LEIS DE CURA DE HERING Após o diagnóstico e correta istração do similimum (medicamento mais semelhante possível ao sujeito) o médico precisa avaliar se está ou não ocorrendo a verdadeira cura. Para Hahnemann, cura é restabelecimento da “saúde de maneira rápida, suave permanente” (parágrafo 2 do Organon) e só ocorre se houver “restabelecimento integral da energia vital” (par. 12) que por ser imaterial só pode ser influenciada por uma força também imaterial (no caso, a energia do medicamento apropriado). O médico Constatine Hering, um discípulo de Hahnemann, observou quais são os os desse “restabelecimento” da energia vital. Tais os da cura são denominados Leis de Hering. Possuem grande valor na prática médica e ajudam a interpretar os diversos fenômenos que ocorrem com o paciente e possibilitam avaliar erros e acertos no tratamento. Não é a ação direta do remédio que promove a cura. A Homeopatia não quer simplesmente atuar nos sintomas, mas atua na energia vital. Após ser estimulada, essa energia vital deve voltar a “governar” a saúde (parágrafo 9, Organon). O remédio homeopático coloca o indivíduo doente no caminho natural de cura, estimulando a força defensiva natural do organismo ("vis medicatrix naturae", como fora nomeado por Hipócrates). Hering, dois anos após a morte de Hahnemann, enuncia seus achados nestes termos: “vis medicatrix naturae”: força de cura natural, a defesa do organismo. 1. A cura se processa na direção centrífuga dos sintomas, de dentro para fora. 2. O desaparecimento dos sintomas ocorre de cima para baixo.Iniciando da cabeça para o resto do corpo. 3. A cura se processa dos órgãos mais nobres para os menos nobres.Chegando às mucosas e à pele no final. 4. O desaparecimento dos sintomas ocorre na ordem inversa do seu aparecimento, podendo haver o reaparecimento de sintomas antigos. Primeiro desaparece os sintomas mais recentes, seguindo os mais antigos, até sumirem os primeiros sinais da doença. Segundo Torro (1999), o processo pode parar com o desaparecimento do último sintoma da doença do animal, mas podem aparecer outros sintomas a seguir. As Leis de cura nos mostram se o tratamento está sendo benéfico e útil ao paciente, bem como nos orienta na sua evolução. SUPRESSÃO E EXONERAÇÃO Os fenômenos vitais apresentam naturalmente o sentido centrífugo, chamado de exonerativo. Quando essa “exoneração” é impedida falamos em “supressão”. Exoneração é o caminho centrífugo natural que a doença segue no seu processo de cura.
Supressão é o inverso da exoneração, é o caminho centrípeto da doença. Supressão é o aprofundamento da doença que teve seu percurso natural obstruído, impedido por algum procedimento. As observações de Hering a respeito do caminho de cura foram completadas por outro médico discípulo de Hahnemann, o Dr. James Tyler Kent. Esse homeopata percebeu que as diferentes enfermidades que uma pessoa sofre, ao longo da vida, se curam na ordem inversa de sua aparição. À medida que os sintomas atuais vão desaparecendo (respeitando as leis de cura de Hering), pode ser observado outro fenômeno orgânico denominado de "retorno dos sintomas antigos." Este fenômeno é a cura dos problemas antigos. O paciente estará revisitado suas doenças e recuperando a sua saúde. O animal superará estes problemas com muito mais tranquilidade e menos sofrimento que na primeira vez. Não devemos interromper o processo com outros medicamentos ou com uma nova dose. O organismo está resolvendo as suas doenças e não apenas armazenando-as (Torro,1999). SINTOMAS NOVOS Pode também acontecer que, após correta indicação e istração do medicamento homeopático, o paciente manifeste sintomas que nunca havia apresentado. Se afastarmos a possibilidade desse novo sintoma ser parte do processo de exoneração, ou seja, do caminho centrífugo da cura, podemos dizer que se trata de uma experimentação da droga em uma pessoa doente e muito sensível ao medicamento. AGRAVAÇÃO Hahnemann fala da agravação homeopática desde o início de seus estudos, no artigo “Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas dos medicamentos, no qual define agravação como: "O aumento de todos os sintomas importantes da enfermidade, que se segue à istração do remédio específico, com agravação tanto mais aparente quanto maior semelhança haja com o medicamento eleito." Ele volta a comentar o assunto no "Organon" e no livro Doenças Crônicas3 . Assim devemos respeitar a agravação homeopática. Uma interferência nesse processo constitui um obstáculo à cura e é encarada como uma supressão. Kent diz: “a agravação verdadeiramente homeopática é aquela em que pioram os sintomas e, apesar disso, o paciente sente-se melhor”. Em pouco tempo os sintomas diminuirão gradativamente até sumirem. Foi Kent quem estruturou e transmitiu o assunto de forma didática e clara os vários aspectos das agravações. Suas considerações referem-se à evolução clínica com a utilização de dinamizações centesimais. Em seu livro, Kent divide as agravações em dois tipos: A) Reações Favoráveis Agravação reativa favorável ou agravação dos sintomas da enfermidade, a doença medicamentosa é mais forte que a natural.
Reação favorável ou exoneração, relacionada à manifestação de limpeza do organismo, como se fosse o resultado da volta à ordem, é a reação da força vital, na qual é o organismo que faz a reação e não o medicamento. Podem ocorrer vômitos, diarreia, expectorações, formação de abscessos ou supuração ganglionar, sempre sem colocar em riscos a vida do paciente. Reação favorável por causa do restabelecimento de uma função suspensa (no caso de membros paralisados: formigamentos,espasmos, adormecimentos, etc). Observações: I. Quando não existe lesão tecidual, não há agravação. II. Uma enfermidade de longa duração não cede sem uma agravação importante. III. Não se deve intervir nos sintomas reativos da força vital. B) Reações Desfavoráveis: Agravações patogenéticas pela repetição excessiva de diluições muitos baixas. Agravações patogenéticas em pacientes hipersensíveis. Agravação em doentes lesionais. Na agravação homeopática observamos o grau de lesão orgânica do paciente. Funcional: melhora sem agravação, com recuperação suave, progressiva e SSBEG. Lesional leve: agravação curta e forte, seguida de rápida melhora com SSBEG, com melhora dos sintomas mentais, gerais, raros, peculiares e característicos. Lesional grave: agravação prolongada, seguida de lenta recuperação, sempre com SSBEG e melhora dos sintomas mentais, gerais, raros, peculiares e característicos. Incurável: paliação dos sintomas; não existe agravação, porque não há possibilidade de cura; a agravação marca a possibilidade de cura. * SSBEG: Sensação Subjetiva de Bem Estar Geral
Lei de Hering ou Lei da cura Esta última lei homeopática já não se deve ao Dr. Hahnemann, mas sim ao Dr. Hering, que a enunciou dois anos depois da morte do Dr. Hahnemann. Baseando-se na sua experiência no tratamento de muitas pessoas, constatou que a cura da doença crónica acontece sempre segundo os mesmos princípios: “A doença cura-se de cima para baixo, de dentro para fora, pela ordem inversa do aparecimento dos sintomas e pela prioridade dos mesmos”. A cura dá-se da cabeça para os pés (de cima para baixo). Do mental para o emocional para o físico. De dentro para fora (do mental para o físico) e pela prioridade dos sintomas – o mais importante, o que leva o doente à consulta é a principal queixa a ter em conta no momento. O adoecer é o processo de manifestação da perturbação da energia vital. Este processo estende-se à totalidade do indivíduo, ou seja, há manifestações (sinais e sintomas) do desequilíbrio energético no mental, emocional e físico, ainda que em graus diferentes.
Para Hahnemann, a cura é o restabelecimento da “saúde de maneira rápida, suave e permanente” (parágrafo 2º do Organon) e só acontece se houver “restabelecimento integral da energia vital” (parágrafo 12º do Organon) que por ser imaterial só pode ser influenciada por uma força também imaterial (no caso, a energia do medicamento apropriado, do similimum, que é o medicamento mais semelhante possível ao indivíduo). Coube a um grande discípulo de Hahnemann, o médico Constatine Hering, observar quais são os os desse “restabelecimento” da energia vital. Tais os da cura são denominados Lei de Hering. A Lei de Haring tem grande valor na prática médica, ajuda a interpretar os diversos fenómenos que ocorrem durante a cura do indivíduo e possibilita a avaliação dos erros e acertos no tratamento.
REFERÊNCIA: NAKAHARA, M. Distúrbios de comportamentos e cães agressivos tratados com homeopatia. Centrp Alpha de Ensino Associação Paulista de Homeopatia. São Paulo, 2012. Disponível em:
. o em: 21 de setembro de 2015.