MANUAL DO CURSO
UFCD 3553 “Saúde mental na 3ª
idade”
Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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Formadora: Ana Cardoso Setembro 2014
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ÍNDICE
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0
–
INTRODUÇÃO PÁGINAS
………………………………................................................................ ................ I – SAÚDE MENTAL E RECURSOS
4
……………………………………………………….……………. 1. A saúde mental na 3ª idade ...……..………. ……………................................................ 1.1.
Definição
de
Saúde
4
Mental
.
……............................................................................ 1.2. Promoção da Saúde . ……............................................................................................
PSICOPATOLOGIA
DA
6
PESSOA
…………………………………….……………………. 2. O NORMAL E O
IDOSA PATOLÓGICO
................................................................................................... 2.1. Conceito de doença mental .…….…. …………….................................................... 3. ENVELHECIMENTO NORMAL
4 5
1.3. Saúde mental e comunidade . ……......................................................................... II-
3
E
PATOLÓGICO
....................................................................... 4. AS
6 6 6 8
DEMÊNCIAS
.....................................................................................................
11
...................... 4.1.
Demência
de
Alzheimer
.
…….................................................................................. 4.2. Demência de Parkinson . ……..................................................................................
14
4.3. Demência Vascular . ……........................................................................................... 5.
DEPRESSÃO
NA
PESSOA
15
IDOSA
............................................................................................... 6. PSICOPATOLOGIA DO DELÍRIO ………………………………………………………………..….. 7. OUTRAS PERTURBAÇÕES MENTAIS PRESENTES IDOSO……………………………….. III – RECURSOS COMUNITÁRIOS
DE
11
NO APOIO
………………………………………………………. 8. RESPOSTAS SOCIAIS À VELHICE ………………………….. ……………….………………….….. 8.1. Família……....……..……………………………………….…. ……………........................... 8.2. Hospital……....……..…….…. ……………........................................................................
16 20 22 24 24 24 26
Mod.: 8.2. 035.0Centro
de dia……....……..…….…. 26 ……………............................................................... MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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8.2. Lar ……....……..…….…. …………….....................................................................................
26
0 - INTRODUÇÃO O envelhecimento das populações é cada vez mais um fenómeno a nível mundial, sobretudo nos países mais desenvolvidos. A OMS (Organização Mundial de Saúde, 2001) fez uma projecção que aponta para um 1,2 biliões de pessoas entre os 60 e os 80 anos, sendo que a maior parte destas pessoas (75%) vive nos países considerados desenvolvidos.
Tendo
em
conta
as
grandes
transformações
demográficas sobretudo nos países europeus, no que diz respeito ao envelhecimento da população o debate e a troca de impressões sobre os aspectos sociais deste fenómeno têm vindo a estar cada vez mais na ordem do dia. Envelhecer com saúde, autonomia e independência, o mais
tempo
possível,
constitui
assim,
hoje,
um
desafio
à
responsabilidade individual e coletiva, com tradução significativa no desenvolvimento económico dos países. Portugal viu nas últimas décadas uma mudança muito significativa em relação à evolução demográfica, sendo que actualmente os problemas com os quais se depara e se questiona são em tudo semelhantes aos restantes países da união europeia. A população continua a aumentar a sua esperança média de vida a par de uma baixa taxa de natalidade, como resultado a população vai envelhecendo cada vez mais. Coloca-se, pois, a questão de pensar o envelhecimento ao longo da vida, numa atitude mais preventiva e promotora da saúde e da autonomia. Do mesmo modo, importa reduzir as incapacidades, numa atitude de recuperação global precoce e adequada às necessidades individuais
e
familiares,
envolvendo
a
comunidade,
numa
responsabilidade partilhada, potenciadora dos recursos existentes e dinamizadora de ações cada vez mais próximas dos cidadãos. O envelhecimento não é um problema, mas uma parte natural do ciclo de vida, sendo desejável que constitua uma oportunidade para viver de forma saudável e autónoma o mais tempo possível, o que Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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implica uma adequação dos serviços de saúde e de apoio social às novas
realidades
envelhecimento
sociais
individual
e e
familiares demográfico
que e
um
acompanham
o
ajustamento
do
ambiente às fragilidades que, mais frequentemente, acompanham a idade avançada. Cada vez mais, torna-se fundamental manter a pessoa idosa no seu meio social tendo em vista o seu bem-estar físico, psíquico e emocional.
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I – SAÚDE MENTAL E RECURSOS 1.
A Saúde Mental na 3ª idade 1.1
Definição de Saúde Mental
A saúde como um “Estado físico e mental em que é possível alcançar todas as metas vitais, dadas as circunstâncias” (Nordenfelt, 2001). Há autores que defendem que a saúde deve ser encarada como “A medida em que um indivíduo ou grupo é capaz, por um lado, de realizar aspirações e satisfazer necessidades e, por outro, de lidar com o meio ambiente. A saúde é, portanto, vista como um recurso para a vida diária, não o objetivo dela; abranger os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas, é um conceito positivo” (OMS, 2009) Em contrapartida, a SAÚDE MENTAL é definida como “Nível de qualidade de vida cognitiva e/ou emocional ou a ausência de uma doença mental” ou considerando a psicologia positiva, “Capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as actividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica”. A Saúde Mental pode ser entendida como o equilíbrio psíquico que resulta da interacção da pessoa com a realidade. Essa realidade é o meio
circundante
que
permite
à
pessoa
desenvolver
as
suas
potencialidades humanas e, normalmente, essas potencialidades estão estreitamente associadas à satisfação das necessidades humanas. Uma das principais necessidades humanas básicas, para o idoso ou qualquer um outro, é a chamada Autonomia. Esta, diz respeito à capacidade que tem a pessoa para valer-se de si mesmo, interactuar com o ambiente e satisfazer suas necessidades. 1.2
Promoção da Saúde
É inquestionável que os problemas de saúde mental representam um grave problema de saúde pública. Os custos diretos (despesas assistenciais) e indiretos (p.ex. baixas por doença) da perturbação Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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mental, atingem uma magnitude preocupante, estimando-se que o impacto mundial acumulado que representa em perda de produtividade económica possa ascender a 16.3 mil milhões de dólares entre 2011 e 2030. Neste contexto, na 66.ª Assembleia Mundial de Saúde, os EstadosMembros da Organização Mundial de Saúde aprovaram um Plano de ação para 2013-2020 assente em quatro grandes objetivos: reforçar uma
liderança
eficaz
na
saúde
mental;
implementar
respostas
comunitárias de saúde mental compreensivas, abrangentes, integradas e íveis, incluindo serviços de apoio social; implementar estratégias de promoção e prevenção em saúde mental; e fortalecer os sistemas de informação e de investigação no domínio da saúde mental. As pessoas afetadas por problemas de saúde mental são muitas vezes incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas, devido a falsos conceitos, que importa esclarecer e desmistificar, tais como: as doenças mentais são fruto da imaginação; as doenças mentais não têm cura; as pessoas com problemas mentais são pouco inteligentes, preguiçosas, imprevisíveis ou perigosas,etc. Estes mitos, a par do estigma e da discriminação associados à doença mental, fazem com que muitas pessoas tenham vergonha e medo de procurar apoio ou tratamento, ou não queiram reconhecer os primeiros sinais ou sintomas de doença. O tratamento deverá ser sempre procurado, uma vez que a recuperação é tanto mais eficaz quanto mais precoce for o tratamento. Mesmo nas doenças mais graves é possível controlar e reduzir os sintomas e, através de medidas de reabilitação, desenvolver capacidades e melhorar a qualidade de vida. 1.3
Saúde mental e comunidade
Ao longo da vida, todos nós podemos ser afetados por problemas de saúde mental, de maior ou menor gravidade. Algumas fases, como a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o envelhecimento, ou acontecimentos e dificuldades, tais como a perda de familiar próximo, o Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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divórcio, o desemprego, a reforma e a pobreza podem ser causa de perturbações da saúde mental. Factores genéticos, infeciosos ou traumáticos podem também estar na origem de doenças mentais graves. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 30% da população mundial sofre de alguma doença mental. Desse total, 154 milhões de indivíduos sofrem de depressão e 25 milhões de esquizofrenia. Sensivelmente, 40 mil mortes são atribuídas às patologias psiquiátricas, como depressão bipolar, esquizofrenia e stress pós-traumático. Segundo dados do 1.º Relatório do “Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental”, Portugal “tem, em conjunto com a Irlanda do Norte, a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas na Europa”; “cerca de 65% de pessoas com uma perturbação psiquiátrica não tem qualquer tratamento” e “o tempo que medeia entre o começo das perturbações psiquiátricas e o momento em que se inicia o seu tratamento varia, na maior parte dos casos, entre um e quatro anos”. Paralelamente, sabemos existir um reduzido número de profissionais não médicos integrados na rede de cuidados de saúde mental, bem como falta de formação adequada nos modelos de intervenção de eficácia comprovada para responder aos múltiplos desafios que as pessoas com experiência de uma perturbação mental e seus familiares enfrentam. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, 5% da população nacional já teve um episódio de depressão grave. A doença bipolar é a perturbação com maior incidência em Portugal, afetando cerca de 200 mil pessoas, seguida pela esquizofrenia com 100 mil indivíduos.
II – PSICOPATOLOGIA DA PESSOA IDOSA Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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2.
O normal e o patológico 2.1
Conceito de doença mental
A doença mental, tal como a maioria das doenças, é multifactorial, ou seja, resulta da combinação de diferentes factores. Assim é na conjugação da nossa base genética com o meio que nos envolve e seus momentos ou períodos importantes (facilitadores/desencadeadores) que a doença pode surgir, repentinamente ou de forma mais insidiosa. Uma das clássicas formas de olhar para as causas da doença mental, subdivide-as em doenças de causa endógena (resultado de factores hereditários e constitucionais), em doenças de causa exógena, sendo que estas, ao contrário das primeiras, são mais reactivas aos acontecimentos do dia-a-dia e menos dependentes da nossa genética, biologia e fisiologia. Popularmente há tendência para se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com o seu comportamento, com a sua adequação às conveniências socioculturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc. Medicamente, a Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive. De acordo com a NAMI (Aliança Nacional de Doenças Mentais): as doenças
mentais
são
distúrbios
graves
que
causam
alterações
biológicas no cérebro e são debilitantes em diferentes graus. Os sintomas
destas
doenças
tipicamente
começam
a
aparecer
na
adolescência ou idade adulta jovem. A doença mental atinge cerca de 5% dos adultos e 9% das crianças e dos adolescentes. Há muitos equívocos a respeito das doenças mentais. Isto infelizmente contribui para o facto de muitas pessoas não procurarem tratamento.
Não
tratada,
a
doença
mental
pode
resultar
em
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desemprego, abuso de substâncias psicoativas, deterioramento das relações interpessoais, e nos casos mais graves, isolamento e suicídio. A fim de conquistar o estigma da doença mental, é importante compreender que estas condições não estão relacionadas com o carácter, inteligência, ou vontade. Doenças mentais são doenças como quaisquer outras, e com intervenções modernas, são altamente tratáveis. Problemas de saúde mental mais frequentes:
Ansiedade Mal-estar psicológico ou stress continuado Depressão Dependência de álcool e outras drogas
Perturbações psicóticas, como a esquizofrenia
Atraso mental
Demências Estima-se que em cada 100 pessoas 30 sofram, ou venham a
sofrer, num ou noutro momento da vida, de problemas de saúde mental e que cerca de 12 tenham uma doença mental grave. A depressão é a doença mental mais frequente, sendo uma causa importante de incapacidade.
3. Envelhecimento normal e patológico A delimitação entre o normal e o patológico é, por vezes, extremamente difícil de estabelecer. Esta delimitação baseia-se geralmente em
critérios
estatísticos,
considerando-se
normal o comportamento mais frequente e concordante com os valores estabelecidos e aceites em determinada sociedade.
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É
um
facto
que
sendo
nós,
seres
sociais,
nos
medimos
comparativamente à média da restante população. À medida que crescemos é suposto interiorizarmos regras e normas que facilitam a nossa adaptação na sociedade, a nossa comunicação e a sermos aceites pelos outros. Mas vários autores consideraram a norma ou o conceito de normalidade perigosamente limitativo para a existência individual, colocando de lado a experiência de vida que cada um de nós tem e causadora de angústia para aqueles que não estão de acordo com a suposta regra social. É humanamente impossível que pessoas com histórias de vida diferentes
tenham
os
mesmos
comportamentos
e
os
mesmos
sentimentos. E tendo em conta que a noção de normalidade está intrinsecamente ligada ao conceito social e cultura, não poderemos esquecer que as sociedades não são todas iguais e cada uma tem também a sua própria noção do que é ou não aceite como normal. Por isso aquilo que é normal numas culturas já não o é noutras. Envelhecimento normal vs envelhecimento patológico: As alterações biológicas e psicológicas devidas ao envelhecimento ocorrem normalmente de forma gradual, ao longo de anos ou décadas,daí que não existe uma idade determinada em que as pessoas possam ser consideradas velhas. Os gerontologistas, especialistas no domínio da 3ª idade consideram que:
Velhos-jovens (abaixo dos 75 anos de idade)
Velhos-velhos (acima dos 75 anos de idade)
Velhos-mais velhos (85 anos de idade ou mais) Relativamente ao contexto social de envelhecimento, deve
salientar-se que na 3ª idade ocorrem mudanças/perdas de papéis, estatuto educacional, laboral e financeiro, casamento e viuvez, ao nível da participação da família, dos amigos e de grupos. Por tudo isto é que estar socialmente envolvido e dependente de outros parece ser Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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importante para se envelhecer com êxito, tanto subjectiva como objectivamente. A este nível, revela-se essencial e necessário identificar fontes de apoio social, bem como facilitar os plenos de sentido para os que carecem de redes sociais e promover a reciprocidade na ajuda. Em suma, “Ser necessário aos outros e contribuir para a família ou a sociedade como um todo enquanto factores importantes para se manter o sentimento de autovalor, tal como lamentar a perda de antigas aptidões e papéis sociais”. Características do Envelhecimento Normal Enquanto uma pessoa envelhece, o seu organismo a por diversas alterações na sua estrutura e funções. Este processo normal, conhecido por senescência, ocorre de forma gradual e expressa-se com manifestações características. De todas elas, as que acontecem no sistema nervoso são de uma importância fundamental. Observou-se que o volume do tecido cerebral diminui de forma gradual e variável. Esta
situação
resulta
da
redução
da
quantidade ou do tamanho de algumas das células que formam parte do cérebro, os neurónios.
Ao
mesmo
tempo
ocorre
um
aumento do volume do líquido que se encontra normalmente dentro do sistema nervoso. A combinação de ambas as alterações é conhecida por atrofia cerebral. Estas modificações podem acompanhar-se de algumas alterações nas
funções
intelectuais;
assim,
verifica-se
uma
lentificação
generalizada de todos os processos mentais. Entre as manifestações mais marcantes podem mencionar-se a diminuição da capacidade de memorização,
aquisição
e
retenção
de
nova
informação.
É
característico, por exemplo, que um idoso tenha dificuldades em evocar um nome ou uma data específica de uma experiência cuja memória Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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está intacta. Esta alteração da memória praticamente não agrava com o ar dos anos e pode não interferir com as actividades quotidianas. Além
das
alterações
mencionadas,
o
envelhecimento normal pode acompanhar-se de outras manifestações neurológicas.
Perturbações do equilíbrio Postura encurvada Lentificação da marcha, com os mais
curtos Maior sensibilidade à luz intensa e menor
adaptação ao escuro Surdez variável, especialmente
agudos Diminuição do gosto e do olfacto Redução da velocidade e potência musculares
para
sons
Características do Envelhecimento Patológico No envelhecimento patológico ocorre um declínio significativo das funções cognitivas:
Alteração e deterioração da memória para registar, armazenar
e recuperar informação nova; Perda de conteúdos referentes à família e ado; Alteração e deterioração do pensamento e raciocínio com
redução do fluxo de ideias e diminuição da atenção, etc. Défice significativo nas diversas áreas que permitem a
execução de tarefas da vida diária (vestir, comer, etc.); Alterações da linguagem; Alteração da “Consciência clara”; Sintomatologia presente durante pelo menos 6 meses.
4. As demências As Demências são classificadas como um transtorno cognitivo, pois apresentam múltiplos défices cognitivos (incluindo a memória, a Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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linguagem e a inteligência) decorrentes dos efeitos fisiológicos de uma condição médica geral, dos efeitos de uma substância ou de múltiplas causas. Pacientes
com
demência
costumam
apresentar
dano
da
linguagem, reconhecimento, identificação de objectos e capacidades motoras. 4.1
Demência de Alzheimer
A doença de Alzheimer ou simplesmente Alzheimer, é uma doença degenerativa actualmente incurável mas que possui tratamento. O tratamento permite melhorar a saúde, retardar o declínio cognitivo, tratar os sintomas, controlar as alterações de comportamento e proporcionar conforto e qualidade de vida ao idoso e sua família. Na doença de Alzheimer uma diminuição do tamanho geral do cérebro, em resultado da perda de neurónios. Factores de risco •
Idade;
•
História Familiar;
•
Um baixo nível de educação (a actividade intelectual parece exercer um efeito protector);
•
Tabagismo
•
Inactividade Física
•
Depressão
•
Hipertensão
•
Obesidade
•
Diabetes
Incidência Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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Evolução da doença A
doença
de
Alzheimer
tem
início
com
pequenos
esquecimentos,
evoluindo até a pessoa ficar completamente dependente. Esta evolução acontece, em média, durante 8 anos mas em alguns casos pode levar até 20 anos para acontecer. Na fase precoce, os idosos começam a ter perda de memória e, frequentemente, esquecem-se da comida no forno, onde deixaram as chaves, a carteira e outros objectos pessoais. Além disso, aparecem sinais da dificuldade em reconhecer amigos, pessoas da família e lugares conhecidos. Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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Já na fase moderada, a perda de memória é mais evidente, a capacidade de decisão fica alterada e, na maioria dos casos, a pessoa não percebe essas mudanças. Nesse momento, revelam-se também alguns outros sintomas, como dificuldade em nomear e identificar objectos, sons e formas, e problemas para fazer movimentos precisos – como copiar um desenho. A desorientação, tanto de espaço quanto de tempo, torna-se um risco, pois o idoso pode se perder facilmente na rua. Após algum tempo, as transformações na linguagem também ficam mais evidentes. A dificuldade de nomeação evolui para perdas de identidade, compreensão e capacidade de conversar. Outros sinais característicos desse estágio são as ideias paranóicas e persecutórias, a agitação, a agressividade, os distúrbios de sono e os questionamentos repetitivos. Na fase severa, todas as funções mentais estão prejudicadas, o problema de fala progride até à perda total, e as pessoas tornam-se dependentes em todas as actividades do dia-a-dia, inclusive nas mais simples, como comer, tomar banho, trocar de roupa e andar. Tratamento Não existe cura para o Alzheimer, no entanto, existem cuidados a ter para manter a qualidade de vida do idoso. Existem, basicamente, para estes pacientes, quatro tipos principais de terapias: •
Terapia da orientação para a realidade: trabalha os aspectos cognitivos e intelectuais, memória etc.
•
Terapia física: melhora e manutenção das condições físicas, motoras e respiratórias.
•
Terapia
ocupacional:
maximiza
o
desempenho
para
as
actividades da vida diária. •
Terapia ambiental: sugere e indica mudanças e adaptações ambientais no domicílio e nas instituições, com o propósito de facilitar o dia-a-dia e prevenir acidentes.
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Prevenção Alguns estudos mostraram que manter actividades intelectuais como a leitura, jogos que exercitam o cérebro, assim como exercer alguma actividade física (caminhada, etc.) tem um forte efeito positivo sobre o Alzheimer. Tratar a hipertensão, colesterol, diabetes, não fumar, assim como manter uma alimentação rica em frutas constituem também um meio eficaz de prevenir demências como o Alzheimer.
4.2
Demência na Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa de Progressão lenta que afecta principalmente a mobilidade. Uma das alterações nãomotoras mais comuns na doença de Parkinson (DP) é a demência. Sintomas
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Outros sintomas •
Bradicinesia:
Lentidão dos movimentos causada pelo atraso na transmissão de instruções do cérebro para o resto do corpo; •
Depressão
•
Ansiedade
•
Instabilidade Postural
•
Bradifrenia: Pensamento lento
Progressão da Doença
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O doente fica susceptível e fraco, aumentando o risco de infecções e outros episódios com potencial mortal. 4.3
Demência Vascular
A Demência Vascular é a segunda causa mais comum de Demência. Ela tende a apresentar um início um tanto mais precoce que a Doença de Alzheimer e, ao contrário da Doença de Alzheimer, os homens são mais frequentemente afectados que as mulheres, contudo, muitas vezes ela acaba sendo confundida com a doença de Alzheimer. O início da Demência Vascular é tipicamente súbito, seguido por um trajecto flutuante e gradual, caracterizado por rápidas alterações no funcionamento, ao invés de uma progressão lenta. A duração, entretanto, pode ser altamente variável, e um início insidioso com declínio gradual também é encontrado. A demência vascular cerebral é muito mais comum do que se pensa e pode ser evitada. Ela caracteriza-se por múltiplos acidentes vasculares cerebrais (avc’s) que vão ocorrendo no cérebro ao longo da vida do indivíduo, estes vão-se somando e estão associadas a uma história de declínio cognitivo. Às vezes, são pequenos episódios em que o indivíduo fica indisposto mas vai melhorando e não chega a ter conhecimento de que a causa daquela indisposição foi uma pequena isquemia, um pequeno derrame cerebral. A prevenção da demência vascular pode ser feita por meio de procedimentos simples, como controle de tensão arterial e dos níveis de colesterol no sangue, evitar gorduras e excesso de sal. Enquanto o Alzheimer é uma doença degenerativa que leva à morte dos neurónios, a demência vascular é uma doença dos vasos Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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sanguíneos
do cérebro
que, quando
afectados,
não
conseguem
compensar esse órgão de oxigénio e nutrientes e, assim, as conexões entre os neurónios se degeneram. Na demência vascular as alterações são vistas principalmente na parte branca, área do cérebro onde ficam as fibras de comunicação do órgão. Os sintomas clássicos são discretamente diferentes, pois a doença de Alzheimer apresenta perda de memória progressiva e a demência vascular, perda de memória em ‘degraus’.
5. Depressão na pessoa idosa Actualmente, verifica-se que a depressão é uma problemática subdiagnosticada e por conseguinte, subtratada porque apenas 35% dos idosos que têm depressão estão a tomar um antidepressivo. Este aspecto deve-se, muitas vezes, à crença de que os sintomas de depressão são normais ou expectáveis dada a idade do doente, as circunstâncias sociais (incluindo perdas recentes) e o estado médico e também porque os sintomas como perda de energia, falta de apetite e as perturbações do sono, são muitas vezes associados ao processo normal de envelhecimento. A depressão é um sentimento semelhante a tristeza, mas poderá não ter uma causa especifica inicialmente. A depressão é “um distúrbio da área afetiva ou do humor, com forte impacto funcional em qualquer faixa etária e com repercussões para a vida: redução da capacidade para pensar, sentir, interagir com o meio, trabalhar e etc…” Sintomas:
Humor depressivo durante a maior parte do dia, quase todos os dias
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Diminuição clara do interesse em todas ou quase todas as actividades durante a maior parte do dia, quase todos os dias
Perda/aumento de peso; diminuição/aumento do apetite;
Insónia/hipersónia quase todos os dias;
Agitação ou lentificação psicomotora quase todos os dias (observável por outros)
Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
Sentimentos
de
desvalorização
ou
culpa
excessiva
ou
inapropriada (não meramente autocensura ou sentimentos de culpa por estar doente)
Diminuição da capacidade de pensamento ou da concentração, ou indecisão
Pensamentos recorrentes acerca da morte (não somente acerca do medo de morrer), ideação suicida ou um tentativa de suicidio;
Desconhece-se a causa da maioria das depressões no idoso; se bem que
são apontados
os
seguintes
aspectos
que
intervêem
fisicamente com a questão depressiva: Vulnerabilidade genética; Determinada medicação e Doenças como hipotiroidismo. Em termos comportamentais e cognitivos verifica-se o conceito de “Desânimo Aprendido” (Seligman), associado aos declínios do vigor físico, da função sexual e da saúde em geral associados à sensação de desamparo ivo.
Tratamento “ Remédios para os sintomas. Diálogo para os problemas.”
Psicoterapia
Farmacoterapia
Associação das duas (ideal)
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(religião, e familiar, atividade física)
Ao falarmos de 3ª idade, é também essencial abordar a temática do “Luto”.
O
luto
normal
pode
apresentar
algumas
ou
todas
as
características da depressão, excepto ideias suicidas, psicose, perda grave da auto-estima e de funcionalidade e lentidão psicomotora.
Depressão (maior concentração em si próprio e no seu papel na perda, culpa e auto-estima reduzida);
Luto (centração no objecto perdido);
FASES DO LUTO 1. As primeiras semanas após a morte de uma pessoa querida... Entorpecimento,
choque,
incredulidade
e
sensação
de
vazio,
frequentemente acompanhados por ansiedade intensa, perturbação do sono e queixas somáticas 2. O 1º ano após a morte de um ente querido... Período de adaptação durante o qual ocorre o trabalho de elaboração cognitiva e afectiva, através de um processo de rememoração, fantasia e racionalização; termina com a aceitação da perda; 3. Depois do primeiro ano pós-perda ... Inicia-se uma fase de recuperação, durante a qual se dá uma redefinição do Eu sem a pessoa amada perdida DEPRESSÃO VS LUTO TRAUMÁTICO
Sintomas de sofrimento de separação (pensamentos sobre a pessoa falecida, ânsia e procura da pessoa falecida e sentimento de solidão que se segue à perda);
Sofrimento traumático (ausência de finalidade ou futilidade face ao futuro; sentimento de desligamento; “a vida não tem qualquer sentido”)
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6. Psicopatologia do delírio O delírio é uma disfunção cerebral global caracterizada por alterações
da
consciência
e
cognitivas
ao
nível
da
atenção,
pensamento, memória, percepção, discurso, emoções, comportamento psicomotor e do ciclo sono-vigília. O delírio tem prevalência alta nos doentes internados, o que contribui significativamente para a morbilidade e a mortalidade. Aproximadamente 15 a 25% dos doentes com cancro e 10 a 56% dos doentes idosos desenvolvem delírio durante o internamento. Na maioria dos casos, o delírio é secundário a uma doença física grave, intoxicação medicamentosa e abstinência a sedativos, álcool ou outra droga de abuso. O delírio, muitas vezes, não é reconhecido ou é diagnosticado de forma errada. Na maioria das vezes é confundido com depressão, demência ou psicose. Diversos estudos mostram que 57 a 80% dos pacientes idosos com distúrbios cognitivos não são diagnosticados pelos clínicos na issão hospitalar e, tratando-se de delírio, essa falha pode chegar a 70%. O delírio pode ser a única manifestação clínica consequente a um enfarte
agudo
do
miocárdio,
pneumonia,
septicemia,
distúrbios
metabólicos e hidroeletrolíticos em idosos hospitalizados. O seu reconhecimento conduz à imediata investigação, no sentido de se identificar precocemente a causa básica, salvando vidas. Sintomas A primeira característica do delírio é o distúrbio da consciência, que envolve alteração do nível de percepção do ambiente e redução da capacidade para se concentrar, manter ou mudar a atenção.
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O paciente idoso usualmente mostra-se desatento, letárgico, sonolento, incapaz de obedecer a ordens complexas ou manter raciocínio sequenciado, distraindo-se com muita facilidade. Por norma o doente com delírio não apresenta hiperactividade, agitação ou agressividade, excepto no delírio por abstinência ao álcool, benzodiazepínicos ou anti-depressivos tricíclicos. O paciente não estabelece o com o olhar e parece ignorar o ambiente e as pessoas, olha vagamente, sem direcção, e às vezes dorme enquanto está a ser examinado. Nos pacientes com delírio, a fala é arrastada e desconexa, a compreensão falha e a escrita é quase impraticável. Podem ocorrer ilusões e alucinações, no entanto, entre os idosos, são mais comuns erros de interpretação e identificação (por exemplo, a enfermeira que entra no quarto pode ser tomada por um agressor potencial ou o cônjuge por um impostor). A terceira característica do delírio é a sua instalação aguda e o seu curso flutuante. Desenvolve-se em horas ou dias, característica de grande importância cronológica no diagnóstico diferencial com a demência. É possível que o médico ao retornar à enfermaria poucas horas, ou mesmo minutos, após ter avaliado um paciente que se encontrava relativamente sonolento e apático, deparar-se com o mesmo inquieto, agitado, gritando, batendo, cuspindo, tentando sair do leito, querendo ir para casa ou fugir de visões e alucinações, muitas vezes aterrorizantes, em curso naquele momento. Os idosos são susceptíveis ao desenvolvimento de delírio como consequência de uma grande variedade de factores orgânicos que podem actuar isolados ou, com maior frequência, em associação (por exemplo, no pós-operatório de fractura do fémur o delírio pode dever-se a anemia e/ou toxicidade oriunda da medicação anestésica). O delírio costuma ocorrer devido à retirada brusca de medicação sedativa ou droga de abuso. Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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Muitos
pacientes
inoportunamente
do
ficam
leito,
inquietos,
arrancando
tentam
levantar-se
equipamento
endovenoso,
cateteres, sondas etc. No entanto, é mais comum o paciente mostrar redução da actividade psicomotora, com lentidão nas respostas. Também se verificam distúrbios emocionais como ansiedade, medo, depressão, irritabilidade, raiva, disforia ou apatia. Mudanças súbitas e imprevisíveis de um estado emocional para outro podem ocorrer em alguns pacientes, enquanto outros se mantêm estáveis. A maioria dos estudos mostra que em geral, durante a noite, os sintomas emocionais e a actividade psicomotora são mais intensos ou evidentes.
7. Outras perturbações mentais frequentes no idoso Perturbação bipolar Os sintomas bipolares em idosos são semelhantes àqueles de adultos mais jovens e incluem euforia, humor expansivo e irritável, necessidade de sono diminuída, fácil distracção, impulsividade e, frequentemente,
consumo
excessivo
de
álcool.
Pode
haver
um
comportamento hostil e desconfiado. O tratamento deve ser feito com medicação cuidadosamente controlada pelo médico. Perturbação de ansiedade Incluem perturbações de pânico, fobias, ansiedade generalizada, de stress agudo e de stress pós-traumático. Desses, os mais comuns são as fobias. As perturbações de ansiedade começam no início ou no período intermediário da idade adulta, mas alguns aparecem pela primeira vez após os 60 anos. Em idosos a fragilidade do sistema nervoso autónomo pode explicar o desenvolvimento de ansiedade após um acontecimento Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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stressante. A perturbação de stresse pós-traumático é, frequentemente é mais severa nos idosos que em indivíduos mais jovens em vista da debilidade física concomitante nos idosos. As
obsessões
(pensamento, sentimento, ideia
ou sensação
intrusiva e persistente) e compulsões (comportamento consciente e repetitivo como contar, verificar ou evitar ou um pensamento que serve para anular uma obsessão) podem aparecer pela primeira vez em idosos, embora geralmente seja possível encontrar esses sintomas em pessoas que eram mais organizadas, perfeccionistas, pontuais e parcimoniosas. Tornam-se excessivos em seu desejo por organização, rituais
e
necessidade
compulsões
para
excessiva
verificar
as
de
manter
coisas
rotinas.
repetidamente,
Podem
ter
tornando-se
geralmente inflexíveis e rígidos. Perturbações somatoformes São um grupo de perturbações que incluem sintomas físicos (por exemplo dores, náuseas e tonturas) para os quais não pode ser encontrada
uma
explicação
médica
adequada
e
que
são
suficientemente sérios para causarem um sofrimento emocional ou prejuízo significativo à capacidade do paciente para funcionar em papéis sociais e ocupacionais. Nestas perturbações, os factores psicológicos contribuem para o início, severidade e a duração dos sintomas. Não são resultado de simulação consciente. A hipocondria é comum em pacientes com mais de 60 anos, embora o seja mais frequente entre 40 e 50 anos. Exames físicos repetidos são úteis para garantirem aos pacientes que eles não têm uma doença fatal. A queixa é real, a dor é verdadeira e percebida como tal
pelo
paciente.
Ao
tratamento,
deve
dar-se
um
abordagem
psicológica e/ou farmacológico. Perturbações por uso de álcool e outras substâncias Os pacientes idosos podem iniciar um quadro de dependência a uma droga ou um remédio, devido à automedicação. Por exemplo, um Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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senhor que ganha o hábito beber uma dose de álcool todos os dias para relaxar, ou então uma senhora que ao ar por uma situação de maior ansiedade, como a perda ou morte de algum conhecido ou familiar, inicia o uso de medicamentos sedativos a fim de não se sentir tão mal. A dependência de álcool, geralmente, apresenta uma história de consumo excessivo que começou na idade adulta e frequentemente está associada a uma doença médica, principalmente doença hepática. Além disso, a dependência ao álcool está claramente associada a uma maior incidência de quadros demenciais. A dependência de substâncias como hipnóticos, ansiolíticos e narcóticos é comum. Os pacientes idosos podem abusar de ansiolíticos para o alívio da ansiedade crónica ou para garantirem uma noite de sono. A apresentação clínica é variada e inclui quedas, confusão mental, fraca higiene pessoal, depressão e desnutrição. Uma particularidade de tais dependências nesses pacientes é que tanto os medicamentos sedativos quanto o álcool estão relacionados com maior número de quedas e fracturas, o que reduz significativamente a expectativa de vida do idoso após o incidente.
III – RECURSOS COMUNITÁRIOS DE APOIO 8.
Respostas sociais à velhice 8.1
Família
Dentro da família a pessoa é vista como sendo ela mesma, independentemente da utilidade económica, política ou social, ela é única, sem máscaras, na sua intimidade, faz parte da família sempre. O idoso é visto como o principal membro da comunidade familiar, pois ele representa uma história de vida, a história daquela família, como se codificasse um gene, a biografia.
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É na família que o idoso necessita de cuidados, apresenta as suas manias e acaba por envolver a família em torno de si, leva os mais jovens a olhar não só para si como também para tudo à sua volta. A família pode vir a deparar-se com o idoso saudável ou com o idoso doente, onde existe um comprometimento de alguns órgão e que acabam por levar o idoso a um grau de dependência , sendo o apoio familiar de suma importância. É indispensável para a família saber tudo que se a com o idoso, nomeadamente se apresenta alguma doença que leva à toma de medicação e produz alteração nas actividades de vida diária. É no seio familiar que é decidido como o idoso vai ser cuidado e quem irá ser o responsável. É através do convívio familiar que muitas doenças são relatadas, quando bem observados os costumes e o dia-a-dia do idoso. Nem todos os idosos se adaptam facilmente a mudanças no ambiente, onde as alterações podem levar a uma incapacidade de aceitar a situação. A reforma, as perdas funcionais e sociais levam muitas vezes o idoso a desenvolver um quadro depressivo. Nem todas as famílias possuem estrutura imediata para receber um idoso debilitado, nem todos tem uma família grande. Por vezes, encontramos idosos que vivem sozinhos, porque não têm a quem recorrer, pois não tiveram filhos, ou estão zangados há anos com a família, ou todos já se foram de sua vida. Muitos idosos, têm capacidade e oportunidade e conseguem formar novos elos. Os seus vizinhos e os seus amigos acabam por se tornar cuidadores, dando carinho e apoio. Porém, a falta da estrutura familiar fica como uma marca. Quem cuida durante um período de tempo prolongado, tem tendência a apresentar sinais de stress que devem, de igual forma, ser tidos em conta e alvo de atenção por parte destes e de quem os rodeia. Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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Atitudes a tomar para reduzir o stress do cuidador •
Apreender mais sobre a Doença de Alzheimer e tornar-se num
•
cuidador informado; Ser realista quanto a si próprio e reconhecer as suas limitações
•
como cuidador; Aceitar os seus sentimentos - O cuidador pode sofrer um misto de sentimentos no seu dia-a-dia e que podem ser confusos, mas é importante não esquecer que são reacções normais e que está a
•
dar o seu melhor nos cuidados ao doente. Partilhar informações e sentimentos com familiares e amigos - Se partilhar as informações acerca da doença bem como os seus sentimentos com familiares e amigos, contribuirá para uma maior compreensão por partes destes o que lhes permitirá prestar o apoio que tanto precisa. 8.2 Hospital Durante o internamento, a pessoa idosa a a estar ao cargo de
uma equipa multidisciplinar de saúde, que tudo faz para que esta atinja o mais rapidamente possível, um estado máximo de saúde. Quando um idoso é internado, surgem frequentemente dúvidas e insegurança em todos os membros da família. Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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É um momento de tomada de decisões que podem ser fáceis ou não. Para tentar ultraar este momento menos favorável, as pessoas precisam de ajuda, apoio moral, alguém com que possam esclarecer dúvidas. É importante existir uma boa relação entre a rede familiar e os técnicos de saúde a fim de melhorar quer o estado emocional da pessoa internada, quer para aumentar a sua interacção no seu processo de cura, bem como a integração da família neste processo. O
hospital
desempenha
assim
um
papel
importante
na
informação e preparação da doença, bem como a melhor forma de lidar com a mesma. 8.3 Centro de Dia Os Centros de Dia são importantes pois poderão integrar os doentes crónicos, tendo uma função de protecção de dia em relação aos indivíduos dependentes, e também um centro de actividades que têm como finalidade manter senão mesmo melhorar o estado destes utentes.
8.4 Lar A institucionalização dos idosos provoca receios para o próprio idoso que, de repente, tem o sentimento de ser abandonado pelos familiares e, muito particularmente, pelos filhos que os levam para um lugar desconhecido para eles. Estes
receios
podem
provocar
agressividade,
o
que
é
culturalmente inaceitável, sobretudo se o idoso começa a manifestar sinais de demência que podem ser interpretados como a extremização do mau carácter do familiar e não como uma doença que se instala, por vezes lentamente.
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Para evitar desgastes desnecessários, programas de informação sobre esta doença degenerativa deveriam ser implementados de uma forma sistemática, assim como reuniões entre os familiares para eles poderem
identificar-se
também
com
as
vivências
dos
outros
intervenientes. Isto evita sentimentos de culpabilidade nos próprios filhos e eventuais desgastes em termos de saúde, sobretudo para aquele que se ocupa do doente. 8.5 Apoio Domiciliário O apoio domiciliário é importante, sobretudo para idosos que mantém uma certa autonomia mas necessitam de um determinado apoio, pois encontram-se isolados, por vezes em zonas rurais, ou mesmo em zonas urbanas. Eles necessitam de alguém que os acompanhe aos serviços de saúde e aos serviços públicos e os apoie na aquisição dos bens de primeira necessidade.
É fundamental conhecer os idosos, nomeadamente as suas características pessoais, os valores, os seus princípios, a sua cultura, capacidades e dificuldades e ainda os seus gostos pessoais. A nível institucional, devem conhecer-se bem os horários, o funcionamento, os espaços disponíveis, os recursos materiais, financeiros e humanos íveis, bem como as prioridades o os objectivos da direcção. É ainda essencial conhecer a comunidade local, em particular, a sua cultura,
modos
de
vida,
as
outras
instituições,
equipamentos,
organizações sociais e culturais. A saúde é considerada como uma dimensão da qualidade de vida, essencial e que surge associada ao papel do hospital na vida de um idoso...
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Na medida em que falamos de saúde e bem-estar do idoso, falamos
de
um
envelhecimento
com
qualidade
de
vida,
um
envelhecimento que na literatura especialiszada é designado como ENVELHECIMENTO ACTIVO. Facilmente se depreende que o alargamento das redes sociais, que na maioria dos idosos estão apenas associadas à família e aos vizinhos, é uma das medidas que devem ser tidas em conta ao nível da promoção da qualidade de vida. Para isto muito contribuem toda uma série de instituições como seja os centros de convívio, os serviços de saúde, os centros de dia, e outras associações e instituições. Atendendo agora às instituições dedicadas à prestação de serviços de saúde é inevitável falar da necessidade de humanizar estes serviços de saúde que se tornaram demasiado mecanizados e parecem esquecer-se que a substância do seu trabalho é um ser humano que precisa de cuidados, de carinho, de protecção, daí que mais do que um acto, o cuidado deve ser uma atitude. É essencial que ao nível da prestação de serviços a utentes idosos, os serviços de saúde adoptem uma postura de integralidade, marcada por um tratamento digno e respeitoso, com qualidade, acolhimento e vínculo.
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CONCLUSÃO Questiona-se cada vez mais a institucionalização da pessoa idosa como resposta social prevalente, verificando-se uma tendência para a actuação conjunta dos vários organismos institucionais, quer a nível nacional como a nível local no sentido de criar respostas alternativas à institucionalização do idoso. Criaram-se nos últimos anos respostas tais como: os serviços de apoio domiciliário, centros de dia e de convívio, e até mesmo os serviços de acolhimento domiciliário. A nível nacional, as respostas
sociais
institucionais
existentes
podem
caracterizar-se
segundo dois tipos: o acolhimento permanente que engloba os equipamentos de colocação institucional de idosos, tais como: os lares, as residências e famílias de acolhimento; o acolhimento temporário, de carácter
não
institucional,
reúne
os
serviços
de
apoio
e
acompanhamento local dos idosos, tais como: os serviços de apoio domiciliário. Cada vez mais, as instituições tentam oferecer serviços que promovam
um
envelhecimento
bem-sucedido,
que
potenciem
a
conservação do empenhamento social e do bem-estar. Tendo em conta os estudos realizados nesta área que vieram contribuir
para
encarar
de
forma
diferente
o
processo
do
envelhecimento, bem como, as problemáticas que se colocam, a necessidade de uma formação específica e contínua dos recursos humanos destas instituições e equipamentos sociais, quer ao nível das chefias, quer ao nível dos seus colaboradores, torna-se fundamental. Essa formação deve ser específica e contínua, uma vez que, numa Mod.: 035.0 MUTAÇÃO – Consultoria Estudos e Serviços de Formação, Lda. || Rua Dr. Teixeira Dias, N.º 59 C, 3090-495 Paião|| Telef./Fax: 233 942 205 || Email:
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sociedade em constante mudança vão surgindo novas realidades e novas problemáticas que este tipo de serviços deverá dar resposta. Assim, é necessário que as instituições e equipamentos sociais tenham um espírito de abertura suficiente face ao exterior, no sentido de estarem em pleno o com o meio, sendo capazes das necessárias adaptações, quer ao nível das políticas sociais, quer ao nível das respostas que efectivamente prestam. Assim, e só assim, este tipo de serviços e equipamentos sociais poderão colocar o utente, o cliente no centro de toda a sua actuação, sendo este o princípio primordial de toda e qualquer resposta social, de acordo com as novas orientações.
Referências Bibliográficas
Berger,
Louise
(1995)
–
Cuidados
de
enfermagem
em
gerontologia. In Berger, Louise; MAILLOUX-POIRIER, Danielle – Pessoas idosas: uma abordagem global: processo de enfermagem por necessidades Lisboa: Lusodidacta, 1995. ISBN 972-95399-8-7. p. 11-19.
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For Robust Understanding?." William H. Angoff Memorial Lecture Series, Third Annual. Educational Testing Service.
Simões, A. (2006). A nova velhice: um novo público a educar”. Porto: Ambar.
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Twycross, Robert (2001). Os Cuidados Paliativos. Lisboa: Climepsi Editores
Zimerman, G. (2000). Velhice: aspectos biopsicossociais. São Paulo: ARTMED.
Manual de Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais/American Psychiatric Association/2002;
A Doença de Alzheimer e outras Demências em Portugal/CastroCaldas, A.; Mendonça, A./2005;
Guia Prático de Psiquiatria Geriátrica/Spar, J.; La Rue, A./2005;
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