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Albert Ellis e a TREC

PROFA. PATRÍCIA FASOLO ROMANI

Albert Ellis (1913-2007)  Terapia Racional Emotiva Comportamental (TREC)

 Objetivo Principal: identificar crenças irracionais e

questioná-las através de desafios e debates lógicoempíricos, até modificá-las pelo convencimento.  Modelo de Psicoterapia: teoria do ABC

Albert Ellis  A = situação  B = crença

 C = consequências físicas e/ou emocionais  Respostas Emocionais Desadaptadas (C) são

geradas por Crenças Irracionais (B) das pessoas sobre determinadas Situações (A).

Albert Ellis  A substituição da crença irracional por uma racional

se dá pela refutação ou debate, questionando-se as hipóteses e teorias a fim de validá-las ou não.  O terapeuta pode optar pelo estilo com o qual quer

conduzir o debate, baseado nas necessidades e nas características de personalidade do paciente:

Albert Ellis 1) Socrático (com perguntas indutivas); 2) Didático (explicação direta, objetiva sobre a irracionalidade da crença); 3) Autorrevelador (expondo fatos pertinentes da própria vida);

4) Humorístico (em relação às crenças e não ao paciente);

Albert Ellis 5) Metafórico (uso do símbolo para mostrar a disfuncionalidade da crença). * os estilos podem variar numa mesma sessão. * Ellis identificou 11 ideias/crenças que são consideradas irracionais:

Albert Ellis  Crença que existe uma extrema necessidade de ser

amado ou aprovado por outra pessoa significativa em sua comunidade.  Crença que se deva ser inteiramente competente,

adequado e bem sucedido em todos os aspectos possíveis para se considerar como tendo valor.  Crença que é terrível e catastrófico quando as coisas

não são do jeito que se gostaria que elas fossem.

Albert Ellis  Crença que certas pessoas são más, perversas e que

elas deveriam ser duramente responsabilizadas e punidas por isso.

 Crença que a infelicidade humana deriva de causas

externas e que as pessoas têm pouca ou nenhuma habilidade para controlar seus infortúnios.

 Crença que situações perigosas ou que dão medo

podem causar grandes preocupações, por isso devese evitar ao máximo que elas aconteçam.

Albert Ellis  Crença que é mais fácil evitar certas dificuldades ou

responsabilidades da vida do que enfrentá-las.

 Crença de que se deva ser dependente dos outros e

que é necessário alguém mais forte em quem se apoiar.

 Crença de que a história ada de alguém é um

determinante definitivo do seu comportamento atual e que, se algo afetou significativamente a sua vida, isso continuará causando impacto indefinidamente.

Albert Ellis  Crença que se deva ficar muito preocupado com os

problemas e dificuldades dos outros.  Crença de que sempre há uma solução certa, precisa

e perfeita para os problemas e que é catastrófico se esta solução não for encontrada. * perturbações psicológicas = tendência de avaliações absolutistas dos acontecimentos.

Albert Ellis Erros de pensamento/julgamento mais comuns:  dimensão generalizada e hiperdimensionada de forma negativa (catastrofização);  perceber algo como inável (eu não aguento isso);  exigências em termos de moral e obrigações (tenho quê);  rotular ou avaliar a si mesmo ou aos outros de forma negativa e totalitária.

Albert Ellis Crenças Funcionais : 1- Auto-interesse: pessoas emocionalmente responsáveis tendem a colocar seus interesses ao menos um pouco acima dos interesses dos outros. Sacrificam-se em um certo grau por aqueles que amam, mas não em demasia ou completamente. 2- Interesse social: a maioria das pessoas escolhe viver em grupos sociais e, para fazer isso de modo mais confortável e feliz, gostariam de agir mais moralmente, de proteger mais o direito dos outros e de ajudar na sobrevivência da sociedade na qual vivem.

Albert Ellis 3- Autodireção: seria bom cooperar com os outros, mas é melhor para nós assumirmos a responsabilidade primária das nossas próprias vidas mais do que exigir ou necessitar de apoio excessivo dos outros.

4- Tolerância: ajuda a permitir que as pessoas tenham o direito de estarem erradas. Não é apropriado apreciar comportamentos desprezíveis, mas também não é necessário maldizer a pessoa que os apresentou.

Albert Ellis 5- Flexibilidade: pessoas saudáveis tendem a ser pensadores flexíveis. Regras rígidas, tendenciosas e invariantes tendem a minimizar a felicidade. 6-Aceitação da incerteza: pessoas emocionalmente maduras reconhecem e aceitam o fato de que vivemos em um mundo de probabilidades e de acaso, no qual não existam certezas absolutas, nem provavelmente existirão. Dão-se conta de que não é terrível viver nesse tipo de mundo probabilístico e incerto. Apreciam um bom grau de ordem, mas não exigem ou a impõem.

Albert Ellis 7- Comprometimento: a maior parte das pessoas sente-se mais saudável e feliz quando está absorvida com algo seu, podendo ser pessoas, coisas ou idéias. Elas têm preferivelmente pelo menos um grande interesse criativo tanto quanto algum envolvimento humano principal que consideram tão importante que estruturam uma boa parte da sua existência diária nisso.

Albert Ellis 8-Pensamento científico: pessoas não-perturbadas tendem a ser mais objetivas, racionais e científicas do que as perturbadas. Sentem profundamente e agem de acordo com esse sentimento, mas também regulam suas emoções e ações por reflexões sobre elas e suas consequências e por aplicação das regras da lógica e do método científico para avaliar e determinar essas consequências.

Albert Ellis 9- Auto-aceitação: pessoas saudáveis estão normalmente contentes de estarem vivas. Aceitam-se apenas porque estão vivas e, como criaturas vivas, têm alguma capacidade de alegrar e de se afastar da dor e do sofrimento. Não medem seu valor intrínseco por suas realizações extrínsecas ou pelo que os outros pensam delas. Se são verdadeiramente sábias, tentarão evitar avaliar-se na sua totalidade e no seu ser. De fato, tentarão mais apreciar do que se provar.

Albert Ellis 10- Aceitação de correr riscos: pessoas emocionalmente não-perturbadas percebem que a vida envolve um certo grau de riscos. Perguntam-se o que realmente gostariam de fazer e então tentam fazê-lo, mesmo que haja uma boa probabilidade de falharem. Tendem a ser aventureiras, sem serem bobas ou ingênuas, e a querer experimentar qualquer coisa pelo menos uma vez para verem se gostam ou não. Com frequência, buscam uma quebra em sua rotina diária.

Albert Ellis 11- Expectativas realistas: pessoas não-perturbadas aceitam o fato de que utopias são impossíveis de alcançar e que nunca terão tudo o que querem nem conseguirão evitar tudo o que não querem. Não se dirigem irrealisticamente a uma satisfação ou felicidade totais nem a uma falta total de ansiedade, depressão, autopiedade ou hostilidade.

Albert Ellis  Relação Terapêutica: fator importante para a

mudança do paciente. Bom rapport + Aceitação incondicional do paciente + Estimulação do automonitoramento. * Para Ellis, ter um insight referente aos pensamentos e atitudes irracionais não é suficiente para modificálos. As pessoas normalmente retomam hábitos e padrões de comportamento irracionais ainda que tenham se esforçado para superá-los.

Albert Ellis

 Segundo Ellis, os terapeutas deveriam ser modelos

adequados de racionalidade, contudo costumam agir de modo contrário na vida profissional e pessoal.

Obras Consultadas  Lega, L.I. (1996). A Terapia Racional-Emotiva: uma

conversa com Albert Ellis. In: Caballo, V.E. Manual de técnicas de terapia e modificação do comportamento. São Paulo: Santos, p.425-440.  Knapp, P.; Beck, A.T.(2008). Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Rev Bras Psiquiatr.,30 (Supl II), p.54-64.  Minari, M.R.T.; Souza, J.C. (2011). Stress em servidores públicos do instituto nacional de seguro social. Estudos de Psicologia, 28(4), p. 521-528.

Obras Consultadas  Petersen, C.S. (2011). Terapia Racional Emotiva

Comportamental. In: Andretta, I.; Oliveira, M.S. Manual Prático de Terapia CognitivoComportamental. Porto Alegre, Casa do Psicólogo, 65-75.  Rangé, B. (2001). Terapia Racional-EmotivaComportamental. In: Rangé, B. (Org). Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre: Artmed.  Rangé, B. (2007). Homenagem a Albert Ellis. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 3 (3).