A preeminência de Cristo permeia a Carta aos Filipenses, não de qualquer forma, em uma estrutura formal, mas em quase todos os comentários, o apóstolo faz assim, mesmo no mais simples deles. Aparentemente a totalidade do pensamento de Paulo é afetada pelo poder e presença de Cristo que tinha mudado a sua própria vida tão radicalmente (cf. 1:21; 3:4b-10) e, portanto, tudo o que ele escreve, cada conselho que ele dá, cada palavra de encorajamento que ele oferece, ele faz em nome de Cristo e na realidade da sua presença viva. Apesar de “Jesus” ter sido o nome dado a esta pessoa especial por um anjo (Mt 1:21), e utilizada com tanta frequência nos Evangelhos, Paulo não está disposto a usála, pelo menos, não apenas ela. E não é que ele faça isso em sua carta aos Filipenses, exceto uma vez, em um hino que ele pode estar citando (2:6-11; ver esp. V. 10). “Cristo” é a designação que Paulo prefere usar quando fala ou escreve sobre esta pessoa mais importante na sua vida.
Talvez seja porque esta palavra “Cristo” (gr. Christos; hb.Messiah), que significa “Ungido”, carregando em si as esperanças e os sonhos daquelas gerações antes dele – e sonhos que agora, finalmente, tinham chegado a realização. A palavra “Cristo” foi uma denominação antiga para quase qualquer pessoa escolhida por Deus e equipada para fazer o trabalho especial de Deus no mundo (1 Sam 16:1-3; 1 Crônicas 16:22, Isaías 45:1). Davi, um “homem segundo o coração de Deus”, era o “Cristo” de Deus neste sentido, como foram os descendentes régios que o sucederam (2 Samuel 22:51, Salmo 89:3536). Mas quando a monarquia davídica, eventualmente, foi derrubada e Israel estava em desordem, uma promessa veio de um futuro rei, um maior descendente de Davi, a excelência de Cristo, cuja regência seria infinitamente justa (Isa 9:6-7; 42:1 -- 4; Ezequiel 34:23-24). A história obscura de Israel tornou-se mais clara com esta esperança de tal libertador, um rei poderoso, filho de Davi, ungido com
o Espírito, um rei cujo reino seria grandioso, um reino eterno de bondade e de justiça (Isaías 11:1-5). O que era diferente nos escritos do Novo Testamento, os do Antigo Testamento e na literatura entre os Testamentos, é que o Messias, o Ungido do Senhor, que estava para vir, tinha vindo e podia ser identificado. Ele era Jesus (Lc 1:31-33). Mas, ao contrário das expectativas, ele não era um guerreiro-rei, que instituiria o seu governo pela força das armas, trazendo libertação política de Israel do poder opressor dos invasores estrangeiros. E, por esta razão, a sua vinda foi ignorada e rejeitada por muitos. Pelo contrário, Jesus foi o humilde servo de Deus, o Ungido do Senhor, enviado não só para Israel, mas para o mundo, para lhes mostrar a Sua força por sua fraqueza, o Seu poder para salvar as pessoas, não de Roma, mas da morte, pela Sua própria morte em uma cruz; sua habilidade não era apenas de inverter nas forças destrutivas do imperador, mas do Maligno, por sua
ressurreição dos mortos. Ele era o ungido de Deus, o “Cristo de Deus” por excelência! Paulo ou a entender tudo isso como resultado de ter encontrado o vivo, e ressuscitado Cristo na estrada de Damasco, que, em um momento, o havia transferido do reino das trevas, e o libertado do poder do mal, salvo do seu pecado, e lhe dado vida, em vez da morte. Foi essa mensagem, então, que ele pregou aos Filipenses: a ação de Deus para salvar o mundo através de Cristo, o tão esperado Messias (1:15-18, 27; 3:9, 18). Paulo é tão tocado pela majestade, o amor, bondade e misericórdia de Cristo que não vê qualquer motivo para sua existência, exceto de “existir para Cristo” (1:21). Embora Paulo seja relutante em usar o nome “Jesus” por si só, não obstante, ele o conecta frequentemente com o título “Cristo” (1:1, 6, 8, 11, 26; 2:5, 21; 3:3, 12, 14; 4:7, 19, 21). Neste nome combinado, ele deixa claro para seus amigos em Filipos que o tão esperado libertador, e aguardado
Salvador, a esperança do antigo Israel e do mundo, o Messias, era Jesus de Nazaré. E este “Jesus Cristo” que ele prega é também Senhor (1:2, 3:8, 4:23), declarado assim pelo próprio Deus (2:11). Pela vontade do próprio Jesus Cristo, em humilharse, em derramar-se pelo outros, em obedecer à vontade do Pai, até mesmo ao ponto de aceitar a morte, por causa desta atitude e ação de sua parte, Deus o exaltou soberanamente e lhe deu o nome que está acima de todo nome, sendo “Senhor”, de modo que, neste nome se dobre todo joelho em reverência e temor (2:6-11). “Senhor", então, é o título que Paulo coloca que melhor corresponde quem é Jesus Cristo. É o título na qual a primeira igreja foi estabelecida (Atos 2:32,36) e que Paulo também opta por utilizar (Filipenses 1:2, 14; 2:11, 24, 29, 3:1, 8, 4:1 , 2, 4, 10, 23). Por que ele é capaz de dizer que Jesus é divino, que Ele compartilha a própria natureza de Deus (2:6-11: “Senhor”, no Antigo Testamento, era a palavra grega que traduzia o hebraico, “Yahweh”, “Jeová”).
“Jesus Cristo é o Senhor” torna-se o credo de Paulo, o credo que ele vive. Como Senhor, Jesus Cristo deve ser servido. Como Senhor, Ele deve ser obedecido. Paulo define todo o curso da sua vida para cumprir essa liberdade de obrigação, e ele incentiva seus amigos em Filipos a fazerem o mesmo. Porque ele sabe que aquele que é o “escravo” de Cristo é aquele que é verdadeiramente livre (Rm 6:17-23). Gerald F. Hawthorne Bibliografia L. Cerfaux, Christ in the Theology of Saint Paul; J. D. G. Dunn, Christology in the Making; G. F. Hawthorne, Philippians; idem, Word Biblical Themes: Philippians; R. P. Martin, Carmen Christi:Philippians 2:5-11 in Recent Interpretation and in the Setting of Early Christian Worship; C. F. D. Moule,The Origin of Christology; P. T. O'Brien, The Epistle to the Philippians; J. Ziesler, Pauline Christianity.
Teologia da Carta aos Filipenses: Que é que não gosta de aprender um segredo? Certamente, ficou emocionado quando alguém lhe tomou por confidente e lhe contou um segredo, talvez um evento feliz que a pessoa lhe confiou até ele ou ela o tornar público. Outra espécie de segredo é o conhecimento ou o discernimento de que outros carecem. Essa espécie de segredo foi importante para certo grupo de cristãos do primeiro século, a congregação da cidade macedônia de Filipos. Para entendermos o que era esse segredo especial e vermos como podemos tirar proveito dele, vejamos brevemente um pouco do fundo histórico da carta escrita aos filipenses, carta essa que agora faz parte da Bíblia. I. PAULO — AOS FILIPENSES O missionário Paulo estava preso em Roma por
volta dos anos 59 a 61 EC. Durante esse tempo, ele pôde refletir nas muitas situações que vivera em suas viagens. Pôde lembra-se dos muitos irmãos fiéis com quem se encontrara e das muitas congregações que tivera o privilégio de iniciar no caminho da verdade e de vê-las crescer. Ele não podia deixar de pensar na congregação de Filipos. Ocupava um lugar muito especial em seu coração, por causa das experiências muito incomuns associadas com ela. Foi durante a segunda viagem missionária, por volta do ano 50 EC, que o espírito de Deus impediu que ele (e Silas) pregassem no distrito da Ásia, na Mísia e na Bitínia. Portanto, Paulo seguiu para Trôade, onde certa noite teve uma visão. “Certo homem macedônio estava em pé, suplicando-lhe e dizendo: ‘a à Macedônia e ajuda-nos.’” (Atos 16:9) Paulo e seus companheiros partiram imediatamente de barco para a Samotrácia e depois para o porto de Neápolis. Daí, viajaram por terra até Filipos.
Talvez para a sua surpresa, encontraram poucos judeus naquela cidade, e, pelo visto, nem sequer uma sinagoga. No sábado, Paulo e Silas, em vez de como de costume irem a uma sinagoga, foram para fora do portão, para junto dum rio, e começaram a falar às mulheres reunidas ali. (Atos 16:13) Poderá descobrir mais a respeito dessa memorável visita a Filipos por ler Atos 16:11-40. O testemunho de Paulo levou ao início duma congregação na Europa, e ele havia de revisitar essa congregação em Filipos, talvez até duas vezes. — Atos 20:1, 2, 6; Filipenses 2:24. Paulo, quando preso em Roma, podia pensar nos excelentes cristãos com quem se associara em Filipos. Lídia demonstrara extraordinária hospitalidade. Evódia e Síntique haviam trabalhado lado a lado com Paulo na divulgação das “boas novas”. Paulo tampouco podia esquecer-se do carcereiro e de sua família, bem como do acontecimento milagroso ligado à
ocasião em que aceitaram o cristianismo. Ao refletir no amor, na bondade e no interesse dos filipenses, Paulo tinha motivos para escrever-lhes uma carta. (Filipenses 1:3, 12) Esta revela o amor que ele sentia por eles e o “fruto justo” que eles demonstravam. — Filipenses 1:11. II. QUAL É O SEGREDO? Em sua carta, Paulo falou dum segredo que ele pessoalmente aprendera, e a evidência é que os filipenses o haviam aprendido dele. Tratava-se dum segredo que ajudou Paulo a atravessar diversas provas no decorrer dos anos. Ele escreveu: “Em tudo e em todas as circunstâncias aprendi o segredo tanto de estar suprido como de ter fome, tanto de ter abundância como de sofrer carência. Para todas as coisas tenho força em virtude daquele que me confere poder.” (Filipenses 4:12, 13) Portanto, tratava-se dum segredo do modo de vida cristão, não importa
qual fosse a situação da pessoa, sempre devia confiar em Deus. Os filipenses haviam aprendido esse segredo e isso influiu neles de diversas maneiras. Em primeiro lugar, a congregação era muito zelosa na pregação. Paulo escreveu: “Estais brilhando como iluminadores no mundo.” (Filipenses 2:15) Aceitaram as boas novas com grande alegria e depois continuaram a promover essas boas novas. Paulo pôde descrevê-los como “participantes comigo . . . em defender e estabelecer legalmente as boas novas”. — Filipenses 1:7. Quando Paulo escreveu sua carta, sabia que eles estariam interessados em suas experiências de prisão. Ele descreveu que, embora preso, seus assuntos ‘resultaram mais para o progresso das boas novas do que de outro modo’, conforme disse, “minhas cadeias se têm tornado conhecimento público, em associação com Cristo, entre toda a Guarda Pretoriana”.
(Filipenses 1:12, 13) Relatou também que a maioria dos cristãos romanos estava mostrando mais coragem para falar a palavra de Deus destemidamente em razão das cadeias dele. Deve ter encorajado os filipenses saber que Paulo, embora na prisão, continuava zeloso pela pregação do Reino assim como eles. — Filipenses 1:14. Outra coisa que podia estar relacionada com o segredo mencionado em Filipenses 4:12, 13, era terem a atitude mental correta. Sua disposição era, não de agradar a si mesmos, mas de ajudar a outros. Deveras, eles foram muito úteis a Paulo. Enquanto ele estava em Tessalônica, por duas vezes eles lhe enviaram ajuda, a única congregação que fez isso. (Filipenses 4:15, 16) Mais tarde, quando, por causa da perseguição, a congregação de Jerusalém padecia dificuldades e necessitava de ajuda, os filipenses, embora fossem pobres, contribuíram liberalmente. Paulo escreveu que essa dádiva foi “além de sua capacidade real”. (2 Coríntios 8:3) Ainda mais
tarde, quando Paulo estava preso em Roma, eles lhe enviaram bens materiais por meio de Epafrodito. Sim, os filipenses tinham interesse amoroso pelos co-cristãos. Agiam como Paulo os exortou, “não visando, em interesse pessoal, apenas os [seus] próprios assuntos, mas também, em interesse pessoal, os dos outros”. Que espírito revigorante isso mostrava! Sugeria que os filipenses tinham uma atitude mental de humildade, assim como Jesus, e não eram críticos para com outros. — Filipenses 2:1-5, 14. II. PODEMOS APRENDER E APLICAR O SEGREDO DELES Distantes como estamos no tempo, não estamos em condições de nos associar diretamente com o apóstolo Paulo. Portanto, quão gratos devemos ser por Deus ter preservado em sua Palavra a inspirada carta aos filipenses! Podemos, pois, empenhar-nos em
aprender e aplicar os maravilhosos conselhos contidos nela, incluindo o segredo que Paulo aprendeu e evidentemente partilhou com eles. Para os filipenses, esse segredo envolvia conhecimento, atitude e conduta. Paulo incentivou-os a ‘comportar-se da maneira digna das boas novas acerca do Cristo’. (Filipenses 1:27) Ao seguirem a oestação de Paulo, viriam a ser “inculpes e inocentes, filhos de Deus sem mácula no meio duma geração pervertida e deturpada”. (Filipenses 2:15) Naturalmente, manter tal conduta correta exigiria cautela, mesmo com respeito ao seu modo de pensar. Isso certamente constitui uma lição para nós. Talvez queiramos fazer o que muitos outros que procuram aplicar esse “segredo” têm feito — memorizar e considerar regularmente o que Paulo escreveu em Filipenses 4:8 sobre os nossos pensamentos. Consegue repetir essa agem de cabeça?
O segredo de se confiar em Deus e de servi-lo com alegria, quer se tenha muito, quer pouco em sentido material, pode resultar numa vida muito satisfatória. No caso de Paulo, pense na satisfação que ele podia sentir ao refletir nos frutos de seus labores manifestos na congregação filipense. Ele vira a congregação crescer em amor pela verdade cristã e em zelo pela divulgação das boas novas. Ele também testemunhou o amor deles em ação para com co-cristãos. Podia derivar muita satisfação de ver que eles haviam aprendido também o segredo de confiar completamente em Deus em tudo o que faziam e em servi-lo com tudo o que tinham. Todos os cristãos hoje podem perguntar-se corretamente quanto a se já aprenderam o importante segredo mencionado por Paulo em Filipenses 4:12, 13. Uma evidência é termos a bênção de Deus, estarmos “cheios de fruto justo”. (Filipenses 1:9-11; 4:17) Também, se
tivermos aprendido esse segredo vital e o manifestarmos, os que se encontram à nossa volta serão ajudados a fazer o mesmo. Estaremos dando um bom exemplo para os outros, assim como fez Paulo, de modo que pôde aconselhar os filipenses: “Tornai-vos unicamente imitadores meus, irmãos, e ficai observando os que estão andando dum modo que está de acordo com o exemplo que tendes em nós.” (Filipenses 3:17; veja os versículos 13, 14.) Portanto, para nós e para outros, esse segredo é de muitíssimo valor; contribuirá para a obtenção da vida eterna.
Análise da Carta aos Filipenses: O apóstolo Paulo desejava que os cristãos em Filipos continuassem a avançar para alcançar o alvo do prêmio da vida eterna. Assim, escreveulhes por volta de 60 ou 61 EC, durante seu primeiro encarceramento em Roma. Sua carta foi enviada a uma congregação que ele havia estabelecido uns dez anos antes em Filipos, cidade fundada por Filipe da Macedônia (pai de Alexandre Magno). No primeiro século EC, ela se tornou “a cidade principal do distrito da Macedônia”, agora parte da Grécia setentrional e da Iugoslávia meridional. — Atos 16:11, 12. Os crentes filipenses eram pobres, mas generosos. Mais de uma vez, eles enviaram algo para suprir as necessidades de Paulo. (Filipenses 4:14-17) Mas sua carta era muito mais do que uma nota de agradecimento. Fornecia também encorajamento, expressava amor e dava
conselhos. I. Eram Evidentes as Qualidades Cristãs A carta de Paulo começou com uma evidência de seu amor pelos crentes filipenses. ( 1:1-30) Ele agradeceu a Deus pela contribuição deles para a promoção das boas novas e orou para que o amor deles aumentasse. Paulo estava contente porque seu encarceramento fez com que eles mostrassem ‘mais coragem para falar destemidamente a palavra de Deus’. Ele desejava estar com Cristo, mas achava que ainda podia ministrar a eles. Paulo também queria que eles prosseguissem ‘esforçando-se lado a lado pela fé das boas novas’. A seguir, vieram conselhos sobre atitude e conduta. (2:1-30) Os filipenses foram incentivados a mostrar interesse pessoal nos outros e a demonstrar humildade como a de Cristo. Eles estavam “brilhando como iluminadores no mundo” e foram instados a
manter-se “firmemente agarrados à palavra da vida”. Paulo esperava enviar-lhes Timóteo e estava confiante de que ele mesmo iria em breve. A fim de tranquilizá-los quanto a Epafrodito, que estivera muito doente, Paulo lhes estava enviando este servo leal. II. Continuemos a Avançar Para Alcançar o Alvo Em seguida, o apóstolo mostrou aos filipenses em que deviam depositar sua confiança ao o que avançassem para atingir o alvo. (3:121) Ela devia ser depositada em Jesus Cristo, não na carne ou na circuncisão, como alguns faziam. Paulo considerava suas credenciais carnais como refugo por causa “do valor superior do conhecimento de Cristo”. O apóstolo ‘empenhava-se para alcançar o alvo do prêmio da chamada para cima, da parte de Deus, por meio de Cristo Jesus’, e incentivou os filipenses a terem a mesma atitude mental. Aplicar o conselho concludente de Paulo
ajudaria os filipenses a manter o alvo e o prêmio em vista. (4:1-23) Ele os incentivou a lançar suas ansiedades sobre Deus em oração e a encher a mente com pensamentos salutares. Paulo elogiou-os novamente por sua generosidade e concluiu com cumprimentos e com o desejo de que a benignidade imerecida do Senhor Jesus Cristo estivesse com o espírito que eles mostravam. A carta de Paulo aos filipenses promove generosidade, amor e humildade. Incentiva à confiança em Cristo e à oração fervorosa a Deus. E as palavras de Paulo certamente ajudam os cristãos a continuar avançando para alcançar o alvo do prêmio da vida eterna. III. Alcançar o Alvo “Esquecendo-me das coisas atrás e esticandome para alcançar as coisas na frente”, escreveu Paulo, “empenho-me para alcançar o alvo do prêmio da chamada para cima, da parte de
Deus, por meio de Cristo Jesus”. (Filipenses 3:13, 14) O apóstolo esforçava-se como alguém empenhado numa corrida. Não desperdiçava tempo e esforço olhando para trás, mas avançava para alcançar o alvo — como o corredor que se estica para cruzar a linha de chegada. Para Paulo e outros cristãos ungidos, o prêmio era a vida celestial pela ressurreição após terminarem a carreira terrestre de fidelidade a Deus. Mantenhamos integridade a Deus e avancemos para alcançar o alvo como Seus servos dedicados. — 2 Timóteo 4:7.
Esboço da Carta aos Filipenses: Carta aos Filipenses reflete o vínculo especial de amor existente entre Paulo e os cristãos em Filipos. Escrita por Paulo por volta de 60-61 EC, enquanto preso em Roma. Amor de Paulo aos irmãos e seu apreço pela generosidade deles. Paulo agradece a Deus a contribuição feita pelos filipenses para a promoção das boas novas. Em profundo afeto por eles, ora para que o amor deles aumente e que eles se certifiquem das coisas mais importantes. (1:3-11) Paulo se preocupa com o bem-estar dos filipenses; espera enviar-lhes Timóteo, que ele recomenda muito; confia em que ele mesmo também os visite em breve. (2:19-24) Para tranqüilizar os irmãos a respeito de Epafrodito, a respeito de quem os filipenses souberam que estava muito doente, Paulo lhes
envia este servo leal, que eles haviam designado para ministrar a Paulo. (2:25-30) Embora Paulo seja auto-suficiente em todas as circunstâncias, graças à força concedida a ele de cima, elogia muito os filipenses pela sua generosidade. (4:10-19) Resultado do encarceramento de Paulo. O encarceramento de Paulo resultou na promoção das boas novas; sua situação é bem conhecida entre a Guarda Pretoriana, e a maioria dos irmãos mostra mais coragem para falar destemidamente a palavra de Deus. (1:12-14) Alguns pregam com boa motivação, outros com má motivação — de qualquer modo, Cristo está sendo propalado; quer Paulo viva, quer morra, magnificará a Cristo; mas ele acha que viverá para ministrar aos filipenses. (1:15-26) Conselho edificante a respeito de atitudes e conduta. Comportem-se da maneira digna das
boas novas, não sendo amedrontados pelos inimigos; os oponentes serão destruídos, ao o que os crentes obterão a salvação. (1:2730) Demonstrem a mesma atitude mental de Cristo por mostrar humildade e não procurar os próprios interesses. (2:1-11) Como filhos imaculados, brilhem como iluminadores no meio duma geração pervertida e deturpada, ‘mantendo-se firmemente agarrados à palavra da vida’. (2:12-16) Guardem-se dos que promovem a circuncisão; o cristão confia em Cristo, não na circuncisão carnal. (3:1-3) Paulo tem a posição mais elevada no que se refere a qualificações carnais, mas, ele considera tudo isso como refugo, por causa “do valor superior do conhecimento de Cristo”; ele se empenha pelo prêmio e exorta outros a fazer
o mesmo. (3:4-21) Continuem a alegrar-se no Senhor; manifestem razoabilidade e confiem as ansiedades a Deus em oração; encham a mente com pensamentos sadios. (4:4-9) Carta aos Filipenses: A Carta aos Filipenses, também conhecida como Epístola aos Filipenses, é uma carta das Escrituras Gregas Cristãs, escrito pelo apóstolo Paulo à congregação na cidade de Filipos, na província da Macedônia, congregação que Paulo havia estabelecido por volta de 50 EC, no decorrer da sua segunda viagem missionária. I. Quando e Onde Foi Escrita. A evidência interna da carta indica que foi escrita durante o primeiro encarceramento de Paulo em Roma. Nela ele fala de “toda a Guarda Pretoriana” como estando a par da razão de ele
estar em cadeias, e envia cumprimentos dos “da família de César”. (Fil 1:13; 4:22) Considera-se geralmente que o primeiro encarceramento de Paulo em Roma ocorreu por volta de 59-61 EC. Ocorreram vários eventos entre a chegada de Paulo a Roma e a sua decisão de escrever aos filipenses. Epafrodito fizera a viagem desde Filipos, havia trabalhado para ajudar Paulo e havia ficado muito doente. Os filipenses, a uns 1.000 km de distância, tinham recebido notícia da sua doença. Agora, Epafrodito se recuperara e Paulo o enviava de volta com a carta. De modo que a carta foi escrita por volta de 60 ou 61 EC. II. Fundo Histórico e Motivos da Escrita. A congregação filipense mostrara grande amor e consideração para com Paulo. Pouco depois de ele a visitar, a congregação lhe enviara generosamente provisões materiais durante a sua permanência de várias semanas na vizinha Tessalônica. (Fil 4:15, 16) Mais tarde, quando os irmãos em Jerusalém entraram num período de
intensa perseguição e necessitavam de ajuda material, os cristãos em Filipos, eles mesmos muito pobres e ando por uma grande prova de aflição, não obstante haviam demonstrado prontidão para contribuir até mesmo além das suas possibilidades. Paulo apreciou tanto a excelente atitude deles, que os citou como exemplo para as demais congregações. (2Co 8:1-6) Eram também muito ativos e diligentes na pregação das boas novas, de modo que parece que não haviam tido contato com Paulo já por algum tempo. Mas então, quando ele ava necessidade na prisão, eles não só lhe mandaram dádivas materiais, de modo que Paulo tinha abundância, mas também mandaram seu enviado especial, Epafrodito, homem que lhes era valioso. Este irmão zeloso corajosamente prestou ajuda a Paulo, mesmo colocando em perigo a sua própria vida. Por conseguinte, Paulo o elogia muito perante a congregação. — Fil 2:25-30; 4:18. Paulo expressa confiança, em harmonia com as
orações deles, de ser liberto do encarceramento, e de poder visitá-los de novo. (Fil 1:19; 2:24) Sabe que, continuar ele vivo é ser útil para eles, embora aguarde ansiosamente o tempo em que Cristo o receberá junto de si. (Fil 1:21-25; compare isso com Jo 14:3.) No ínterim, espera enviar Timóteo, o qual, mais do que qualquer outro disponível, genuinamente tomará a peito os interesses deles. — Fil 2:1923. III. A carta transpira amor. Paulo nunca deixou de dar elogios quando apropriados, nem se refreou de dar a necessária repreensão, mas, neste caso, era preciso dar encorajamento. A congregação tinha opositores, “obreiros do dano”, que queriam jactar-se de relações carnais e da circuncisão na carne, mas parece que os irmãos não ficaram seriamente afetados ou transtornados. (Fil 3:2) Assim, Paulo não precisou apresentar fortes argumentos, nem repreensão, como, por exemplo, nas suas
cartas às congregações na Galácia e em Corinto. O único leve indício de correção era sua exortação à união por parte de Evódia e Síntique. Em toda a carta, ele incentiva a congregação filipense a continuar no seu excelente proceder — procurando maior discernimento e apegando-se firmemente à Palavra da vida, uma fé mais forte e a esperança do prêmio por vir. Nesta carta são expressos muitos princípios excelentes que dão encorajamento a todos os cristãos. Alguns deles são:
Textos e Princípios 1:9, 10 Certifiquem-se das coisas mais importantes, para não fazer outros tropeçar por algum motivo. 1:15-18 Podemos alegrar-nos mesmo quando os inimigos da
verdade falam contenciosamente sobre ela, porque isso só serve para propalar a verdade. 1:19 A oração dos servos de Deus é eficaz. 1:27, 28 A união e a coragem dos cristãos em face dos seus oponentes é prova da parte de Deus, de que ele livrará seus servos e destruirá seus inimigos. 2:5-11 A humildade traz enaltecimento da parte de Deus. 2:27 Pode-se agradecer a Deus sua misericórdia quando um dos seus servos fiéis se restabelece duma doença. 3:16 Ao ponto que o cristão tiver feito progresso, ele deve continuar a andar ordeiramente na mesma rotina, a fim de receber o prêmio.
3:20 Os cristãos devem olhar para o céu, onde existe sua cidadania, e não para relações terrestres. 4:6, 7 Não estejam ansiosos; em toda situação, apresentem suas petições a Deus, e ele dará uma paz que guardará seu coração e suas faculdades mentais. 4:8 Considerem em todas as ocasiões as coisas corretas e louváveis.