreendidos por aqueles que mais nos amam? No entanto, embora a mulher de Job não volte a aparecer no livro, o nascimento de outros sete filhos e de outras três filhas aponta também, possivelmente, para a restauração do relacionamento de Job com a sua mulher.   Atividade de Abertura: Embora os Dez Mandamentos nos digam claramente que não devemos fazer para nós uma imagem física (“esculpida”) de Deus (Êxo. 20:4 e 5), todos nós temos imagens de Deus na nossa mente. A Bíblia está cheia de metáforas aplicadas a Deus. (Uma metáfora é uma palavra ou uma frase que designa uma coisa e que é usada para referir uma outra coisa de modo a mostrar ou sugerir que ambas as coisas são semelhantes.) Estas metáforas ajudam-nos, através do uso de imagens ou de representações por palavras, a relacionarmo-nos com a realidade infinita de um Deus que a nossa mente

não pode abarcar. Essas comparações ajudam-nos a compreender algo sobre Ele. Dando simplesmente uma vista de olhos aos Salmos, descobrimos uma ampla variedade de imagens literárias sobre Deus sob a forma de metáforas. Por exemplo, nos Salmos encontramos Deus como um pastor (Sal. 23:1), Deus como juiz (Sal. 7:11), Deus como Pai (Sal. 89:26), Deus como uma Rocha e uma Fortaleza (Sal. 18:2), e Deus como um guerreiro (Sal. 78:65 e 66). Esta lista poderia continuar indefinidamente. Através de todas estas metáforas, Deus revelou-Se de modo a que nós possamos saber Quem Ele é e como opera, especialmente para que possamos conhecer os Seus traços centrais de caráter, isto é, o Seu amor e a Sua justiça. Por outro lado, o objetivo de Satanás tem sido, consistentemente, distorcer a imagem de Deus e convencer a Humanidade a crer nas suas maquinações acerca do caráter de Deus. Qual é a sua imagem pessoal de Deus e como afeta ela a sua relação com Ele? E, ainda mais importante, como está a sua imagem de Deus fundamentada na Bíblia?   2º O – analisar!   Só para o Dinamizador: Poder-se-ia terminar o livro de Job depois de Job 2:10. Após perder todas as suas posses, os seus filhos e a sua saúde, ele recebe um golpe devastador sob a forma da sugestão da sua mulher para que amaldiçoe Deus e morra. É interessante que, nesta agem, o texto hebreu diga “abençoa” em vez de “amaldiçoa”, usando um eufemismo de modo a evitar a combinação impensável das palavras “Deus” e “amaldiçoa” numa mesma frase. Na resposta de Job, Ele compara as palavras dela com as de uma mulher louca, mas não a condena. No entanto, ele resiste à tentação de optar pela saída “fácil” do sofrimento. Desistir de Deus e morrer em paz é a tentação mais forte a que ele tem de resistir. E resiste. Deus é justificado e Satanás desaparece. Caso encerrado. No entanto, o livro continua ou, antes, realmente começa aqui. E assim, durante os quarenta capítulos seguintes, lemos sobre os conflitos íntimos de Job à medida que ele procura lidar com o seu sofrimento e com o Deus que tem a sua vida nas Suas mãos.    Comentário Bíblico   Há um certo número de questões teológicas importantes suscitadas no segundo capítulo do livro de Job que estudámos esta semana. Torna-se claro que o sofrimento de Job é, realmente, um momento de tentação que ecoa a tentação original apresentada em Génesis 3 e que prenuncia a tentação de Jesus registada em Mateus 4. E depois há o acusador (Satanás) e Aquele que ele acusa (Deus), ambos envolvidos num conflito que está subjacente a este capítulo.   I. Tipologia

(Recapitule com a Unidade de Ação Génesis 3:1-8; Mateus 4:1-11.) As tipologias criam um elo importante entre o Velho e o Novo Testamentos, focando-se na função e no ministério de Jesus Cristo. A tipologia pode ser definida como sendo o estudo de várias pessoas, eventos ou instituições da história da salvação que são especialmente designadas por Deus para terem um cumprimento antitípico e escatológico em Cristo e nas realidades do Evangelho. Todo o sistema sacrificial do Velho Testamento fornece um bom caso típico de estudo em tipologia, apontando para Cristo como o cumprimento dos seus diversos aspetos e serviços. A tentação de Job ecoa a tentação inicial de Adão e Eva no Jardim do Éden (Gén. 3:1-8), embora existam algumas diferenças importantes: a tentação original ocorre no contexto do belo Éden, enquanto a tentação de Job ocorre no meio da tragédia, do sofrimento e da morte. Outra diferença importante é o facto de que o primeiro casal humano cai em tentação, enquanto Job resiste à tentação de amaldiçoar Deus e cair em pecado; deste modo, ele torna-se num tipo de Cristo, que também resistiu às tentações no deserto. Precisamos de tomar em consideração que o antítipo (Cristo) é sempre maior e mais completo do que o tipo (Job), e que o facto de Cristo vencer a tentação representa a vitória sobre o pecado no Grande Conflito. Pense Nisto: O que significa para nós, nas nossas tentações, o facto de Job resistir à tentação de “amaldiçoar” Deus?   II. O o de Satanás ao Céu (Recapitule com a Unidade de Ação Job 1:6; 2:1; Lucas 10:18; Apocalipse 12:3, 7-9.) Uma das questões intrigantes que surgem do estudo de Job 1 e 2 é o livre o ao Céu de que Satanás parece gozar. Por duas vezes, Satanás vem à presença de Deus (Job 1:6; 2:1). Mas é interessante notar que, em ambos os casos, é Deus que inicia o diálogo e que pede a Satanás que dê conta das suas ações. É evidente que Deus tem claramente o controlo, mesmo sobre o o de Satanás ao Céu. Também é interessante notar que, após a sua segunda tentativa falhada para tentar Job para que rejeitasse Deus, Satanás desaparece completamente do livro de Job, quase do mesmo modo como desaparece depois da terceira tentação de Jesus no deserto. Em contraste com isto, um certo número de versículos na Bíblia fala claramente sobre o paradeiro de Jesus após as tentações no deserto e sobre o Seu o ao trono de Deus. A existência de Satanás no Céu, num dado momento, está na Bíblia. Apocalipse 12:7-9 descreve, numa retrospetiva, o modo como o Grande Conflito começa com uma batalha no Céu, que termina com a precipitação de Satanás do Céu para a Terra, juntamente com um terço dos anjos (Apoc. 12:4). Embora seja difícil impor uma linha cronológica contínua entre eventos que ocorrem no Céu e na Terra, esta expulsão ocorreu antes da criação da Terra, lugar onde Satanás tenta, pela primeira vez, a mulher no Éden (Gén. 3:1-8), e depois luta com a semente da mulher (Gén. 3:15), Jesus Cristo, durante a vida d’Este na Terra. Durante os tempos do Antigo Testamento, Satanás tem ainda o limitado ao Céu (Job 1:6; 2:1; compare também Zac. 3:1), mas tal ocorre sempre com a autorização e sob a autoridade de Deus. A Cruz

representa o momento em que a vitória sobre os poderes do mal se torna visível. O o de Satanás ao Céu aparentemente já não prossegue (compare Lucas 10:18; João 12:31). Satanás está, assim, limitado à Terra, local onde acabará por ser acorrentado durante o milénio (Apoc. 20).   Pense Nisto: De que modo o estudo do o de Satanás ao Céu ilumina a sua compreensão dos limites impostos por Deus ao poder do tentador na sua vida?   III. O Juízo de Deus (Recapitule com a Unidade de Ação I Coríntios 4:9; Apocalipse 14:7.) Há uma ambiguidade interessante no começo das mensagens dos três anjos em Apocalipse 14:7. A “hora do juízo” pode referir-se ao juízo em que Deus atua como Juiz, mas pode também referir-se ao facto de Ele ser julgado. Parece ser uma ambiguidade intencional, dado que os dois sentidos têm uma mensagem teológica importante. Embora Deus seja certamente o Juiz que preside ao juízo final, tanto na sua fase investigativa (1844), como na sua fase executiva (a Segunda Vinda de Cristo, o milénio e a destruição do mal), Ele também Se submeteu, com toda a transparência, ao escrutínio do Universo, sendo tanto o Grande Conflito como o Plano da Salvação, coletivamente, um espetáculo ao mundo e aos anjos. Todo o Universo irá reconhecê-l'O como um Deus de amor e de justiça, exatamente as duas características de Deus que Satanás tentou distorcer.   Pense Nisto: O que significa ser um espetáculo ao Universo? Só para o Dinamizador: Deus demonstra ter uma paciência incrível com os ataques de Satanás a Job – os quais são, em última análise, dirigidos contra Si –, pois Ele sabe que a Cruz responderia a todas as questões. Mesmo as questões de Job.   Perguntas para Reflexão: 1. Pense numa ocasião em que você, ou alguém que conhece, foi falsamente acusado. Como reagiram e como terminou a situação? 2. De que modo tem experimentado a paciência de Deus na sua vida? Porque foi Ele tão paciente com Satanás?  

4º O – aplicar!

  Só para o Dinamizador: Satanás ainda é o pai de todas as mentiras, que continua a insinuar mentiras acerca dos filhos de Deus.   Atividade Individual: o 1: Em casa, escreva uma lista de mentiras sobre si mesmo que Satanás tem tentado segredar ao seu ouvido. Esta pode ser uma experiência dolorosa. o 2: Pegue nesta lista e queime-a (ou destrua-a permanentemente de uma outra forma), sabendo que Deus o ama e o vê através da realidade do sacrifício de Cristo na cruz, onde Ele o salvou.