Diversidade Vegetal 1a1h5y

EFEITOS DA DIVERSIDADE VEGETAL SOBRE A RIQUEZA DE ESPÉCIES DE COLLEMBOLA (ELLIPURA) E FORMICIDAE (HYMENOPTERA)

Déborah Patrícia da Cunha Rodrigues- Bolsista PIBIC/INPA Viviane dos Santos Oliveira- Bolsista CAPES- Divisão de Curso em Entomologia Elisiana Pereira de Oliveira- Pesquisadora/INPA

INTRODUÇÃO

 Diversidade de espécies de plantas  abundância e riqueza de espécies dos organismos de elevados níveis tróficos.

 Distúrbios em ecossistemas naturais  perda da biodiversidade.

 Alguns grupos mostram uma tolerância maior a fatores ambientais adversos.

 Outros mostram sensibilidade, porém recompõem exemplificando-se Collembola e Formicidae.

(Hunter & Price, 1992; Root, 1973; Salamon et al., 2004; Majer, 1983;1992)

a sua abundância,

 Estudos na Amazônia Brasileira

Diversidade de Collembola:  nos ecossistemas naturais  em áreas que sofreram algum distúrbio antrópico.

 Vasconcelos et al.(2001): diversidade de Formicidae é proporcional ao tamanho do fragmento.

 Oliveira et al. (2005): menor diversidade de Formicidae em áreas com elevado grau de impacto.

Determinar a riqueza e abundância das espécies de Collembola e Formicidae em áreas recuperadas com três espécies florestais na Bacia Petrolífera do Urucu. (Oliveira & Deharveng, 1995; Macambira & Oliveira, 2002; Oliveira & Franklin, 1993)

Área de estudo

MATERIAL E MÉTODOS  Bacia Petrolífera do Urucu, município de Coari –AM.  Três espécies florestais: Angico ( Anadenathera colubrina), Angelim (Dinizia excelsa), Goiaba-da-anta (Bellucia grossularioides).

Fig. 1 - Parcela com as espécies A. colubrina e D. excelsa

Área de estudo

• Leguminosa: Teprósia (Teprhosia candida) e Flemingia (Flemingia macrophylla).

Fig. 2 - Parcela com F. macrophyla

Totalizando 45 parcelas em uma área de aproximadamente 1,32 ha.

Método de coleta  Outubro/05 e abril de 2006 : 140 amostras.  Armadilhas de Pitfall Traps, instaladas em 18 parcelas em sistema de sorteio .  Em cada parcela selecionada foram enterrados quatro vidros com a boca ao nível do solo, contendo: solução de formol a 1 %; 3 gotas de detergente; por um período de 48 horas;  Laboratório

de Pedobiologia  álcool 80% glicerinado.

Fig. 3 - Armadilha de Pitfall Traps

RESULTADOS E DISCUSSÃO Collembola 139 indivíduos  18 espécies

Figura 4– Abundância de Collembola nas áreas experimentais do Urucu

 Relação positiva entre a diversidade vegetal das parcelas com a diversidade de espécies de Collembola;  Diminuindo nas parcelas onde as espécies florestais e as leguminosas não tiveram um bom desenvolvimento (tapete de Poaceae);  Poaceae: efeitos negativos na diversidade vegetal, que são refletidos na cobertura do solo, algumas vezes deixando partes do solo descobertas.

Figura 5– Elevada diversidade vegetal

Figura 6– Poaceae e solo exposto

 Betsch (1991): privatização do aporte de serapilheira  ausência de determinados gêneros nestas áreas em recuperação.  Neste estudo foram coletadas: 1 espécie de Sphaeridea (Symphypleona) e 1 espécie de Pseudachorutes (Poduromorpha).  Área experimental circundada por vegetação primária e secundária  proporcionaria a migração destes espécimes para a área em vias de recuperação.

Figura 7– Área experimental circundada por vegetação primária e secundária

Espécies colonizadoras com maior número de indivíduos nas áreas experimentais do Urucu

Figura 8– Paronella sp 2

Figura 9– Lepidocyrtus sp

Figura 10– Entomobrya sp

Figura 11– Proisotoma sp

( fotos: www.google.com.br)

Formicidae 3062 indivíduos  10 espécies

Figura 12– Abundância de Formicidae nas áreas experimentais do Urucu

  densidade populacional foi independente da diversidade vegetal.  Muitas Formigas constroem seu abrigo na base da raiz da vegetação faz com que este grupo tenha aptidão de reprodução em áreas adversas.  Hábito predador  elevada atividade locomotora  diminuindo a população de outros grupos, principalmente Collembola, que faz parte de seu hábito alimentar.

 Gottgtroy et al. (2006):  de espécies de Formicidae em jazidas de diferentes idades recuperadas com espécies florestais com dominância de Ingá (Inga edules) e Lacre (Vismmia spp). Vasconcelos et al. (2001): 78 espécies de Formicidae em fragmentos florestais de diferentes tamanhos, mostram que a preservação da diversidade vegetal é fundamental para diversidade de Formicidae.

Espécies colonizadoras com maior número de indivíduos nas áreas experimentais do Urucu ( fotos: V. Oliveira)

Figura 13– Pheidole sp

Figura 15– Labidus coelus

Figura 14– Solenopsis geminata

Figura 16– Dorymyrmex thoralilus

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

 Utilização das leguminosas favoreceu a produção de serapilheira que contribuiu na disponibilidade de alimento e menor variação dos fatores microclimáticos para as comunidades edáficas e estabelecimento dos primeiros grupos na área experimental.

 Apesar da baixa diversidade de Collembola e de Formicidae na área experimental do Urucu pode-se supor que a colonização está acontecendo e que as espécies florestais utilizadas estejam contribuindo para a reabilitação da área.

AGRADECIMENTOS

À Drª Maria do Rosário Lobato, pela disponibilização do experimento para execução deste trabalho; Ao técnico especializado José Maria da Silva Vilhena, pela confirmação na identificação das espécies de Formicidae.

Bibliografia citada Betsch, J-M. 1991. Effets de la privation des apports annuls de litière sur les Collemboles Symphypléones épigés d’unes forêt sur rendzine. Rev. Écol. Biol. Sol, 28 (1): 41-49. Gottgtroy, J.C.S.;Antony, L.M.K.; Vilhena, J.M.S. 2006. Dinâmica da macrofauna edáfica e seu potencial como indicadores de impacto e/ou recuperação de clareiras formadas em áreas de exploração Petrolífera. XV Jornada de Iniciação Cientifica, INPA, pp. 245=246. Hunter, M.D. & Price, P.W. 1992. Playing chutes and ladders: heterogeneity and the relative rules of bottom-up and top-down forces in natural communitiesEcology 73: 724-732. Macambira, M.L.J. & Oliveira, E.P. Caracterização da mesofauna do solo em diferentes ambientes da Amazônia Oriental. In: 19º Congresso Brasileiro de Entomologia, 2002, Manaus-Am. Resumos, p.193. Root, R. 1973. Organization of plant-arthropod associations in simple and diverse habitats: the fauna of collards (Brassica oleracea)- Ecol. Monogr. 43: 95-124. Salamon, J-A; Schaefer, M; Alphei, J; Schmid, B.; Scheu, S. 2004. Effects of plant diversity on Collembola in an experimental grassland ecosystem. Oikos 106: 5160.

Oliveira, E.P & Deharveng, L. 1995.Response of soil Collembola (Insecta) communities to forest disturbance in Central Amazônia Brasil. In: Belland, D.; Bonin, G.; EMIG, C. (Org.). Functioning and dynamics of natural and perturbed ecosystems. França, p. 361-376. Oliveira, E.P & Castilho, A.F. 2000. Ritmos de colonização na mesofauna do solo em áreas recuperadas com árvores nativas em função do incremento de litter no solo. In: XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências do Solo, Londrina-PR. CD-ROM, 4p. Oliveira, E.P. & Franklin, E. 1993. Efeito do fogo sobre a mesofauna do solo; recolonização em áreas queimadas. Pesq. agropec. Bras., Brasília, 28 (3): 357369 Oliveira, E.P.; Rodrigues, M.R.L. ; Aciol, A.N S.; Oliveira, V.S; Silva Júnior, N.C; Vilhena, J.M.S. 2005. A entomofauna em áreas de empréstimo reabilitadas com espécies florestais com ênfase à diversidade de formicidae na província de urucu. In: I Congresso Internacional do Piatam. Resumo p 76. Vasconcelos, H. L.; Carvalho, K. S. & Delabie, J. H. C. 2001. Landscape modifications and ant communities. In: Bierregaard, R. O., Jr.; Gascon, C.; Lovejov, T. E. & Mesquita, R. eds. Lessons from Amazonia: the ecology and conservation of a fragmented forest. Yale, Yale University. cap. 16, p.189-207.