Resenha De Prisões Da Miseria 4l4l5j

Trabalho de Sociologia Resenha do Livro: Prisões da Miséria ( Loic Wacquant) O sistema carcerário foi criado no intuito de recuperar e reeducar os dete ntos e ainda prepará-los para retornar à sociedade, ou seja, ressocializá-los para que possam conviver socialmente e que não venham a cometer novos crimes. Infelizmente isso não ocorre. C ada vez mais encontramos presos reincidentes. As prisões no Brasil, não dão ao preso a menor chance de recuperação, pois, são oferecidas c ondições subumanas, presidios superlotados, ambientes precários de higiene, insalubres . Não há uma política educacional e profissionalizante de fato efetiva, para que o egresso seja inserido no seio social. Como bem cita Loic Wacquant ,O tratamento social da miséria e seus correlatos e se u tratamento penal coloca-se em termos particularmente cruciais nos países recente mente industrializados da América do Sul, tais como Brasil, Argentina, Chile, Para guai e Peru. Há uma série de fatores que fazem com que ocorra um vertiginoso crescimento da violênc ia criminal no Brasil. Dentre esses fatores, pode-se destacar: desigualdade social causada pela má destribuição de renda, miséria, uso rotineiro de vio lência policial, discriminação racial, ausência de garantias jurídicas minimas... O livro 'Prisões da Miséria'' aborda a expansão do Estado Penal nas sociedades , toma como base padrões adotados pelos governos europeus e dos EUA, onde o Estado do Bem Estar Social deixa de existir e da lugar a um Estado de Punição que criminaliza a mi séria, o pobre, as classes operárias, os proletariados. Para Loic Wacquant a prisão é a resposta do Estado neoliberal a probreza, evidencian do que o Estado Punitivo seria consequencia da transformação neoliberal da sociedade . O conceito principal que rege as ideias apresentadas no livro é o da ''Tolerância zero'', com a política do uso de estratégias de coerção no combate de pequenos crimes, para o autor, é a partir da construção do combate contra pequenos crimes/delitos do cotidiano da sociedade é que s e poderá alcançar a cura de grandes patologias criminais. Esta política tem o intutido de penalizar a pobreza, sendo alvo apenas os individu os que vivem à margem da sociedade como os sem tetos, prostitutas, entre outros. Essa técnina agressiva de segurança, "tolerância zero", como solução mágica para o problema crucial da violência criminal, vai na direção contrária da consolidação de uma sociedade democrática, reestabelecendo uma verdadeira ditadura sobre os pobres.

O Estado Social, que deveria prover condições dignas de saúde, educação, lazer, as oferece de forma mínima deixando quem deles precisam desamparados, assim, buscam a segura nça e qualidade de vidas dos que não precisam dos serviçoes prestacionais, na maioria os q ue compoem a elite do Estado atravez do encarceramento da pobreza excluindo assi

m as ''escórias da sociedade''. Fica claro que o ideal neoliberal traz uma intervenção mínima tanto na economia e no social, ando assim p ara um Estado que endurece sua intervenção penal que canaliza seus recursos reduzind o seu papel social e investindo em aparato policial/carcerário, como se isso fosse o suficient e para a solução de todos os problemas de segurança da sociedade. Dessa exagerada prec oupação e clamor social por segurança, nasce um movimento de grande investimento em segurança publica , tecnologias avançadas voltadas a segurança do sistema prisional, tem-se um mercado novo, que pode vir a gerar grandes negócios para diversos empresários entre diversos segmentos .

O autor analisa como as usinas de ideias conservadoras, colheram dados s obre o pensamento do senso comum sobre a penalidade, como o Instituto de Manhattan . Longe de ser uma maneira obvia de lidar com a pobreza, Wacquant mostra como oc orreu a derrubada do estado de bem-estar social e implantação de um Estado penalizad or atuando através de uma penalização inflexível. As usinas de ideias tem o proposito de fantasiar os diversos aspectos do projeto neoliberal com vestes pseudo-intelect uais. Seja com a ideia de tolerância zero ou a de teoria da janela quebrada , essas te ntativas de criminalizar a pobreza argumentam que a criminalidade deve ser enten dida como um problema de comportamento moral, ao invés do resultado das desigualda des inerentes do capitalismo, da mesma maneira que ideólogos neoliberais defendem a volta do intervenção do Estado para que os indivíduos possam tomar decisões no mercado . A conexão ocorre da seguinte maneira: para os pobres, essa escolha é frequentemente restrita ao trabalho precário e mal remunerado; qualquer tentativa de redistribui r a riqueza por meio da economia informal acontece com o aumento gradual da pun ição. Wacquant acompanha essas teorias equivocadas na medida em que elas são implantadas em Nova York, Reino Unido e na Europa Continental. O que ele mostra é que, sendo efetivas ou não (havendo poucas evidencias de que são), as teorias são aceitas por polít icos e outros oportunistas que querem projetar uma imagem intolerância ao crime, e nquanto a medidas de segurança e vigilância aumentam sobre a população suspeita. Wacquant mostra como a população carcerária quadruplicou durante um período em que as ta xas de crimes violentos permaneceram estáveis, e até diminuiu. Esses dados permitem questionamentos, sendo um desles: Como isso aconteceu? O autor apresenta três cau sas. Em primeiro lugar, o autor coloca, o declínio do modelo de reabilitação do encarc eramento; segundo, que existe um oportunismo midiático e político em reinscrever a i nquietação social sob a categoria de criminalidade; e por último, o sistema penal tem, em partes, suplantado e complementado o gueto como mecanismo de controle racial e de segregação. Cada um desses fatores tem contribuído para a tolerância zero , o hiper e carceramento ; e o que fomenta tudo isso é, certamente, a guerra contra as drogas. O Estado neoliberal, evidentemente se preocupa com o livre mercado econômico, deix ando de lado a implementação de medidas assistencialistas que porventura possam impe dir o aumento da criminalidade . Melhor dizendo, o controle delitivo que o Estad o implementa é na grande maiorias das vezes, apenas, policial-penitenciário deixando a desejar com ações no campo socioeconômico, concentrando esforços na repressão e não na pr evenção. Atualmente o econômico substitui o ser humano tornando-se o centro do mundo. Com a sobreposição do capital sobre o social, a questões políticas se afastam da esfera human ista, torna-se necessário reforçar as atividades que procuram garantir a "segurança".

A marginalização dos indivíduos é provocada pelo desatentamento do Estado para com os de fictes econômicos que, por diversas conjunturas, não conseguem sobreviver dignamente às exigências impostas pelo mundo social neoliberal. Por conseqüências desta política ani quiladora, os miseráveis assumem um papel de estranhos e perigosos aos olhos de um aparelho estatal guiado por uma elite que procura excluí-los ao máximo. A guinada estatal na direção das diminuições de gastos com programas sociais deixa os de sprovidos fora da esfera da dignidade, fator responsável pela elevação, a cada ano, do número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, isto quer dizer que milha res de trabalhadores não conseguem, muitas vezes trabalhando, sobreviver dignament e. Quando a opção para ascensão social é pelos caminhos ilícitos recai imediatamente a força do Estado, que está sedento para afastar os delinqüentes da convivência dos ditos cidadãos "decentes". Esses, para o aparelho estatal, devem usufruir os espaços públicos sem o incômodo de ter ao seu redor a pobreza e a miséria. A repressão torna-se intensa, abrindo espaço, até mesmo para o arbítrio despótico das auto ridades no seio do grande orgulho norte-americano à democracia. A guerra "para lim par as ruas da sujeira" é defendida por divulgações de estudos, publicações de livros, def esa de opiniões apaixonadas, programas midiáticos, discursos raivosos, que levam a u m ódio da pobreza; isto patrocinado por autoridades públicas e organismos criados pa ra tal finalidade. Assim, autor aborda as conseqüências de uma política seletista, discriminadora, excluído ra adotada pelo Estado, com fim de isolar do convívio social os miseráveis, deixando à margem milhares de pessoas, apenas por uma dita "incompetência" de se inserirem/a daptarem no/ao mercado de trabalho, ou por aceitarem, como única opção subempregos que mal lhes oferecem as condições necessárias para sobreviver com dignidade e preparar s eus descendentes para enfrentar o porvir. Esse isolamento é atingido pela máxima rep ressão da política de lei e ordem galgada em argumentos falaciosos divulgados ao sab or da política neoliberal que prioriza a saúde do mercado econômico do que o bem-estar de seus cidadãos necessitados.