Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária - Departamento de Medicina e Cirurgia Disciplina de Obstetrícia (IV-332) Professor Luiz Figueira Pinto PELVIMETRIA 1. Definição É a determinação das dimensões da pélvis obtida por meio da mensuração direta (pelvimetria interna) ou indireta (pelvimetria externa). 2. Tipos de Pelvimetria a. Pelvimetria Interna ou Direta: É realizada em peças ósseas com o intuito de estudar as características pélvicas de uma determinada raça ou espécie. Neste estudo se procura avaliar o espaço interno da cavidade pélvica e sua capacidade de ampliação baseando-se nas mensurações dos diferentes diâmetros. a) Nomenclatura
Abertura Cranial: é também denominada orifício de entrada do canal do nascimento. Está delimitada dorsalmente pelo promontório do sacro, lateralmente pelas linhas iliopectíneas dos ílios, e ventralmente pelas bordas anteriores dos púbis.
Diâmetro Vertical (DV): este diâmetro é também denominado diâmetro conjugado, verdadeiro ou sacro-púbico. Trata-se de uma linha imaginária que vai desde o promontório do sacro até a extremidade anterior da sínfise pubiana. Na vaca o DV é de aproximadamente 22-24 cm., enquanto que na égua o DV é de aproximadamente 21-24 cm.
Diâmetro Transversal (DT): é também denominado diâmetro médio ou bi-iliáco. É formado por uma linha imaginária que a acima dos tubérculos dos Psoas, de um lado ao outro. Na vaca o DT é de aproximadamente 16-18 cm., enquanto que na égua o DT é de aproximadamente 21-24 cm.
Eixo Pélvico ou Linha de Condução: é uma linha imaginária ideal, que une os centros de todos os diâmetros verticais traçados em todo o trajeto do canal do nascimento e que indica a direção do conduto pélvico. Consiste na trajetória que o feto realiza na fase expulsiva do parto, sendo, portanto, a linha por onde se deve conduzir o feto quando se faz necessária a manobra de tração em uma intervenção obstétrica.
Abertura caudal: é a denominação do orifício de saída do canal do nascimento. Na descrição dos seus limites anatômicos temos dorsalmente as três primeiras vértebras coccígeas; laterodorsalmente,
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as bordas caudais dos ligamentos sacroisquiáticos; lateroventralmente, as bordas internas dos músculos semimembranosos; e ventralmente, o arco isquiático.
b) Tipos de Pélvis e característica do Parto Espécie
Distancia púbis-isquio
DV/ DT
Denominação Da Pélvis
Tipo de Parto
LONGA
DV>DT
Dolicopélvica
DIFÍCIL
CURTO
DV = DT
Mesatipélvica
FÁCIL
OVELHA
Forma do Eixo Pélvico Em ~ “S” O sacro reto, Ísquio p/ cima Em plano Sacro e ísquio p/ baixo ≠
CURTA
DV
Platipélvica
FÁCIL
CADELA
≠
CURTA
VACA
ÉGUA
Depende da raça
Obs: outro fator relacionado à facilidade de parição é a dimensão fetal. Enquanto o bezerro apresenta um tórax e anca largos, dificultando o parto; o potro é todo afilado, o que facilita o parto.
b. Pelvimetria Externa: é um método indireto de obtenção de medidas da pélvis por mensuração de determinadas partes externas do corpo do animal, empregando-se determinados coeficientes. a) Nomenclatura:
Circunferência Pélvica: é a medida da área pélvica em sua abertura cranial ou de entrada.
Diâmetro Transversal Superior ou DTs: é obtido medindo-se a largura da garupa, que é a distancia de uma tuberosidade coxal a outra, e multiplicando-se pelo coeficiente de DTs.
Diâmetro Transversal Inferior ou DTi: é obtido a partir do DTs subtraindo o coeficiente de DTi.
Diâmetro Vertical ou DV: é obtido a partir da altura do animal, medido da cernelha ao solo, e multiplicando-se pelo coeficiente de DV.
Coeficientes: relações matemáticas entre partes anatômicas do corpo do animal.
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c) Cálculo da Circunferência Pélvica: Circunferência Pélvica
=
DTs + DTi + DV x coeficiciente 2 _________________________________ 2
Onde: DTs = largura da garupa x coeficiente de DTs DTi = DTs – coeficiente de DTi DV = altura da cernelha x coeficiente de DV
Tabela 1: Coeficientes Pelvimétricos Valores dos Coeficientes Coeficiente de DV Coeficiente de DTs Coeficiente DTi Coeficiente de Circunferência
VACA O,180 0,36 - 20 mm 3,44
ÉGUA 0,143 0,43 -48 mm 3,60
OVELHA 0,180 0,51 + 5 mm 3,50
CABRA 0,160 0,45 +6 mm 3,40
3. Fatores que determinam a marcha rápida do parto: a) Eixo pélvico plano b) Eixo pélvico curto c) Eixo pélvico c/ inclinação caudal d) Grande distância do sacro à tuberosidade isquiática 4. Diferenças entre as pélvis masculinas e femininas. a) Diâmetro de entrada → menor nos machos b) Arco isquiático → mais estreito nos machos c) Cavidade pélvica → menor nos machos d) Sínfise Pélvica → sinestosada nos machos e) Porção cranial do assoalho pélvico → convexo no macho e côncavo na fêmea 5. Causas de luxação coxofemoral na vaca na hora do parto a) Acetábulo raso b) Falta de musculatura dos membros posteriores potente c) Pode faltar o ligamento redondo, que é fraco e pequeno quando existe d) Andar peculiar jogando as pernas e) Falta do ligamento ório do redondo
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