O DOMÍNIO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PELOS DOCENTES DO CURSO DE ENFERMAGEM: PERSPECTIVA DOS DISCENTES
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Pré projeto apresentado à Comissão de seleção do curso de Mestrado em Educação da Universidade
Federal de Rio Branco-Acre como requisito para candidatura à vaga para turma de Agosto/2016.
Sugestão de Orientação orientador: Tânia Mara Rezende Machado
MAIO 2016
I TEMA O domínio das práticas pedagógicas pelos docentes do curso de enfermagem: Perspectiva dos discentes II LINHA DE PESQUISA E ORIENTADOR Formação de professores e trabalho docente Orientador: Tânia Mara Rezende Machado
III JUSTIFICATIVA
Conhecer e realizar as boas práticas pedagógicas proporciona aos
futuros profissionais uma boa capacitação. A formação no âmbito do curso de enfermagem vem repensando seu modelo de formação uma vez que, a área da
saúde tem inúmeras mudanças todos os anos, com novas descobertas, metodologias que influenciam nas políticas de saúde, mercado de trabalho,
processo de mobilização e participação nas entidades de classe e o seu papel na implementação do sistema único de saúde- sus. Os docentes estão
realizando práticas pedagógicas em suas aulas com domínio? Os discentes percebem essas práticas e desenvolve os conhecimentos adquiridos com a mesmas? Estão sendo realizadas práticas pedagógicas inovadoras? Existe melhora ou facilidade em adquirir o conhecimento proposto em sala de aula? A
partir
das
inquietações
apresentadas
na
problematização
e
materializadas nos objetivos esta pesquisa se justifica por proporcionar conhecimento sobre as práticas realizadas pelos docentes a partir das
perspectivas dos discentes, uma vez que estes recebem os ensinamentos
baseados nessas práticas e respaldados nisso pretende-se responder de forma
sistematizada e cientifica se as práticas pedagógicas é dominada, ou seja, se os docentes tem conhecimento seguro e profundo sobre essas práticas de
ensino na área de enfermagem. Além disso irá proporcionar o conhecimento de novas práticas pedagógica utilizadas que poderão servir de âncora para implantação em outros locais.
Por fim, como última variável para justificar a validade do projeto
proposto, além da inexpressiva produção de conhecimento científico sobre a
linha de pesquisa “Formação de Professores e Trabalho Docente” para o mestrado em Educação, destacamos o trabalho de campo. Ir à sala de aula,
onde as coisas efetivamente acontecem, entrevistar os discentes, que são
aqueles que recebem as práticas pedagógicas, é o que, entende-se que enriquece a pesquisa. Renovamos a impressão de que não se aprende sobre
educação somente com livros, mas conhecendo as questões cotidianas da sala de aula, produzindo conhecimento com base na vivência da prática de ensino.
IV OBJETO E PROBLEMÁTICA DA PESQUISA O Objeto de estudo em questão trata-se dos discentes do curso de
enfermagem das três universidades que proporcionam o curso de graduação Bacharelado em enfermagem da cidade de Rio Branco-Acre. Que serão entrevistados para responder ao seguinte problemática da pesquisa:
a) Os docentes do curso de Enfermagem têm domínio das práticas pedagógicas?
b) Os discentes percebem essas práticas e desenvolve os conhecimentos adquiridos com as mesmas?
c) Estão sendo realizadas práticas pedagógicas inovadoras?
d) Existe melhora ao ou facilidade em adquirir o conhecimento proposto em sala de aula?
V OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Verificar se os docentes do curso de enfermagem têm domínio das práticas pedagógicas
OBJETIVOS ESPECIFICOS 1 Descrever as práticas pedagógicas utilizadas;
2 Identificar as melhores práticas pedagógicas utilizadas; 3 Verificar se existe práticas consideradas inovadoras; 4
Proporcionar uma análise para melhoria das práticas nos cursos de
enfermagem.
VI HIPOTESES DE ESTUDO a) Os docentes do curso de enfermagem possuem domínio das práticas pedagógicas;
b) Os docentes tem buscado especialização e/ou formação continuada para realizar as boas práticas pedagógicas;
c) Os discentes acreditam que as aulas podem melhor e que os docentes
devem procurar se aprimorar cada vez mais.
VII REFERENCIAL TEÓRICO As práticas pedagógicas O processo educacional sempre teve muitas mudanças e constantes
discussões e apontamentos que motivaram sua evolução em vários aspectos, principalmente no que diz respeito a condução de metodologias de ensino por nossos educadores e a valorização do contexto escolar formador dos alunos. O
significado que a prática pedagógica possa assumir varia, isto é, consiste em algo que não pode ser definido, apenas concebido, mudando conforme os
princípios em que estiver baseada a nossa ideia. Segundo Freire (1986), prática pedagógica é adjetivada pelo termo dialógica, em que a construção do conhecimento é vista como um processo realizado por ambos os atores.
A prática pedagógica é uma atividade exclusivamente observável e que
gere uma atividade concreta, cujos resultados possam ser registrados,
comprovados. A prática pedagógica é uma atividade que desenvolve o
raciocínio do educando e que o leve a resolver problemas. É o ensinoaprendizagem, priorizando as relações humanas. Qual fundamentação deveria
ser prioridade para a prática pedagógica? Arriscaria dizer que todas são importantes se combinadas. MOREIRA, 2004. A formação do professor universitário Os docentes da área da saúde como facilitadores no processo de
aprendizagem, no ensino superior e em outros cenários, têm discutido amplamente mudanças pedagógicas no processo de ensino. Para Castro
(2005), as modernas e sofisticadas tecnologias utilizadas na área da saúde não
são suficientes por si só, mas dependem de pessoas cada vez mais qualificadas e com conhecimento sobre atividades assistenciais. Assim, os profissionais formadores na área de enfermagem precisam criar situações que
desenvolvam competências importantes para o profissional enfermeiro, tais como atuar em equipe, respeitando o semelhante, uma vez que esse
profissional integrará a equipe multiprofissional e participará da gestão dos
processos relacionados à sua prática profissional. Torna-se necessário refletir sobre o papel do professor universitário do curso de enfermagem, uma vez que
é percebida uma mudança significativa no perfil do aluno. Ao mesmo tempo, a sociedade exige profissionais melhores preparados e capacitados. A tecnologia é algo presente no cotidiano das pessoas, a busca pela informação é rápida e
pode ser traiçoeira, exigindo do professor atualização constante e capacidade
de discernir a veracidade das informações. É comum encontrar nos discursos
sobre o ensino superior informações sobre práticas educativas elaboradas, inovações pedagógicas, compromisso da educação em preparar pessoas com
um bom conhecimento científico. Os professores precisarão não apenas pôr em questão seus conhecimentos, mas também reinventar práticas pedagógicas e
investir nas suas relações profissionais com outros colegas. O docente deva desenvolver em suas aulas habilidades e competências, uma vez que são
considerados modelos para seus 4 Campo prático refere-se ao local destinado à aprendizagem dos serviços de enfermagem, tais como: técnicas de
istração e gerenciamento de recursos, materiais e pessoas, como exemplo: hospitais, clínicas, unidades básicas de saúde, entre outros. Alunos,
os quais irão, futuramente, reproduzir essas práticas em seus âmbitos de atuação profissional. A competência requerida ao professor, atualmente, é o domínio dos conteúdos com suficiente fluência para construí-los em situações
abertas e em tarefas complexas; esse é o desafio, aproveitar ocasiões, partindo
dos interesses dos alunos, explorando os acontecimentos e, dessa maneira, favorecer a apropriação ativa e a transferência dos saberes. MOREIRA, 2004.
Moreira, 2004 salienta, ainda, que a facilidade na istração das
situações e dos conteúdos exige um domínio pessoal não apenas dos saberes,
mas também do que se chama de matriz disciplinar, ou seja, os conceitos, as questões e os paradigmas que estruturam o interior de uma disciplina. Diante desse contexto, há uma necessidade de reflexão sobre a adequada escolha,
realizada pelo professor, dos recursos metodológicos, podendo repercutir de maneira positiva ou negativa no processo de construção do conhecimento do
aluno. Os processos educativos nos cursos universitários necessitam, atualmente, de um professor educador e reflexivo: – educador, no sentido de não apenas construir conhecimentos profissionais com os alunos e, reflexivo,
quando demonstra preocupação na contribuição para a formação da cidadania, reando-lhes valores, oferecendo-lhes lições de vida, juntamente com lições
de ciência. Nesse sentido, o professor também reflete sobre sua postura profissional, uma vez que pode ser um exemplo a ser seguido pelos seus
alunos. Logo, percebe-se que, na sociedade, perante as demandas atuais,
necessita-se que o educador, além de conduzir os seus conhecimentos de base científica, também consiga transmitir confiança e liberdade para a participação
do aluno em aula, refletindo, contribuindo com o grupo e alcançando, assim, um
conhecimento necessário e verdadeiro para a realidade que irão encontrar após a formação concluída.
VIII METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa, por levar
à descoberta de significados, para o que utilizamos estratégias como
entrevistas, que propiciam ao pesquisador explorar as experiências das pessoas, buscando saber como veem e como se sentem quando defrontadas com as situações estudadas, GAUTHIER,1988. Igualmente, caracteriza-se
como uma abordagem que permite mostrar a perspectiva dos participantes a partir de diversas opiniões, valores, crenças, atitudes e emoções, LÜDKE, 1989.
Dentro do enfoque da metodologia qualitativa será realizado a
abordagem da História Oral em virtude de seus estreitos laços com a educação
e na consideração de que não se caracterize somente como uma metodologia,
uma técnica de escolha de dados ou mesmo uma fonte. O cenário da pesquisa serão as três Universidade que disponibilizam o curso de Bacharel em
Enfermagem a saber: Universidade Federal do Acre, União educacional do Norte e Faculdade Meta. Os sujeitos de investigação serão os discentes do
curso de enfermagem, serão selecionados de forma aleatória dez alunos de
cada período/ano do curso de enfermagem. O principal (e também o único) instrumento de recolha de dados empregado na presente pesquisa será à
entrevista semiestruturada, sobretudo por entender-se que o entrevistar é estabelecer uma relação comunicativa, a qual está presente em todas as formas de coleta dos dados orais, implicando sempre um colóquio entre o
pesquisador e o narrador. MINAYO 1994. A etapa dedicada à coleta de dados está prevista para o mês de julho de 2017 e término no mês de janeiro de 2018,
portanto, com duração de (sete) meses. Antes de iniciar a entrevista, serão apresentados
os
objetivos
do
estudo
aos
sujeitos
e
solicitado
seu
consentimento para realizar a entrevista, gravá-la e divulgar os resultados. Para proceder à análise de dados, empregamos a técnica de análise de conteúdo, BARDIN, 1979 que a define como um conjunto de técnicas de comunicação e que não são rigorosamente definidas nem inflexíveis. Será solicitado o Termo de Consentimento junto aos sujeitos participantes do estudo, levando em
consideração os aspectos éticos propostos pela Resolução 196/1996, do
Conselho Nacional de Saúde, sobre pesquisas envolvendo seres humanos e a
prévia autorização dos responsáveis pela instituição onde será realizada a pesquisa.
IX CRONOGRAMA Primeira Fase MES/ETAPAS Fev/2016 M/16 Abr/16 Mai/16 Jun/16 Jul/16 Ag/16 Set/16 Out/16 Nov/16 Dez/16 Escolha do tema Levantamento
X X
bibliográfico Elaboração
do
X
anteprojeto Apresentação
X
do projeto Aprovação
do
X
ante-projeto Coleta de dados Análise tabulação
e
X
X
X
X X
X
X
dos
dados Intervalo
X
Segunda Fase MES/ETAPAS Jan/2017 Fe/17 Ma/17 Abr/17 Mai/17 Jun/17 Jul/17 Ago/17 Set/17 Out/17 Nov/17 Intervalo
x
Organização do
x
x
x
x
x
x
roteiro/partes Redação
do
x
x
trabalho Revisão
e
X
X
redação final Entrega
da
X
monografia Defesa
da
X
da
X
Monografia Entrega apresentação gráfica
X REFERÊNCIAS HASSNE, William Saad; VIEIRA, Sonia. Metodologia cientifica para área da saúde. 13 reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 KOCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Cientifica: teoria da ciência e pratica da pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. LAKATOS,
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trabalho
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