Cromatografia De Pigmentos Fotossintéticos Em Papel 3r3y66

Separação dos pigmentos dos cloroplastos por cromatografia em papel Introdução Os pigmentos cloroplastídicos estão associados ás membranas dos tilacóides. Eles participam da absorção de energia luminosa e fotoproteção (carotenóides) e também do processo de transferência de éxcitons e elétrons na etapa fotoquímica (clorofilas). A conversão da energia luminosa em energia quimicamente útil (ATP e NADPH) se dá graças á transferência de elétrons que resulta do evento fotoquímico, onde participa, diretamente, a clorofila a dos centros de reação. Os carotenos e a clorofila b atuam de forma indireta, transferindo parte da energia luminosa absorvida à clorofila a. Cada tipo de pigmento possui uma estrutura química definida, com um padrão característico de duplas ligações conjugadas, o que determina a absorção seletiva de certos comprimentos de onda, fazendo com que cada tipo de pigmento apresente coloração específica. Assim, a clorofila a é verde-azulada e a clorofila b é verde-amarelada. As xantofilas são amareladas enquanto os carotenos são mais alaranjados. Os pigmentos apresentam diferentes afinidades pelos solventes, em função da proporção de radicais hidrofílicos ou hidrofóbicos que cada um deles possui. Dentre os carotenóides, os carotenos são mais apolares que as xantofilas, uma vez que essas possuem hidroxilas na extremidade da molécula, aumentando o se seu caráter hidrofílico. Dentre as clorofilas, a clorofila a é mais apolar que a clorofila b, uma vez que a clorofila a possui um substituinte metílico enquanto a clorofila b possui um substituinte aldeídico na sua porção porfirínica. Esses grupos interferem na ressonância dos elétrons desemparelhados no anel tetrapirrólico, o que confere a essas clorofilas suas colorações diferenciadas como já explicado anteriormente. Uma técnica extremamente simples, que permite a separação de moléculas orgânicas presentes em uma mistura complexa, como o extrato de células vegetais, é a cromatografia em papel. Esta técnica permitiu que, na década de 40, todos os produtos intermediários das reações do ciclo C3 fossem separados e caracterizados por Calvin, Benson e colaboradores. Ela consiste no uso de tiras de papel filtro como e (fase estacionária) para uma mistura de solventes (fase móvel) que se móvel para o ápice da tira de papel, arrastando os compostos do extrato em questão, que são colocados na base da tira (origem). Os compostos se movem conforme sua afinidade pela fase móvel. Objetivos 1. Separar e identificar alguns pigmentos dos cloroplastos por meio da técnica de cromatografia em papel Material - Folhas da planta sugerida pelo instrutor - Tiras de papel (~20 x 4 cm) - Cuba de vidro para cromatografia - Tubo de ensaio - Etanol 92% (ou acetona) - Metanol ou tetracloreto de carbono - Almofariz - Tesoura - Algodão ou filtro de papel filtro - Acetona - Pipeta Pasteur - Areia lavada - Secador de cabelo

Procedimento: 1. Pese 20g de folhas de grama de jardim (Stenotaphrum americanum) ou Hibiscus e pique-as em pedaços bem pequenos. 2. Junte os pedaços em um almofariz, adicione um pouco de etanol 92 % (ou acetona) e macere o material. Adicionar um pouco de areia lavada pode ajudar no processo de maceração. 3. Filtre o homogenato através de papel de filtro em um tubo de ensaio. O extrato obtido denomina-se “extrato bruto de clorofila”. 4. Observe a fluorescência deste extrato transferindo parte dele para um tubo de ensaio, usando uma fonte de luz forte direta e refletida (luz de um retroprojetor, datashow). 5. Corte uma tira de papel-filtro (~ 20 x 4 cm) tomando o cuidado de manuseá-la o mínimo possível (a gordura da mão atrapalha). Marque na base dela a origem da “corrida”. 6. Coloque um pouco do extrato de clorofilas em um becker e, com o auxílio de uma pipeta Pasteur, concentre oito camadas de extrato sobre a origem, deixando o papel secar por 3 minutos entre cada etapa. O uso de um secador de cabelo ajuda a secar mais rápido. 7. Por fim, mergulhe a base da tira de papel na cuba cromatográfica de forma que a base fique mergulhada na fase móvel (Tetracloreto de carbono ou metanol), afixando o papel na borda do recipiente. Observe o que acontece após algum tempo. 8. Faça desenho do observado. 9. Identifique os pigmentos considerando a coloração que cada faixa formada apresentou. Questões: 1. Pesquise e transcreva a estrutura molecular de cada pigmento 2. Como você explica a separação dos pigmentos pela cromatografia de papel com base na estrutura molecular de cada composto? 3. Porque as clorofilas a e b não se separam bem por cromatografia em papel? 4. Identifique as fases estacionária e móvel do sistema. 5. Explique: “frente”, “origem” e “valor Rf”. 6. O que é fluorescência? Porque esse processo não pode ser observado em tecidos vegetais verdes intactos?