História Da Farmácia de Manipulação A farmácia é uma ciência antiga cujos antecedentes se perdem no tempo. Intrinsecamente ligada à medicina, foi ganhando terreno à medida que o homem foi necessitando de soluções para os males que o acometiam. Segundo vários pesquisadores, a origem da palavra farmácia advém do vocábulo grego pharmakon, que significa remédio. Outros sugerem uma conexão com o termo egípcio ph-ar-maki ou “que proporciona segurança”. Porém, a farmácia como ciência começou a existir muito antes que a própria denominação. É impossível saber a sua origem exata, porque desde épocas remotas o homem já manipulava ervas como meio de aliviar as suas dores. Estudos mostram que os povos da pré-história já tinham um conhecimento considerável sobre as ervas medicinais. No Brasil, já nos primórdios do séc.XVIII os boticários e curandeiros preparavam em suas boticas, ervas e drogas vindas da Europa. Com o aumento do n.º dessas boticas, o governo Imperial ou a controlar a atividade, criando um órgão regulador: “Physicatura Mor” que exigia experiência de
4
anos
como
fazedor
de
remédio
para
se
instalar
como
boticário.
No início do séc.XIX surgiram os primeiros cursos de farmácia nas faculdades de Medicina e somente em 1898 surgiu à primeira Faculdade de Farmácia em São Paulo. Nos anos 40 e 50 com o incentivo do Governo Getúlio Vargas indústrias estrangeiras de medicamentos se instalaram no país e encontraram “solo fértil” – o medicamento surgiu como instrumento de dominação técnica e econômica e começou então a decadência das farmácias magistrais, as quais quase desapareceram nos anos 60 até meados dos anos 80. Paralelamente, ocorreu
certa
desvalorização
do
farmacêutico
de
forma
geral.
No final dos anos 80 várias ações e conscientizações, principalmente pelo CFF e CRF´s, fizeram com que a população percebesse o papel social do farmacêutico, e dessa forma ocorreu o resgate da verdadeira missão do profissional de farmácia, re-surgindo assim a essência dos antigos boticários que além de manipular os medicamentos, eram como amigos e zelavam
pela
saúde
da
família.
Ocorreu no fim dos anos 80 um “boom” de farmácias magistrais trazendo uma boa fatia da clientela de medicamentos industrializados, indo contra os interesses da indústria e atraindo a preocupação das autoridades sanitárias, visto que, como em toda atividade profissional que cresce
desenfreadamente,
surgem
também
falhas
inerentes
ao
ser
humano.
Nos últimos anos ocorreram modificações significativas para a regulamentação das farmácias magistrais, o que de fato é extremamente importante para manter a credibilidade e a segurança
de estabelecimentos e consumidores, após a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, ocorreu a normatização do setor, com a publicação da RDC 33/00 trazendo o Manual de Boas Práticas de Manipulação. Muita coisa mudou, mas todos se adequaram e continuaram fazendo a diferença – o setor cresceu ainda mais, depois de muitos questionamentos, uma nova RDC foi publicada em outubro de 2007: RDC 67/2007. A farmácia de manipulação é um tipo de estabelecimento que visa fabricar e vender medicamentos para a população. Para que produtos sejam feitos com qualidade e com base numa fórmula eficaz, é necessário que a manipulação fique por conta de profissionais competentes na área.
RESUMO DA RDC 67\2007
Os principais pontos que devem ser considerados sobre a rdc 67 são os seguintes:
Cápsulas com 25mg ou menos de ativo (Anexo I): Devem ser realizadas análises de teor e uniformidade de conteúdo do princípio ativo, de fórmulas cuja unidade farmacotécnica contenha fármaco(s) em quantidade igual ou inferior a vinte e cinco miligramas, dando prioridade àquelas que contenham fármacos em quantidade igual ou inferior a cinco miligramas. A farmácia deve realizar a análise de no mínimo uma fórmula a cada dois meses.
Base Galênica (Anexo I): No caso das bases galênicas, a avaliação da pureza microbiológica poderá ser realizada por meio de monitoramento. Este monitoramento consiste na realização de análise mensal de pelo menos uma base ou produto acabado que fora feito a partir de base galênica, devendo ser adotado sistema de rodízio considerando o tipo de base, produtor e manipulador, sendo que todos os tipos de base devem ser analisados anualmente.
Água Potável (Anexo I): Devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos, no mínimo a cada seis meses, para monitorar a qualidade da água de abastecimento, mantendo-se os respectivos registros. Devem ser realizadas, no mínimo, as seguintes análises: a) pH, b) cor aparente, c) turbidez, d) cloro residual livre, e) sólidos totais dissolvidos, f) contagem total de bactérias, g) coliformes totais, h) presença de E. coli, i) coliformes termorresistentes.
Água Purificada (Anexo I): Água Purificada: A água utilizada na manipulação deve ser obtida a partir da água potável, tratada em um sistema que assegure a obtenção da água com especificações farmacopeicas para água purificada. Devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos da água purificada, no mínimo mensalmente, com o objetivo de monitorar o processo de obtenção de água. A farmácia deve possuir procedimento escrito para a coleta e amostragem da água. Um dos pontos de amostragem deve ser o local usado para armazenamento.
Antibióticos, Hormônios e Citostáticos (Anexo III):
Para o monitoramento do processo de manipulação de formas farmacêuticas de uso interno, a farmácia deve realizar uma análise completa de formulação manipulada de cada uma das classes terapêuticas - antibióticos, hormônios e citostáticos. O monitoramento deve ser realizado por estabelecimento, de forma a serem analisadas no mínimo uma amostra a cada três meses de uma das classes terapêuticas citadas anteriormente.
Conclusão Através do estágio realizado na farmácia de manipulação, é possível notar a complexidade envolvida no funcionamento de um estabelecimento deste tipo. Os responsáveis pela farmácia de manipulação sempre devem estar atentos às normas e legislações que regulamentam o funcionamento de Farmácias de Manipulação. As constantes atualizações das Regulamentações brasileiras levam a um aprimoramento cada vez maior das Farmácias de Manipulação, compreendendo o propósito da RDC 67/2007, com as boas práticas de manipulação de medicamentos, de acordo com a sua legislação e métodos propostos.
Bibliografia: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-67-de8-de-outubro-de-2007 http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/6546/manipulacao-de-formulas