Fernando Pessoa 18w44

Natal... Na província neva.

Natal... Na província neva. Nos lares aconchegados, Um sentimento conserva Os sentimentos ados. Coração oposto ao mundo, Como a família é verdade! Meu pensamento é profundo, ´stou só e sonho saudade. como é branca de graça paisagem que não sei, Vista de trás da vidraça Do lar que nunca terei! (Notícias Ilustrado, n.º 29, 30 de Dezembro de 1928)

Análise do poema  O poema "Natal... Na província

neva" é um poema ortónimo de Fernando Pessoa publicado em dezembro de 1928, no Diário de Notícias Ilustrado.

Natal... Na província neva. Nos lares aconchegados, Um sentimento conserva Os sentimentos ados. •Para o sujeito poético o Natal é o período por

excelência de reuniões familiares

•.A primeira estrofe do poema, Ele imagina as

famílias na província, reunidas, num ambiente acolhedor e familiar, demostra também alguma tristeza , melancolia e saudosismo. Esses mesmos sentimentos são descritos pelo o poeta: os "lares aconchegados" e "os sentimentos ados".

Coração oposto ao mundo, Como a família é verdade! Meu pensamento é profundo, ´stou só e sonho saudade. Na segunda estrofe, o sujeito poético evidencia a sua solidão e o desejo de ter uma família de verdade, não se reconhece nesses sentimento, ele está "oposto ao mundo", está sozinho restandolhe apenas o pensamento profundo e saudade.

O sujeito poético demonstra também uma angustia existencial pois existe várias verdades: aquela verdade solitária que ele persegue pelos seus estudos, e a verdade simples, da família.

como é branca de graça paisagem que não sei, Vista de trás da vidraça Do lar que nunca terei  O sujeito poético refere -se paisagem que ele não sabe, por

detrás da vidraça do lar que nunca terá - tudo isto é um futuro que ele sabe nunca poderá ter. (sua mãe falecera em 1925)  O poema acaba com esta consciência do impossível. Lá na província, há lares aconchegados onde tudo isto é uma realidade, em que tudo isto é "verdade". Mas esta é uma "verdade" inível a Fernando Pessoa. Para ele resta apenas a solidão, e a verdade oculta das suas pesquisas poéticas.

Analise Formal Em termos formais estamos perante um poema constituído por: • 3 quadras, de rima cruzada, segundo esquema rimático: ababa; cdcd; efef. • Quanto a métrica é verso de redondilha maior de

7 versos (decassilábico)em todo o poema por exemplo: Na/tal./.. Na/ pro/vin/cia ne/va. Nos/ lar/es a/com/che/ga/dos,

• Eufonia: harmonia de sons « E como é branca de

graça / A paisagem que não sei, / Vista de trás da vidraça / Do lar que nunca terei!".

•Adjetivação expressiva: «Nos lares

aconchegados»

•A linguagem utilizada no poema é

simples , espontânea mas sóbria.

• Pontuação expressiva :Como a família é

verdade!

• Utiliza as figuras de estilo comparação

:como é branca de graça paisagem que não sei, que também pode ser analisada como um paradoxo.

Fim