EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO MARCOS
INTRODUÇÃO • Dos quatro livros do Novo Testamento que são denominados "Evangelhos", é aceito, pela maior parte dos estudiosos, que o segundo da ordem é, na realidade, o mais antigo. É o bastante aqui apresentar os detalhes simples deste raciocínio. Numa comparação com os outros dois Sinópticos (Mateus e Lucas), constata-se que cerca de 90% de Marcos é reproduzido em Mateus e Lucas. Apenas cerca de trinta, dos 661 versículos de Marcos, não aparecem em Mateus ou Lucas.
INTRODUÇÃO • Alguns destes versículos são idênticos quanto ao vocabulário e ordem de palavras. Tanto Mateus como Lucas concordam com a ordem cronológica de Marcos; quando Mateus discorda, Lucas concorda, e vice-versa; ambos muito raramente discordam juntos. Também o grego segundo Marcião não é polido e sua sintaxe é ruim; a linguagem de Mateus e Lucas é muito melhor.
AUTORIA • Assim como os outros 3 evangelhos, Marcos é anônimo. No início do segundo século, o segundo Evangelho do cânono foi atribuído a "João chamado Marcos“. • João (hb. Joanã). Como mais tarde seu campo de ação foi a missão aos gentios, ele ficou conhecido, e até hoje o é, por seu cognome latino Marcos (cf At 15.39; Cl 4.1; Fm 24; 2Tm 4.11; 1Pe 5.13; em At 13.5,13 ele é só João; os dois nomes juntos estão em At 12.12,25; 15.37).
AUTORIA • Na opinião de Grundmann (p 20), do nome duplo conclui-se que Marcos ou um anteado seu foi um libertinus, um liberto. At 6.9 comprova a força numérica do grupo dos libertini em Jerusalém. Era costume que estes libertos, por ocasião da sua libertação da escravatura, eram adotados por uma família romana, ando a usar o nome dela. Saulo Paulo é um exemplo conhecido. Este contexto histórico poderia fazer com que Marcos fosse o homem certo especialmente para o trabalho missionário em Roma.
JOÃO MARCOS • O filho da Maria para cuja casa Pedro fugiu depois de escapar da prisão (At. 12:12); • O mesmo Marcos que Paulo e Barnabé levaram com eles, na chamada Primeira Viagem Missionária (At. 12:25). • primo de Barnabé (Col. 4:10). • Marcos deixou Paulo e Barnabé em Perge (At. 13:13), para retornar a Jerusalém.
JOÃO MARCOS • No início da segunda viagem, Barnabé quis levar Marcos outra vez, mas Paulo recusou-se (At. 15:37). Como resultado, Paulo e Barnabé separaram-se, João Marcos indo com Barnabé para Chipre (At. 15:39). • Mais tarde, Marcos é encontrado estando com Paulo, quando este escrevia à igreja colossense (Col. 4:10,11) e a Epístola a Filemom (24). • Em II Timóteo 4:11, Paulo pede a Timóteo para ir a Roma e levar João Marcos. • Em I Pedro 5:12,13, Marcos está presente, com Pedro, em Babilônia, juntamente com Silvano (Silas), outro excompanheiro de Paulo.
O TESTEMUNHO DOS PAIS PRIMITIVOS • Os pais primitivos são enfáticos em dizer que João Marcos coletou seu material de Pedro. A afirmação de Papias (cerca de 140 d.C.) é bem conhecida, tendo sido preservada por Eusébio (Ecclesiastical History — História Eclesiástica, III, 39, 15)
PAPIAS (140 d.C.) • “E o ancião disse isto também: Marcos, tendo-se tornado o intérprete de Pedro, escreveu precisamente tudo o que lembrara das coisas ditas e feitas pelo Senhor, mas não em ordem. Pois nem ele ouvira o Senhor, nem o seguira, mas posteriormente, como eu disse, Pedro adaptou seus ensinos às necessidades (de seus ouvintes), mas não como se ele estivesse redigindo uma narração associada dos oráculos do Senhor. Assim, Marcos não cometeu nenhum engano ao registrar, desta forma, algumas coisas exatamente como ele se lembrou delas, pois ele tomou todo o cuidado para não omitir nada que ouvira e para não fazer nenhuma declaração falsa.”
O TESTEMUNHO DOS PAIS PRIMITIVOS • Justino Mártir (cerca de 150 d.C.) cita o Evangelho de Marcos como sendo "memórias de Pedro". Irineu (cerca de 180 d.C., em Contra as Heresias — III, 1, 2) concordou com Papias, mas acrescentou: "Depois da morte destes, Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, também dirigiu-se a nós, ao escrever as coisas pregadas por Pedro.” • Clemente de Alexandria (cerca de 200 d.C.), conforme preservado em Eusébio (História Eclesiástica — VI, 14, 6,7), disse que Pedro ainda estava vivo, quando Marcos escreveu, e verificou a precisão da narrativa de Marcos.
O TESTEMUNHO DOS PAIS PRIMITIVOS • Por causa do testemunho antigo da igreja, pouca dúvida pode haver de que João Marcos escreveu o segundo Evangelho. Provavelmente, ele era jovem demais para seguir a Jesus. Contudo, alguns estudiosos sentem que o jovem mancebo de Marcos 14:51-52 é uma referência encoberta ao autor. A inclusão de tal incidente isolado apontaria mais logicamente para o escritor do que para algum outro.
LOCAL E DATA DA ESCRITA • LOCAL: ROMA • DATA: APROX. 58-65 d.C.
CARACTERÍSTICAS • O estilo foi descrito como pitoresco, enérgico e dramático. Um realismo vivo caracteriza tanto o estilo de Marcos como a sua narrativa simples dos fatos. Os acontecimentos foram descritos sem alteração ou interpretação extensa, e sua apresentação foi marcada pela qualidade da exatidão encontrada nas narrativas das testemunhas oculares.
CARACTERÍSTICAS • Um vigor pronunciado e uma nota de urgência podem ser sentidos em quase todas as agens da obra. A palavra característica deste Evangelho de ação é euthys, o qual ocorre cerca de 41 vezes e foi traduzido para logo, imediatamente, sem demora, dentro em pouco.
CONTEÚDO • O Evangelho começa com um breve relato dos acontecimentos que deram início ao ministério público de nosso Senhor, isto é, seu batismo e tentação. Marcos omitiu assim, propositalmente é claro, qualquer referência ao nascimento e os primeiros trinta anos da vida de Cristo. Ele também não menciona o começo do ministério na Judéia, que foi registrado em Jo. 2:13 – 4:3. Sem qualquer explicação sobre os acontecimentos intermediários, o autor a da tentação para o ministério na Galiléia.
CONTEÚDO • O primeiro período da obra ao norte da Palestina foi marcada por tremendo sucesso com multidões se ajuntando para ouvir o novo mestre, resultando em que ele achou necessário restringir os ajuntamentos ao campo (Mc. 1:45). Vinha gente da Judéia e Iduméia para o sul da Peréia para o leste e de Tiro e Sidom para o norte (3:7,8).
CONTEÚDO • Quase simultaneamente, nosso Evangelho registra o começo da hostilidade a Cristo da parte dos líderes judeus. Esta oposição intensificou-se até se transformar em uma das características principais do segundo período da obra na Galiléia. Como resultado da inimizade desses líderes e da supersticiosa suspeita de Herodes Antipas, Jesus deu início a uma série de sistemáticas retiradas da região da Galiléia, sempre permanecendo na área em geral e freqüentemente retornando a Cafarnaum para uma rápida estada.
CONTEÚDO • Durante esses dias sua ocupação principal era de treinar os discípulos. A hora para a qual ele propositalmente se dirigia estava se aproximando rapidamente e foi nesse ponto que ele começou a preparar os seus, repetindo explicações, para a consumação de sua obra terrena com a morte e ressurreição.
CONTEÚDO • Após as retiradas para treinamento dos discípulos, Marcos traça a última viagem de Cristo a Jerusalém através da Peréia. Ao fazêlo nosso autor tornou a omitir considerável porção de material. ou por cima de todo o ministério posterior na Judéia e a maior parte do trabalho além do Jordão na Peréia.
CONTEÚDO • De acordo com a característica brevidade do Evangelista, ele entra imediatamente na narrativa da Semana da Paixão. A este curto período Marcos dedica quase seis dos seus dezesseis capítulos, uma proporção inteiramente justificada quando se percebe que essa é a consumação proposital para a qual a vida de nosso Senhor se dirigiu.
ESBOÇO • I. O título. 1:1 • II. Preparação do ministério de Cristo. 1:2-13. • A. Seu Precursor, 1:2-8. • B. Seu Batismo. 1:9-11. • C. Sua tentação. 1:12, 13.
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ESBOÇO
III. Ministério de Cristo na Galiléia. 1:14 – 6:30. A. A chamada dos quatro primeiros discípulos. 1:14-20. B. Primeira viagem missionária pela Galiléia. 1:21-45. C. O desenvolvimento da oposição oficial. 2:1 – 3:12. D. Escolha dos Doze. 3:13-19. E. Preocupação dos amigos de Cristo e as acusações dos seus inimigos. 3:20-35. F. Parábola à beira-mar. 4:1-34. G. Viagem à Gadara. 4:35 – 5:20. H. A mulher com uma hemorragia, e a filha de Jairo. 5:21-43. I. Outra viagem missionária pela Galiléia. 6:1-30.
ESBOÇO • IV. As retiradas da Galiléia. 6:31 – 9:50. • A. Retirada para a praia ocidental do lago. 6:3156. • B. Discussão da injustificada exaltação da tradição. 7:1-23. • C. Retirada para a região de Tiro e Sidom. 7:2430. • D. Retirada para Decápolis. 7:31 – 8:9. • E. Retirada para Cesaréia de Filipe. 8:10 – 9:50.
ESBOÇO
• V. Ministério de Cristo na Peréia. 10:1-52. • A. Comentários sobre o divórcio, as crianças e a riqueza. 10:1-31. • B. conversa a caminho de Jerusalém,. 10:32-45. • C. A cura do cego Bartimeu. 10:46-52. • VI. Final do ministério de Cristo em Jerusalém. 11:1 – 13:37. • A. Entrada em Jerusalém e no Templo. 11:1-26. • B. Controvérsias finais com os líderes judeus. 11:27 – 12:44. • C. O apocalipse no Jardim das Oliveiras. 13:1-37.
ESBOÇO
• VII. A paixão e a ressurreição de Cristo. 14:1 – 16:20. • A. Traição e devoção. 14:1-11. • B. A paixão do Senhor. 14:12 – 15:47. • C. A ressurreição do Senhor. 16:1-20.