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Universidade Federal do Espírito Santo DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO DESENVOLVIMENTO

Percepção de mulheres acerca de sua sexualidade no pós-parto AUTORES ALICE FERNANDES STRELOW MOREIRA, ANALLU GUIMARÃES FIRME LORENZON, ANDRÉA THAMIRIS BARBOSA DIAS, BRENDA SABAINE ROFRIGUES, RICHARDSON DOS SANTOS LOUREIRO DA VICTORIA, RITA DE CÁSSIA DOS SANTOS DE SOUZA.

INTRODUÇÃO Sexualidade e reprodução estão interligadas e é difícil mencionar um sem citar o outro (LOYOLA, 1992). O Ministério da Saúde (2006) descreve a sexualidade algo muito além do sexo e que envolve vários aspectos, como o envolvimento emocional, o prazer, o papel sexual, o amor e a reprodução, além de afirmar que ela é vivida no dia-a-dia, através de comportamentos, vontades, práticas e convivência.

OBJETIVO

DISCUSSÃO

Partindo da hipótese de que a sexualidade da mulher sofre influência de diversos fatores, essa pesquisa visa buscar informações sobre como a mulher percebe a sua sexualidade no período pós parto, sobre o que ela sentiu e como tem percebido as diferenças que ocorrem nesse tempo.

MÉTODO Esta é uma pesquisa de natureza qualitativa. Participaram da pesquisa 53 mulheres, das quais a maioria eram casadas (90,6%) e possuíam nível superior completo (79,2%). Cerca 43,3 % das participantes exercem uma profissão ligada à área de ciências humanas como advogada, arquiteta, analista, jornalista e etc. Dentre as participantes, 49,1 % relataram ter renda familiar maior que 10 salários mínimos. 77,4% das mulheres participantes planejaram a gestação e a grande maioria (96,2 %) dizem ter algum parceiro sexual. O método utilizado para a coleta de dados foi um questionário online contendo questões fechadas divididas em três blocos. O primeiro compreendia questões sociodemográficas, o segundo sobre a sexualidade após ser e o ultimo bloco tratava sobre o relacionamento e apoio após ser mãe. A análise e interpretação dos dados foram realizadas utilizando-se o software de análise estatística PASW SPSS, versão 18.

RESULTADOS Tabela 1: Correlação entre variáveis analisadas na amostra Variáveis

1.

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4.

A sensação de segurança na primeira relação sexual após a gravidez se relacionou positivamente com maior prazer, desejo e freqüência sexual. Além disso, quanto melhor a percepção sexual feminina, mais segura se sentiu no primeiro ato sexual pós-parto. O apoio social foi um fator importante nas experiências sexuais satisfatórias. Ele se relacionou positivamente com o prazer, desejo e freqüência sexual. A percepção sexual feminina se relacionou com o sentimento de segurança, o desejo sexual, desejo de estar junto e a satisfação com o corpo.

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Segundo (PEREIRA, 2003), a relação entre puerpério e sexualidade é importante em diversas sociedades, dando origem a tabus e costumes os mais variados. A naturalização da assimetria de poder entre os sexos, a ênfase das regras de conduta destinadas a regular a prática sexual e a reprodução estão voltadas ao ordenamento do comportamento da mulher, e incidem mais diretamente no puerpério (PORTO,2011). Com isso, a construção do corpo materno para além do corpo mulher traz repercussões para a sexualidade feminina, implicando as noções de desejo, satisfação e frequência sexual, sensação de segurança, além das percepções acerca do próprio corpo. Avaliou-se o apoio social como importante fator correlacionado com uma experiência positiva da sexualidade no pós-parto, influenciando em diversos aspectos práticos e perceptivos da vida da mulher. Pôde-se notar, como um reflexo das influências da autoconfiança corporal feminina que das mulheres que relataram medo de sentir dor no primeiro ato sexual após o parto, a maior parte (37,6%) tiveram a primeira relação de 8 a 11 semanas, ao o que a maioria (22,7%) das que não tiveram medo optaram por fazer sexo entre 5 a 8 semanas. Além disso, 50% das mulheres realizaram o parto cesáreo, o que corrobora com o atual número elevado de cesarianas no Brasil (53,7% em 2011, segundo a Organização Mundial de Saúde), em contraponto com os 15% recomendados pela mesma, trazendo à tona problematizações sobre o tema. É importante salientar a necessidade de estudos acerca desta temática, para que assim se possibilite uma ampliação do bemestar e da saúde da mulher e da sua família.

1.Se sentir segura na primeira relação sexual após a gravidez

REFERÊNCIAS LOYOLA, Maria Andréa . Sexualidade e Reprodução. Physis. Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 1992.

2.Prazer na primeira relação 0,46* sexual após a gravidez

Ministério da Saúde. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais. Brasília: Ministério da Saúde: Secretaria de Atenção à Saúde, 2006.

3.Desejo Sexual

0,52* 0,38* -

4. Frequência de relações sexuais

0,39* 0,24 0,50* -

5. Desejo de estar junto ao parceiro

0,12 0,12 0,39* 0,16 -

6. Satisfação com o corpo

0,92 0,19 0,19

7.Apoio Social

0,23 0,34* 0,25* 0,31* 0,20

-0,10 0,20

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Saúde Materna e Neonatal. Unidade de Maternidade Segura. Saúde Reprodutiva e da Família. Assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra: Organização Mundial de Saúde, 1996. (Original em Inglês). 0,08

-

8. Percepção sexual feminina 0,36* 0,24 0,40* 0,23 0,30* 0,34* 0,50* -

Porto, D. (2011). O significado da maternidade na construção do feminino: uma crítica bioética à desigualdade de gênero the meaning of motherhood in the construction of female: a bioethical critic to gender inequality. Revista Redbioética/UNESCO, 55. Sandre-Pereira,

G.

(2003).

Amamentação

e