II Congreso Internacional -Trabajos con Tensión y Seguridad en Transmisión y Distribución de Energía Eléctrica FL Padrão - Manual do Eletricista - Linha Viva Newton Westin Romanelli - Engº Eletricista ,Coordenador Grupo FL Padrão E-Mail:
[email protected] Companhia Paulista de Fora e Luz – FL Campinas - Brasil
treinamentos de redes energizadas desenergizadas é para final de 2005.
1- Histórico O projeto FL Padrão - Manual do Eletricista de Linha Viva visa estabelecer regras claras para os procedimentos operacionais, através de unificação e normalização das principais atividades relacionadas à manutenção de redes de distribuição energizadas e também, reciclar todos os eletricistas da Companhia Piratininga e Paulista de Forca e Luz, bem como estabelecer sistemática de controle da qualidade, produtividade e segurança que garantem o desempenho desejado após o treinamento executado.
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2 - INTRODUÇÂO Padronizar Estabelecer métodos de trabalho para atividades consideradas operacionais, repetitivas e críticas. Padrão Documento onde se registra, através de consenso, a seqüência ideal para a realização de uma ou mais tarefas, incluindo os cuidados com a segurança, os recursos necessários e os resultados esperados em termos de qualidade.
A partir de diagnóstico, com base em observações de campo das atividades operacionais executadas por eletricistas, verificou-se a necessidade de se rever a padronização das seqüências das principais tarefas de manutenção de LV, além do próprio ferramental utilizado. Procurou-se incorporar propostas que já eram praticadas pelo corpo operacional da empresa e outras similares, tanto quanto à execução das atividades em si, quanto a novas ferramentas que comprovadamente asseguravam melhores condições técnicas e de segurança.
Justificativa A proposta de implantação de processos padronizados para as funções técnicas / operacionais do sistema de distribuição da FL, visa uniformizar as atividades de manutenção de LV. Como resultado obtém-se a otimização de recursos, o controle da segurança dos envolvidos, redução de custos e melhoria na qualidade final dos trabalhos realizados. Premissas do Projeto • Padronizar para ter controle e não controlar; • Controlar riscos de acidentes; • Envolver todos os colaboradores na solução de problemas; • Otimização ergonômica das atividades; • Unificação geral de procedimentos de manutenção..
O projeto de padronização englobou as atividades em redes de linha ao contato – linha viva - desenergizadas também - , que resultaram na publicação do Manual do Eletricista de Linha Viva - FL Padrão e Manual do Eletricista FL Padrão. Tais manuais, inseridos no Sistema de Gerência Eletrônica de Documentos da FL, contém as tarefas homologadas, riscos e controles identificados, ferramentas especificadas e número de eletricistas para execução.
3 - OBJETIVOS Preparar o corpo de colaboradores da FL diretamente envolvidos com a manutenção em redes de distribuição, regime de LV, dentro de procedimentos padronizados e de normas técnicas específicas.
O processo de implantação iniciou-se em Junho de 2001, com o treinamento de gestores, engenheiros, Técnicos Líderes e de Segurança e a partir de setembro de 2001 com a reciclagem dos eletricistas. A previsão de término dos
Objetivos específicos :
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Definir regras que reduzam a possibilidade de acidentes no trabalho na rede elétrica, desde as atividades preliminares até as mais complexas; Melhorar as condições físicas e operacionais das redes, equipamentos e instrumentos utilizados na execução dos trabalhos;
era feita da mesma forma ( sinalização de veículos, ferramental, seqüência, etc.), o que comprovou na prática a necessidade de desenvolvimento do projeto.
Realizar as tarefas dentro das exigências dos clientes e do mercado de distribuição de energia elétrica; Estabelecer metodologia no processo ensino/aprendizagem para que os envolvidos compreendam e valorizem seu trabalho; Obter melhores indicadores de qualidade; Reduzir custos de manutenção.
Para o desenvolvimento dos estudos de padronização buscou-se a formação de grupo representativo das várias áreas envolvidas da empresa e fundamentalmente com a participação dos eletricistas. Lembrando uma premissa básica da Gestão pela Qualidade Total (TQM) : “ Quem faz sabe melhorar o que faz” . Fizeram parte do grupo de trabalho, a Engenharia, como coordenadora do processo, assim como as áreas de Desenvolvimento de Recursos Humanos e Segurança do Trabalho, consultores com experiência em outros projetos similares, desenvolvidos em outras empresas e o grupo de experientes eletricistas, de regiões diversas da empresa.
5 - GRUPO DIDÁTICA
4 - OBSERVAÇÕES DE CAMPO Essa etapa teve como objetivo subsidiar o projeto FL Padrão, relatando a forma com que os eletricistas realizavam as diversas atividades.
TRABALHO E REDE
Para a indicação dos eletricistas, definiu-se o seguinte perfil : • Ter escolaridade equivalente ao 2o grau, de preferência com eletrotécnica; • conhecer o sistema atual de distribuição; • saber executar as tarefas atuais na rede de distribuição (operação e manutenção); • facilidade de comunicação; • disciplina e experiência; • disponibilidade para longos períodos fora de sua área de trabalho; • ter interesse em participar e colaborar no trabalho de padronização e monitorar os treinamentos; • ter experiência mínima de 2 anos na função.
Foram realizadas várias observações de campo dos serviços executados por eletricistas de distribuição, sendo que os trabalhos foram realizados por equipes composta por dois eletricistas - em veículo dotado de cesta aérea unitária e por três eletricistas – em cesta aérea dupla. As equipes que foram acompanhadas observadas em diversos tipos de tarefas.
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As observações basearam-se em itens previamente levantados, de modo a se obter um padrão na coleta dos dados. Itens observados : • Relacionamento, Comunicação e Apresentação Pessoal; • Sinalização da área de trabalho; • Tarefas preliminares (comuns às outras tarefas); • Aspectos de Segurança; • Planejamento do trabalho (otimização de recursos, método e tempo); • Procedimentos o-a-o; • Ferramental utilizado ; • Manuseio, acondicionamento e cuidado com os materiais.
Para dar e ao desenvolvimento do projeto e de acordo com a filosofia da Qualidade Total, no que se refere ao ciclo PDCA, foi disponibilizado um centro de treinamento com rede didática de acordo com os padrões vigentes da FL. Além da rede didática, foi colocado à disposição, também, todo um conjunto de ferramentas e equipamentos. Portanto, as tarefas deviam ser totalmente compreendidas, visando com que os eletricistas multiplicadores fossem plenamente capacitados e habilitados para os futuros programas de treinamento.
As principais conclusões obtidas a partir das observações de campo foram de que seria necessário o desenvolvimento de novas padronizações com técnicas mais apuradas. Os padrões existentes não eram plenamente observados. Uma mesma tarefa nem sempre
O local para a definição das tarefas padronizadas foi construído em área restrita, sendo que a distância entre as estruturas não precisou seguir o padrão da empresa, tendo a seguinte configuração mínima: • Rede área primária; 2
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Atividades básicas, que são pré-requisitos das demais, como por exemplo Posicionamento do veículo no local de trabalho, Isolamento de área, Cesta aérea isolada – operação de solo, etc.
Rede aérea secundária; Medição de energia elétrica; Equipamentos de manobra; Iluminação pública; Estruturas primárias típicas; Veículo padrão da empresa; Sala adequada contendo micro computador, TV, quadro de giz e flip chart.
II – Tarefas Específicas (atividades de Linha Viva ao Contato) Atividades rotineiras de manutenção como substituição de isoladores - disco e pino, substituição de cruzetas, em estruturas N (normais), M ( meio beco) e B ( beco), substituição de pára-raios , substituição de chaves fusíveis, seccionamento aéreo provisório, etc.
Possuímos três Centros de Treinamento , para ministrar o treinamento desenvolvido pelo projeto, destinado ao corpo operacional da empresa – eletricistas, técnicos, engenheiros. Eles estão localizados nas cidades de Americana, Araraquara e Ribeirão Preto.
III – Tarefa Especiais São tarefas de complexidade maior, que exigem mínimo de quatro eletricistas para sua realização . São basicamente tarefas relacionadas a implantação e substituição de postes.
6- DESENVOLVIMENTO DA PADRONIZACAO A padronização consistiu em se obter a descrição das tarefas , contendo o-a-o e de forma progressiva e complementar todas as etapas do trabalho. Obteve-se desta maneira, os recursos necessários, o número de participantes da tarefa, os riscos de acidentes e o seu controle.
Produtos : Manuais
Metodologia O grupo de especialistas discutiu a forma mais adequada de realização das tarefas, levando-se em conta a segurança, praticidade, ergonomia e tempo de realização dos procedimentos. Também eram considerados nas discussões, equipamentos e ferramentas que assegurassem a qualidade final do trabalho e o controle dos riscos para segurança dos envolvidos. Atividades na etapa de padronização • Estabelecimento de critérios de atuação na rede elétrica - número de eletricistas por tarefa ; • Definição de ferramental necessário a cada tipo de manutenção feita no sistema elétrico; • Descrição das tarefas no formato padronizado; • Execução das tarefas padronizadas visando a correção de imperfeições, colhendo dados e informações a serem utilizadas na fase de treinamento dos multiplicadores e dos eletricistas; • Documentação fotográfica das principais etapas de cada tarefa; • Elaboração manuais e apostilas; • Aprovação na direção da organização, do novo método de trabalho para implantação nas áreas da empresa. As tarefas contempladas foram classificadas em três grupos básicos : I - Tarefas Preliminares 3
Documentação Fotográfica No exemplo : Transformação de estrutura M2 para M4
Instalação de coberturas rígidas
Ferramental necessário Alicate universal / balde de lona / by- isolado de bitola compatível com a corrente /cruzeta auxiliar / chave de fenda / faca curva / chave de boca ajustável / cobertura circular / cobertura rígida para condutor / cobertura rígida para cruzeta / conjunto de tracionamento / corda de serviço / ferramenta cunha / lençol de borracha / marreta de 1 kg / e isolado para by- / tesoura isolada tipo bico de papagaio
Etapa de instalação do conjunto de suspensão
Protegendo a cabeça do poste com lençol de borracha
Isolamento da área de trabalho
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Instalação completa do conjunto de suspensão
Conclusão da instalação da cruzeta de madeira
Instalação conjunto de tracionamento
Tracionando os condutores nas cruzetas da estrutura M4
Subida da cruzeta Fazendo conexões do jampe com a ferramenta cunha
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Retirando o jampe isolado fase do meio
Retirando coberturas isolantes circulares
Preparação instalação condutor fase rua
Retirando coberturas isolantes rígidas
Início instalação condutor fase rua
Final da tarefa – estrutura M4 pronta
7 - TREINAMENTO A etapa de treinamento é fundamental para o sucesso da implantação do projeto. Na FL, especial atenção foi dada para a questão da cultura técnica da empresa, ressaltando-se principalmente aos benefícios advindos, como novas ferramentas, a redução de esforços físicos 6
e principalmente a questão da segurança do trabalho, considerado como o principal pilar da padronização.
8 - AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DAS AÇÕES DE PADRONIZAÇÃO O objetivo é o de verificar o cumprimento dos os das tarefas na execução de atividades padronizadas, a postura frente às exigências do trabalho, o uso de equipamentos de segurança e do ferramental necessários.
Público alvo do treinamento - FL Paulista e Piratininga: • 1.600 eletricistas da FL (Linha Viva e Linha Morta ) • 51 técnicos coordenadores e de segurança • 27 engenheiros, gerentes e gestores
Através de formulário específico e de quantidades de inspeções de campo pré-determinadas mensalmente, os Técnicos Líderes (8 inspeções), Engenheiros Líderes (4) e Técnicos de Segurança (16), deverão identificar, no próprio local de trabalho, as não conformidades, registrando as ações corretivas que devam ser implementadas. Implantamos também formulário específico para analisar sugestões de melhoria, vindas da parte operacional.
Os treinamentos para os engenheiros, gerentes e gestores, com duração de 24 horas teve muito mais o objetivo de definição de suas responsabilidades quanto a garantia da implantação e resultados esperados do projeto, enquanto a questão técnica foi apresentada de forma sucinta, ressaltando-se as questões conceituais e principais mudanças. Treinamento já concluído.
9 - CONCLUSÕES, LIÇÕES APRENDIDAS E RECOMENDAÇÕES
Os Técnicos Líderes e de Segurança aram por um treinamento completo de 120 horas, com a realização de todas as tarefas homologadas. Treinamento também já concluído.
Para a padronização de procedimentos de manutenção, tanto em regime de linha viva como em linha morta, alguns detalhes importantes devem ser tomados, como por exemplo: • Escolha dos eletricistas mais experientes e disciplinados das áreas, pois o trabalho de consenso exige muita disciplina e conhecimento profundo das tarefas; • Envolvimento e forte comprometimento dos técnicos que lideram os eletricistas, dos técnicos responsáveis pelo apoio em segurança e pelos engenheiros responsáveis, bem como pelas gerências envolvidas; • Técnicos e engenheiros deverão ar pelo treinamento de pelo menos 50% da carga horária dos eletricistas, para que possam ter o devido conhecimento para posteriormente fazer as devidas inspeções de campo; • Deixar os eletricistas longe de suas bases , o suficiente para que não sejam retirados do curso, para possível atendimento de ocorrências emergenciais, evitando-se que percam aulas; • Dar curso de didática de ensino para os eletricistas que participaram do grupo que elaborou o trabalho e aram a ser monitores no processo, melhor capacitandoos; • Fazer um sistema de pagamento adicional, por hora aula ou por média de horas extras que os eletricistas faziam em suas áreas, para que no mínimo, não tenham sua remuneração diminuída, e conseqüentemente, não percam o estímulo;
O treinamento operacional para os eletricistas, com carga horária de 200 horas, está em andamento desde novembro/2001, devendo estender-se até 2005. Temos hoje, 75% do quadro de eletricistas treinados. Nesse treinamento, é executado pelos participantes todas as tarefas homologadas. Nossas turmas de treinandos são de 12 eletricistas, sendo utilizado um instrutor. Para o treinamento operacional foram construídos três pátios de para treinamento. A infra-estrutura para os Centros de Treinamento constitui-se de : • Rede elétrica completa, conforme padrões vigentes • Almoxarifado com ferramentas, equipamentos e materiais a serem utilizados • Salas de aula com recursos de microcomputador e TV, para estudo prévio das tarefas homologadas por meio da documentação fotográfica das mesmas • Veiculo padrão para serviços operacionais. Centros de Treinamento : • CT Ribeirão Preto - capacidade 3 turmas • CT Araraquara - capacidade 2 turmas • CT Americana - capacidade 2 turmas
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José Carlos Porto Zitto – RH Marcelo Guarnieri -RH Armando Tomaz Moreira - RH Ronaldo A . Roncolatto – Engenharia
Fazer uma boa impressão do manual, com papel impermeável, capa dura e facilidade de virar páginas, para que sua durabilidade seja maior; Dotar todos os veículos com manuais ( cópias controladas) , tanto os de linha viva, quanto os de linha morta; Ao término dos treinamentos, recomendamos que todos os eletricistas tenham o seu manual e que sejam devidamente orientados sobre os cuidados com o seu uso e armazenamento; É de fundamental importância que as inspeções sejam cobradas nas quantidades estipuladas e reados os relatórios quantitativos para as respectivas gerências, dando a importância que o processo merece, principalmente nos primeiros anos do processo, onde os eletricistas estão consolidando uma nova filosofia de trabalho; Sugerimos também que essas inspeções cheguem até a Engenharia da empresa – coordenadora técnica do processo, para que sejam também acompanhadas; A Engenharia também deverá fazer inspeções de campo para verificar se os procedimentos aprendidos no curso de padronização estão sendo devidamente cumpridos. Finalmente, concluímos que a padronização forte em uma empresa, independente do seu tamanho, reflete a organização e a vontade de melhorar cada vez mais; quando comprovamos em campo, que uma mesma atividade de manutenção é feita com a mesma técnica, segurança e ferramental, em regiões distantes uma das outras, isso nos dá uma satisfação especial, de acreditar no nosso trabalho e orgulho de participar desse todo esse processo .
Campinas, 30 de setembro de 2004
Grupo de trabalho - no processo de padronização de manutenção LV Newton Westin Romanelli –Coordenador Marcos Antonio Sarti – Consultor Márcio Ribeiro – Consultor Orlando José de Souza – Eletricista LV Sílvio Renato Amaro - Eletricista LV Claudemir M. Lauriano - Eletricista LV Pedro Tomé M. Filho - Eletricista LV Maurício P. Antares – Eletricista LV Samir Musa –Téc. de Segurança Flávio F.C.Bacelar –Téc. de Segurança
Colaboradores: 8