Sequencia Didatica Literatura Infantil 6422v

Roda de História Público alvo: 4º ano Tempo estimado: um mês

Objetivos: •

Adquirir o prazer pela leitura através de um ambiente que favoreça o encantamento e a imaginação;

•

Participar ativamente das discussões propostas colaborando para o desenvolvimento do tema em questão;

•

Participar de dramatizações de histórias ampliando seus processos criativos;

•

Demonstrar compreensão das

analogias feita pelo professor entre o conto e a

realidade; •

Apresentar seu posicionamento crítico ao analisar a postura dos personagens;

•

Ampliar seu repertório literário através do contato com diversos contos da literatura infantil;

•

Perceber as particularidades do gênero literário proposto;

•

Partilhar um conto com a classe;

Conteúdos: •

Leitura e interpretação oral;

•

Gênero Textual: Contos.

Materiais necessários: Livros, cadernos, lápis, tesoura, alfinetes, caixa, ilustrações, boneco e máquina fotográfica.

Desenvolvimento: Utilize uma máquina fotográfica para registrar todas as etapas.

1ª etapa – Roda de História Faça um roda de conversa com os alunos criando um ambiente bem amistoso e pergunte o que eles gostam de fazer para se divertir. Conte aos alunos que antigamente as pessoas não tinham shopping, cinema, televisão, vídeo-game, computador e todos esses brinquedos modernos que hoje estão presentes em suas vidas. Explique que era comum adultos e crianças se reunirem, contarem e ouvirem histórias para se divertirem e através delas também receberem ensinamentos importantes. Mostre algumas imagens de pessoas reunidas em rodas de histórias e pergunte se alguém na classe gostaria de contar alguma ao grupo. Depois fale sobre elas levantando alguns pontos que achar relevante. Aproveite para explicar que nas próximas semanas será criado um momento chamado roda de história e esclareça os objetivos do trabalho.

2ª etapa – As Roupas Novas do Imperador Pegue uma caixa enfeitada com um cabide dentro, diga as crianças que dentro daquela caixa tem uma roupa maravilhosa feita com um tecido muito especial para um Imperador. Busque instigar a curiosidade dos alunos e abra a caixa, retirando o cabide enfeitado como se estivesse retirando uma roupa muito delicada. Pergunte o que acharam da roupa, se gostaram das cores e da beleza do tecido. Conte para as crianças que todas as pessoas da história que olharam aquela roupa sentiram a mesma coisa que elas estão sentido agora e convide-as a prestarem muita atenção na história para descobrirem o que aconteceu com essas pessoas. Apresente o livro e o autor para os alunos, em seguida dramatize o conto(anexo 01) de maneira bem lúdica. Utilize alguns recursos como tesoura, alfinetes, um cabide, uma caixa e um boneco para interpretar e interagir com a sala.

3ª etapa – Interpretação das imagens

Estimule o reconto da história através das ilustrações e promova uma discussão das imagens do livro, incentivando a observação atenta dos desenhos, o olhar dos personagens, o lugar em que se encontram, suas expressões e intensões buscando as mensagens que as ilustração tentam transmitir ao leitor. Destacar a ilustração da figura prepotente do Imperador, a ação dos dois funcionários exibindo um tecido que não existia, as expressões das pessoas ao ver o Imperador caminhando sem roupa.

4ª etapa – Dramatizar Pergunte para a classe se alguém gostaria de dramatizar alguns dos trechos da história e peça as crianças para se organizarem em grupos. Separe algumas partes do conto, divida-os com a turma e de um tempo para os alunos se prepararem para vivenciarem os trechos escolhidos usando sua criatividade.

5ª etapa – Refletindo na História. Através das questões abaixo promova discussões que levem as crianças a refletirem nas atitudes dos personagens e na mensagem do conto. 1.) Segundo os trapaceiros, as roupas eram invisíveis para as pessoas que eram incapazes para os cargos que ocupavam ou que eram irremediavelmente estúpidas. O Imperador gostou da idéia e segundo o texto pensou que: “ Se vesti-las, eu ficarei apto a descobrir que homens tenho no meu império. Saberei quais não servem para os cargos que ocupam. Poderei distinguir os sábios dos estúpidos.” Você acha que o Imperador conseguiu descobrir que tipo de homens tinha no seu império? Na sua opinião como eram esses homens?

2.) O Imperador escolheu alguns homens honestos para verem o tecido e depois contarem o que acharam. Em sua opinião esses funcionários mereciam a sua confiança? Por que? 3.)Todas as pessoas que o Imperador mandou ver o tecido não falaram que não podiam enxergar o pano, todos tinham medo de serem considerados incapazes ou estúpidos e por isso

enganaram uns aos outros, até mesmo o próprio Imperador omitiu a verdade. Você acha que em geral as pessoas tem medo do que as outras vão pensar ou dizer delas, mesmo que seja mentira? 5.) O que você achou da atitude do Imperador ao ver o tecido? Para você quais as qualidades importantes de um rei ou governante? 6.) Como você agiria se estivesse no lugar dos funcionários do Imperador? Por que? 7.) O que você faria se estivesse no lugar do Imperador quando foi verificar como estava ficando o tecido? Por que?

6ª etapa – Familiarizar-se com o gênero Explique para as crianças que a história discutida trata-se de um conto e pergunte para elas o que conhecem sobre o gênero em questão. Deixe as crianças terem contato com diversos livros de contos da literatura infantil afim de familiarizarem-se com suas características. Explique algumas particularidades do gênero como personagens, cenários, forma introdutória, desfecho, complicações, clímax e narrador.

7ª etapa – Compartilhar Peça aos alunos para dividirem-se como quiserem e em seguida, escolher com o grupo um livro de conto para compartilhar com a classe da forma que acharem melhor(ler, dramatizar, contar). Em cada apresentação das crianças será feita uma discussão sobre a obra e a mensagem que o conto busca transmitir. O grupo deverá fazer um texto expressando sua opinião sobre o livro escolhido e ilustra-lo com um desenho referente a obra. 8ª etapa – Mural

Construir junto com os alunos um mural com as fotos dos momentos registrados em cada etapa e com as produções das crianças, para ficar exposto.

Avaliação: A avaliação consiste na análise da compreensão e do posicionamento crítico do aluno mediante as reflexões sobre a obra e na participação e interesse das crianças nas discussões e atividades propostas.

Bibliografia sugerida:

LEPELLETIER, Sarah. Trabalho elaborado para a disciplina Texto e Imagem: Literatura para crianças na escola (EDM 689) FEUSP JUNDIAI(SP). Secretária Municipal de Educação. Proposta Curricular Jundiaí: Ensino Fundamental. Jundiaí, SP: SMEE, 2011. Anexo A Roupa Nova do Imperador

Contos de Andersen Havia um imperador, há muitos e muitos anos atrás, que gostava imensamente de roupas novas. Tanto que gastava todo o seu dinheiro com elas. Ele sempre queria estar muito bem vestido. Não se preocupava com o seu povo ou com seus soldados. E só ia ao teatro ou a eios nos bosques para mostrar suas roupas novas. Tinha traje para cada hora do dia e, assim como se costuma dizer de um rei: “O rei está no conselho”, dizia-se dele: “O Imperador está no guarda-roupa”. A grande cidade onde ele vivia era sempre muito feliz e muito animada; todos os dias um grande número de estrangeiros chegavam lá. Numa certa manhã, chegaram dois trapaceiros que se apresentaram como tecelões e disseram que podiam tecer panos tão maravilhosos que ninguém, jamais, poderia imaginar. - Não só as cores e os padrões são fora do comum de tão belos – disseram os tecelões, - mas as roupas feitas com estes panos têm uma qualidade especial: elas são invisíveis para as pessoas que são incapazes para os cargos que ocupam ou que são irremediavelmente estúpidas! “Que roupas importantes! Na verdade, são fundamentais!”, pensou o Imperador. “Se vesti-las, eu ficarei apto a descobrir que homens tenho no meu império. Saberei quais não servem para os cargos que ocupam. Poderei distinguir os sábios dos estúpidos. Sim, estes panos precisam ser tecidos especialmente para mim.” O imperador deu aos trapaceiros uma grande quantidade de dinheiro, pois deveriam começar a trabalhar logo. Eles montaram dois teares e fingiam estar trabalhando, mas não tinham nenhum fio nos aparelhos. Pediram as sedas mais finas e o ouro mais precioso, que foram bem guardados em seus próprios sacos. E trabalhavam, trabalhavam, até altas horas da noite, nos teares sempre vazios. “Bem que eu gostaria de saber como está o tecido”, pensou o Imperador. Mas não se sentiu confortável quando se lembrou que aqueles que não estavam à altura do cargo que ocupavam e aqueles irremediavelmente estúpidos não eram capazes de ver o pano. Pensou que ele, naturalmente, não tinha nada a temer, mas, por via das dúvidas, decidiu mandar primeiro outra pessoa para ver como iam as coisas. Todas as pessoas em toda a cidade sabiam do poder especial que aquele pano possuía, e cada uma delas ficou muito ansiosa por descobrir quão estúpido ou incompetente era o seu vizinho.

“Eu enviarei o meu honesto e velho ministro aos tecelões”, pensou o Imperador. “Ele é quem melhor poderá ver como está o tecido, pois é um homem inteligente e ninguém serve melhor que ele para o seu cargo.” O bom e velho ministro entrou na sala onde os dois trapaceiros trabalhavam nos teares vazios. “Deus nos livre!”, pensou o velho ministro, arregalando os olhos. “Eu não posso ver nada!” Mas ele não o disse. Os dois espertalhões pediram-lhe que fizesse o favor de se aproximar e perguntaram se aprovava as cores e o padrão do tecido. Apontavam os teares vazios e o pobre e velho ministro ia arregalando mais e mais os olhos. Mas não via nada, pois ali nada havia para ver. “Meu Deus do céu!”, pensou o ministro. “Será que eu sou tão estúpido, assim? Nunca o imaginei! Então também não sirvo para o cargo que ocupo?! Não, não posso deixar que alguém descubra isso. Eu nunca direi que eu não posso ver o pano!” − Então, você não nos diz nada!? - perguntou um dos artesãos. − Oh! É muito gracioso! Muito encantador, sim! - respondeu o ministro, olhando através dos óculos. - Que fino padrão! E que cores! Sim, eu direi ao Imperador que estou muito contente com o tecido. − Nós ficamos muito agradecidos por isso – disseram os tecelões e começaram a citar as cores e a explicar o padrão. O velho ministro ouviu com a máxima atenção, pois precisava repetir tudo ao Imperador, o que de fato fez. Agora, os trapaceiros pediram mais dinheiro, mais seda, mais ouro para continuarem o trabalho, e mais uma vez pam tudo em seus próprios sacos; para os teares não foi um só fio. Eles continuaram a fingir que teciam, como antes. O Imperador não demorou a enviar outro alto e honesto funcionário para ver como ia a tecelagem, se faltava muito para o tecido ficar pronto. Aconteceu o mesmo que ao ministro: o homem olhou, olhou, mas como não tinha nada para ser visto nos teares vazios, ele nada pôde ver. − Não é uma bela peça no tear? - perguntaram os trapaceiros. Eles mostraram e explicaram o maravilhoso desenho que não existia. “Eu não sou estúpido! Será que não sirvo para o meu cargo?”, pensou o homem. “Não posso deixar que percebam.” E, preocupado com isto, pôs-se a elogiar o tecido que não via.

− É, de fato, algo magnífico! - disse ele mais tarde ao Imperador. Toda a gente da cidade estava falando do maravilhoso tecido. O Imperador quis, então, ver com os seus próprios olhos o tecido antes dele sair do tear. Com um grupo de homens escolhidos, entre eles os dois velhos e honestos funcionários que antes havia estado lá, foi à sala onde os dois trapaceiros trabalhavam se um só fio. Os dois honestos funcionários apontaram os teares, pois acreditavam que os outros estavam vendo o tecido, e ao mesmo tempo disseram: - Então, não é esplêndido!? Percebe Vossa Majestade os padrões e as lindas cores!? “Não é possível! Eu nada vejo! Isso é horrível!”, pensou o Imperador. “Sou eu um estúpido?! Ou será que não sirvo para ser Imperador!? Isso seria a pior coisa que poderia me acontecer.” Então, em voz bem alta, disse: − Oh! É muito lindo! Tem toda a nossa aprovação! - E sacudiu satisfeito a cabeça, contemplando o tear vazio, porque ele não poderia dizer que nada via. − Todos da comitiva olharam, olharam e não viram nada. Mas, como o Imperador, disseram: − Magnífico! Esplêndido! Formidável! O Imperador condecorou os dois trapaceiros e lhes deu o título de Imperiais Tecelões da Corte. Durante toda a noite, antes da manhã da procissão, os trapaceiros trabalharam com mais de sessenta candelabros acesos. As pessoas podiam ver que era um trabalho duro. Eles fizeram de conta que retiraram o tecido do tear, e com grandes tesouras o cortaram no espaço e depois costuraram com agulhas sem linhas. − Vejam! As roupas estão prontas! - disseram por fim. O Imperador foi até o local, acompanhado dos seus mais nobres cavaleiros. Os dois trapaceiros ergueram o braço, como se estivessem segurando alguma coisa. − Vejam! Aqui estão as calças! Aqui está o casaco! E aqui o manto! - disseram. - O tecido é tão leve como uma teia de aranha. Parece que não se tem nada no corpo. Nisso está a beleza dele... − Sim! Muito bem! - disseram os cavaleiros. Mas nada podiam ver, pois nenhum tecido havia ali. − Queira Vossa Imperial Majestade – disseram os trapaceiros -, por favor, tirar a roupa para vestir a nova. Por favor! Bem aqui, em frente ao espelho.

− O Imperador tirou suas roupas e os trapaceiros fingiram colocar nele, peça por peça , o traje novo. O Imperador virava-se, dando volta ao redor de si mesmo, olhando-se no espelho. E os trapaceiros, por fim, disseram estar prendendo o manto imperial. − Oh! Está é uma roupa esplêndida! - disseram todos. - Que padrões! Que cores! − Estão aí fora os homens com o dossel que irá cobrir Vossa Majestade na procissão – avisou o mestre-de-cerimônia. − Eu estou pronto! - disse o Imperador. - A roupa não me fica bem?! - Enquanto falava, olhava-se mais uma vez no espelho, porque queria contemplar, embevecido, os seus novos e elegantes trajes. Os camareiros, que deviam segurar a cauda do manto, moveram as mãos pelo chão, como se erguessem alguma coisa, e saíram andando com as mãos no ar. Ninguém dava a entender que não estava vendo nada. E assim o Imperador desfilou na procissão, sob o grande dossel, e nas ruas e nas janelas todos comentavam: − Meus Deus! Como são lindas as roupas novas do Imperador! E como lhe ficam bem!E que grande cauda tem o manto! − Ninguém deixou que percebessem que não estavam vendo nada, pois ninguém queria ar por incompetente ou por muito estúpido. Nenhuma roupa do Imperador tinha feito tanto sucesso quanto aquela. − Mas ele não tem roupa nenhuma! - gritou uma criança. − Meu Deus! Falou a voz da inocência! - disse o pai da criança. E cochichou para outro o que ela dissera. − Ele não tem roupa nenhuma! Uma criança está dizendo que ele não tem roupa nenhuma! - corria de boca em boca. Por fim todo o povo gritava: − Ele não tem roupa nenhuma! O Imperador sentiu que eles estavam certos, que falavam a verdade. Mas pensou com ele mesmo: “Agora, tenho que aguentar até o fim.” Aprumou ainda mais o corpo, e os camareiros, muito solenes, continuaram a segurar o manto que nunca tinha existido.