Projecto:
Moradia Unifamiliar
Localização:
Marracuene
Proprietário:
Manuel Simao Beleque
Data:
Novembro de 2017
PROJECTO DE ESTRUTRA MEMÓRIA de CALCULO
A presente memória descritiva e justificativa refere-se ao cálculo estrutural de um edifício de 2 pisos, que se pretende construir em Marracuene Provincia de Maputo. Na presente memória são referenciados as normas e regulamentos seguidos para a concepção e dimensionamento da estrutura e os modelos de cálculo adoptados. A presente memória é acompanhada de um conjunto de desenhos que ilustram os pormenores gráficos do dimensionamento estrutural.
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1. NORMAS E REGULAMENTOS
Para a elaboração do presente projecto estrutural foram obedecidos os preceitos dos regulamentos aplicáveis em vigor em Moçambique, a saber: R.S.A - Regulamento de Seguranca e Accoes para Estruturas de Edificios e Pontes R.E.B.A - Regulamento de Estruturas de Betão Armado R.E.A.E - Regulamento de Estruturas de Aço para Edifícios
2. MATÉRIAIS
A parte das estruturas em betão armado será constituída por betão da classe B25 e aço do tipo A400. Os blocos a usar deverão ter um valor de resistência à compressão não inferior a 16kg/cm2.
3. ACÇÕES
Para o dimensionamento da estrutura do edifício foram consideradas as seguintes acções: Acções permanentes – resultantes do peso dos elementos estruturais e de revestimento. Estas acções foram deduzidas dos pesos específicos que a seguir se apresentam a partir das dimensões que se apresentam nos desenhos de arquitectura e ou estrutura.
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Peso específico do betão = 25 kN/m3;
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Peso específico da betonilha = 20 kN/m3;
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Peso específico do reboco = 0.20 kN/m2;
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Peso específico de paredes de alvenaria = 14.50 kN/m3;
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Peso específico do aço = 78.5 kN/m3; 2
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Peso específico da madeira = 6 KN/m3;
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Peso específico do solo = 19 kN/m3;
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Sobrecarga em pavimento = 3 kN/m2;
Acções variáveis
As acções em vigas, pilares e sapatas foram determinadas a partir da soma do seu peso próprio à reacção de apoio determinada no modelo utilizado para o dimensionamento dos elementos que apoia.
4. PROGRAMA DE CÁLCULO USADO
Para o dimensionamento das estruturas foi usado o módulo CYPECad 2011 do programa automático CYPE que funciona com base no método de elementos finitos triangulares.
4.1 Breve Descrição da Analise Efectuada Pelo Programa e Respectiva Descrição Estrutural A análise das solicitações realiza-se através de um cálculo espacial em 3D, por métodos matriciais de rigidez, considerando todos os elementos que definem a estrutura: pilares, paredes, muros, vigas, lajes e as fundações.
4.2 Outras Considerações Tidas em Conta no Cálculo Os elementos estruturais adjacentes (lajes e vigas) foram considerados apresentando continuidade. Em estruturas desta natureza contínua para atender aos efeitos de retracção e fluência do betão e a redução da rigidez nos apoios de continuidade devido à fendilhação do betão, foi
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considerado uma redistribuição de 25% dos momentos negativos em lajes e de 15% em vigas. Para a determinação das armaduras foi aplicado um coeficiente de majoração de 1.50. O cálculo orgânico das sapatas foi elaborado para que elas funcionassem, de preferência, no limite que diferencia o funcionamento rígido ao flexível.
5.
CONCEPÇÃO DAS ESTRUTURAS
5.1 Lajes
As lajes serão do tipo maciças. Estas foram consideradas como estando encastradas nas vigas para conferir uma maior rigidez em plano em ambas as direcções ortogonais do edifício escepto a laje do segundo piso que será uma laje fungiforme. Estas por sua vez serão armadas em cruz ou em uma direcção conforme a ilustração dos desenhos. Tem-se em conta a deformação por corte e mantém-se a hipótese de diafragma rígido. Considerase a rigidez à torção dos elementos.
5.2 Vigas
Nas paredes, ao nível do topo destas, foram colocadas vigas de betão armado. Estas vigas terão a função essencial de receber as cargas provenientes das lajes/cobertura para além de acrescer a rigidez das paredes de empena, tornando-as assim mais sólidas e resistentes. Em alguns casos servirão, também, de apoio à estrutura de cobertura.
5.3 Vigas de coroamento
Todas as paredes exteriores terão uma viga de coroamento. 4
5.4 Pilares
Pelo facto das cargas serem transmitidas para este elemento estrutural, estes foram dispostos essencialmente nos cantos das paredes e sempre que se verificassem grandes panos de paredes de alvenaria e este será armado de acordo com o estipulado pelo Regulamento de estruturas de Betão armado em vigor na república de Moçambique conforme a apresentação das peças desenhadas. Estes elementos estruturais apresentam formas quadradas e rectangulares, servindo de apoio para as vigas de coroamento. As cargas para os respectivos dimensionamentos resultam da soma entre o peso próprio dos pilares e das reacções de apoio das vigas de coroamento. Os pilares apoiar-se-ão em sapatas de betão armado. 5.6 Fundações Sob os pilares devem ser construídas sapatas isoladas em betão armado e sob as paredes de alvenaria e sapatas corridas em betão armado. Estas devem ser fundadas a uma profundidade variável não abaixo de 0.80m. As sapatas acima referidas devem ser interligadas de modo a funcionarem conjuntamente, não permitindo a ocorrência de assentamentos diferenciados. Sobre as sapatas corridas, até ao nível de pavimento, deverão ser usados blocos de cimento maciçados.
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Os recobrimentos deverão ser de 5 cm de espessura para garantir uma adequada protecção contra a corrosão das armaduras. 6.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Em todas as obras de execução do presente projecto deverão ser seguidas as normas gerais e legislação de construção em vigor na República de Moçambique, que caracterizam estas obras, não devendo constituir razão à má execução pelo empreiteiro, de qualquer omissão aqui constante. Quaisquer dúvidas por omissão deverão ser esclarecidas pela pessoa que calculou, e desenhou as peças detalhadas do projecto
Artur Evenicio Mucavel, Eng°. Tec Civil 9077/C-MOPH
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